ONU pede urgência em negociações sobre clima em Doha
Entidade afirma que "ninguém ficará satisfeito" com medidas que possam ser aprovadas no encontro
Da Redação
Publicado em 30 de novembro de 2012 às 16h14.
Doha - A Organização das Nações Unidas (ONU) disse na sexta-feira que é necessária uma urgência maior para desacelerar a mudança climática e que mesmo o sucesso das conversas pouco ambiciosas de Doha, onde 200 países se reúnem, não agradará a ninguém.
A desaceleração econômica mundial tirou os holofotes do aquecimento global. Nenhum país grande presente ao encontro entre 26 de novembro e 7 de dezembro no Catar anunciou alguma medida nova para conter as temperaturas em elevação e ajudar a evitar as inundações, estiagens, ondas de calor e elevação do nível dos oceanos previstas.
"Meu pedido aqui é para que todos nós ajamos com impaciência", afirmou Christiana Figueres, chefe do Secretariado da ONU para Mudança Climática, em uma entrevista coletiva, quando questionada sobre as baixas expectativas para Doha.
Ela pediu que todos --do público aos líderes empresariais-- pressionem os governos. "Talvez eu não veja tanto interesse público, tanto apoio para os governos tomarem decisões mais ambiciosas e corajosas", afirmou ela.
O encontro de Doha busca aprovar medidas, incluindo uma extensão simbólica do Protocolo de Kyoto, que compromete os países ricos a cortar emissões de gases de efeito estufa até o fim de 2012.
"Em última análise, (os governos) têm de chegar a um pacote politicamente equilibrado (em Doha), com o qual ninguém ficará satisfeito... reconhecendo plenamente que o que vier de Doha não estará no nível de ambição de que necessitamos", disse ela.
KYOTO
Manter o Protocolo de Kyoto vivo seria um passo em direção a um acordo global a ser aprovado em 2015 e entrar em vigor em 2020. Ele forçará todas as nações a limitar as emissões de gás-estufa, em especial as decorrentes da queima de combustíveis fósseis em usinas de energia, fábricas e carros.
Figueres afirmou que os governos estão cientes da necessidade de ação urgente, mas também têm de conciliar os interesses nacionais, dos países da Opep preocupados com uma mudança do petróleo, aos pequenos Estados insulares, que querem medidas radicais para desacelerar a elevação do nível das marés.
"É aí que temos um gap", disse ela a milhares de delegados reunidos em um centro de convenções no Catar que tem uma escultura de metal gigantesca de uma aranha como centro.
Um acordo sobre a mudança climática é difícil porque "afeta todos os setores da economia. Afeta todas as partes da sociedade", disse Artur Runge-Metzger, chefe da delegação da Comissão Europeia.
Ele disse, porém, que foram feitos avanços na última década; muitas nações estabeleceram metas de cortes nas emissões para 2020.
O problema para o Protocolo de Kyoto é que Rússia, Japão e Canadá se retiraram do pacto. Com isso, o grupo que apoia Kyoto foi reduzido e é liderado pela União Europeia e pela Austrália, sendo responsável por menos de 15 por cento das emissões do mundo.
Doha - A Organização das Nações Unidas (ONU) disse na sexta-feira que é necessária uma urgência maior para desacelerar a mudança climática e que mesmo o sucesso das conversas pouco ambiciosas de Doha, onde 200 países se reúnem, não agradará a ninguém.
A desaceleração econômica mundial tirou os holofotes do aquecimento global. Nenhum país grande presente ao encontro entre 26 de novembro e 7 de dezembro no Catar anunciou alguma medida nova para conter as temperaturas em elevação e ajudar a evitar as inundações, estiagens, ondas de calor e elevação do nível dos oceanos previstas.
"Meu pedido aqui é para que todos nós ajamos com impaciência", afirmou Christiana Figueres, chefe do Secretariado da ONU para Mudança Climática, em uma entrevista coletiva, quando questionada sobre as baixas expectativas para Doha.
Ela pediu que todos --do público aos líderes empresariais-- pressionem os governos. "Talvez eu não veja tanto interesse público, tanto apoio para os governos tomarem decisões mais ambiciosas e corajosas", afirmou ela.
O encontro de Doha busca aprovar medidas, incluindo uma extensão simbólica do Protocolo de Kyoto, que compromete os países ricos a cortar emissões de gases de efeito estufa até o fim de 2012.
"Em última análise, (os governos) têm de chegar a um pacote politicamente equilibrado (em Doha), com o qual ninguém ficará satisfeito... reconhecendo plenamente que o que vier de Doha não estará no nível de ambição de que necessitamos", disse ela.
KYOTO
Manter o Protocolo de Kyoto vivo seria um passo em direção a um acordo global a ser aprovado em 2015 e entrar em vigor em 2020. Ele forçará todas as nações a limitar as emissões de gás-estufa, em especial as decorrentes da queima de combustíveis fósseis em usinas de energia, fábricas e carros.
Figueres afirmou que os governos estão cientes da necessidade de ação urgente, mas também têm de conciliar os interesses nacionais, dos países da Opep preocupados com uma mudança do petróleo, aos pequenos Estados insulares, que querem medidas radicais para desacelerar a elevação do nível das marés.
"É aí que temos um gap", disse ela a milhares de delegados reunidos em um centro de convenções no Catar que tem uma escultura de metal gigantesca de uma aranha como centro.
Um acordo sobre a mudança climática é difícil porque "afeta todos os setores da economia. Afeta todas as partes da sociedade", disse Artur Runge-Metzger, chefe da delegação da Comissão Europeia.
Ele disse, porém, que foram feitos avanços na última década; muitas nações estabeleceram metas de cortes nas emissões para 2020.
O problema para o Protocolo de Kyoto é que Rússia, Japão e Canadá se retiraram do pacto. Com isso, o grupo que apoia Kyoto foi reduzido e é liderado pela União Europeia e pela Austrália, sendo responsável por menos de 15 por cento das emissões do mundo.