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ONU recorrerá a EUA e Rússia se paz síria não avançar

"Se não observarmos vontade de negociar - embora esperamos que haja - levaremos o assunto outra vez aos que têm influência, Estados Unidos e Rússia"

Staffan de Mistura, mediador da ONU: "O único plano B disponível é voltar à guerra. A uma pior do que a que temos agora" (Ruben Sprich / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2016 às 08h58.

Genebra - O mediador da ONU para a Síria , Staffan de Mistura, advertiu nesta segunda-feira que, se o governo e a oposição síria não mostrarem vontade de avançar nas negociações de paz, recorrerá às potências que apoiam cada lado para chegar a uma solução.

"Se não observarmos vontade de negociar - embora esperamos que haja - levaremos o assunto outra vez aos que têm influência, Estados Unidos e Rússia, e ao Conselho de Segurança", disse De Mistura em uma entrevista coletiva antes de começar formalmente a segunda rodada de negociações de paz.

"A ONU vai facilitar, intermediando, estimulando o processo, mas realmente os que têm o poder de obter a paz são os membros do ISSG (Grupo Internacional de Apoio à Síria), os membros do Conselho de Segurança e obviamente as partes sírias", explicou o enviado especial.

Exatamente estas potências - além de EUA e Rússia, a Árabia Saudita e a Turquia e outros países com influência - acompanharão o processo de perto por meio de dois Grupos de Trabalho: o de cessação das hostilidades e o de ajuda humanitária.

"Os dois grupos de trabalho vão acompanhar, reunidos de forma simultânea para se concentrarem nesses dois temas para que não sejam uma distração do foco do processo político", explicou o mediador.

"Queremos usar estes grupos de trabalho para que contribuam para as conversas", disse De Mistura, acrescentando que, para isso, se assegurarão que "os negociadores estarão centrados na transição política e não em outros temas".

Ele explicou que, apesar do cessar-fogo estar "frágil" foi, de modo geral, respeitado, e comemorou que hoje seja o 17º dia em que vigora desde que foi estabelecido, em 27 de fevereiro.

Sua avaliação da distribuição de assistência humanitária foi semelhante, apesar de sete das 18 regiões de conflito ainda não terem recebido ajuda - seis sitiadas pelo governo e uma pelo Estado Islâmico, até agora 150 mil pessoas se beneficiaram dos comboios humanitários.

Com relação ao processo propriamente dito, o enviado da ONU reiterou que se tratará de "conversas de proximidade", em que as partes não se reunirão diretamente.

Hoje a rodada começou com uma reunião formal com a delegação governamental, liderada pelo embaixador sírio nas Nações Unidas, Bashar Jaafari.

Depois De Mistura se encontrará com os representantes da Comissão Suprema das Negociações (CSN), presidida por Assad Al Zoubi.

Seu intenção é manter estas negociações por dez dias, até 24 de março; e após uma pausa de sete a dez dias começar a segunda, de duas semanas de duração, e após outro recesso, convocar a terceira e última.

"Após as três rodadas, espero que pelo menos tenhamos um roteiro claro. Não estou dizendo um acordo, mas pelo menos um roteiro claro porque isso é o que a Síria está esperando de todos nós".

De Mistura reconheceu que durante o processo haverá tentativas de derrubar as negociações de paz, mas pediu que não haja medo e que as partes se concentrem no objetivo principal.

"Haverá tentativas de estragar estas conversas com incidentes, haverá uma retórica pública sobre pré-condições, mas este é o momento da verdade e de aproveitar a oportunidade".

De Mistura voltou pressionar governo e oposição sírios, lembrando que não há plano B para as negociações.

"O único plano B disponível é voltar à guerra. A uma pior do que a que temos agora", concluiu.

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Genebra - O mediador da ONU para a Síria , Staffan de Mistura, advertiu nesta segunda-feira que, se o governo e a oposição síria não mostrarem vontade de avançar nas negociações de paz, recorrerá às potências que apoiam cada lado para chegar a uma solução.

"Se não observarmos vontade de negociar - embora esperamos que haja - levaremos o assunto outra vez aos que têm influência, Estados Unidos e Rússia, e ao Conselho de Segurança", disse De Mistura em uma entrevista coletiva antes de começar formalmente a segunda rodada de negociações de paz.

"A ONU vai facilitar, intermediando, estimulando o processo, mas realmente os que têm o poder de obter a paz são os membros do ISSG (Grupo Internacional de Apoio à Síria), os membros do Conselho de Segurança e obviamente as partes sírias", explicou o enviado especial.

Exatamente estas potências - além de EUA e Rússia, a Árabia Saudita e a Turquia e outros países com influência - acompanharão o processo de perto por meio de dois Grupos de Trabalho: o de cessação das hostilidades e o de ajuda humanitária.

"Os dois grupos de trabalho vão acompanhar, reunidos de forma simultânea para se concentrarem nesses dois temas para que não sejam uma distração do foco do processo político", explicou o mediador.

"Queremos usar estes grupos de trabalho para que contribuam para as conversas", disse De Mistura, acrescentando que, para isso, se assegurarão que "os negociadores estarão centrados na transição política e não em outros temas".

Ele explicou que, apesar do cessar-fogo estar "frágil" foi, de modo geral, respeitado, e comemorou que hoje seja o 17º dia em que vigora desde que foi estabelecido, em 27 de fevereiro.

Sua avaliação da distribuição de assistência humanitária foi semelhante, apesar de sete das 18 regiões de conflito ainda não terem recebido ajuda - seis sitiadas pelo governo e uma pelo Estado Islâmico, até agora 150 mil pessoas se beneficiaram dos comboios humanitários.

Com relação ao processo propriamente dito, o enviado da ONU reiterou que se tratará de "conversas de proximidade", em que as partes não se reunirão diretamente.

Hoje a rodada começou com uma reunião formal com a delegação governamental, liderada pelo embaixador sírio nas Nações Unidas, Bashar Jaafari.

Depois De Mistura se encontrará com os representantes da Comissão Suprema das Negociações (CSN), presidida por Assad Al Zoubi.

Seu intenção é manter estas negociações por dez dias, até 24 de março; e após uma pausa de sete a dez dias começar a segunda, de duas semanas de duração, e após outro recesso, convocar a terceira e última.

"Após as três rodadas, espero que pelo menos tenhamos um roteiro claro. Não estou dizendo um acordo, mas pelo menos um roteiro claro porque isso é o que a Síria está esperando de todos nós".

De Mistura reconheceu que durante o processo haverá tentativas de derrubar as negociações de paz, mas pediu que não haja medo e que as partes se concentrem no objetivo principal.

"Haverá tentativas de estragar estas conversas com incidentes, haverá uma retórica pública sobre pré-condições, mas este é o momento da verdade e de aproveitar a oportunidade".

De Mistura voltou pressionar governo e oposição sírios, lembrando que não há plano B para as negociações.

"O único plano B disponível é voltar à guerra. A uma pior do que a que temos agora", concluiu.

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