ONU denuncia massacre de 264 por grupos armados no Congo
O relatório apresenta os resultados de seis missões de investigação e de mais de 160 entrevistas com vítimas e testemunhas da violência nessa região
Da Redação
Publicado em 14 de novembro de 2012 às 12h59.
Genebra - Pelo menos 264 civis, entre eles 83 crianças, foram assassinados por grupos armados entre abril e setembro de 2012, na província de Kivu do Norte, na República Democrática do Congo (RDC), segundo uma denúncia da ONU que inclui um relatório sobre as instituições de direitos humanos na zona em questão.
O relatório apresenta os resultados de seis missões de investigação e de mais de 160 entrevistas com vítimas e testemunhas da violência nessa região, realizadas pelo Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos na RDC.
Os números são consequência de 75 ataques documentados na região de Masisi durante seis meses, segundo a ONU, que considera que estão longe de refletir a magnitude das violações de direitos humanos no leste do país africano.
Os autores do documento, divulgado nesta quarta-feira pela ONU, consideram que o número de vítimas em Masisi poderia ser maior e destacam que a maioria delas era idosos e crianças, o que limitava ainda mais a capacidade de fugir dos ataques.
A ONU atribui a maioria dos assassinatos ao grupo armado Raia Mutomboki, com a ajuda dos grupos Mayi Mayi, "que foram cometidos com extrema violência, sendo que muitas vítimas morreram com golpes de facão e outras foram queimadas vivas em suas casas".
O grupo opositor Nyatura foi considerado responsável por outras violações dos direitos humanos, incluindo assassinatos, saques e violações, em algumas ocasiões em colaboração com as Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda (FDLR).
O grupo Raia Mutomboki cometeu a maioria dos assassinatos contra membros da etnia Hutu, enquanto o Nyatura assassinou membros da etnia Tembo, de acordo com o documento.
"As sistemáticas violações dos direitos humanos, cometidas por esses grupos armados, incluindo o massacre de crianças, são as mais graves que vimos nos últimos tempos na RDC", disse a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay.
"As autoridades congolesas têm que tomar medidas imediatas para proteger os civis e combater a impunidade que só ajuda a encorajar os assassinos", afirmou em comunicado.
A ONU expressou sua preocupação pelo componente étnico dos massacres deste ano no leste da RDC, onde os enfrentamentos pelo controle de terras e pelos recursos naturais aconteceram em períodos cíclicos de violência entre as distintas comunidades.
"Tanto os Raia Mutomboki como os Nyatura lançaram ataques sistemáticos dirigidos contra civis, pelo geral baseando-se na etnia verdadeira ou suposta etnia das vítimas, e em supostos benefícios políticos e econômicos", segundo o relatório.
Em abril deste ano, as deserções no Exército e a consequente criação do grupo armado M23 levaram às forças armadas congolesas a se concentrarem no combate contra esta milícia, o que supôs uma forte freada nos avanços conquistados contra as FDLR.
Segundo a ONU, "muitos grupos armados tiraram vantagem da falta de segurança que deixou a redistribuição das unidades do Exército para estender suas próprias áreas de influência, frequentemente mediante violentos ataques contra a população civil, o que exacerbou a tensão entre etnias, algo que já promovia o M23".
A resposta do Exército, em colaboração com a Missão de Estabilização da ONU na RDC (MONUSCO), foi desdobrar várias unidades nas zonas afetadas desde julho, promovendo medidas que impulsionem o diálogo e a reconciliação.
O representante especial do secretário-geral da ONU para a RDC, Roger Meece, declarou que "o risco de intensificação deste conflito étnico é real, e representa uma grave preocupação para a paz e a segurança dos civis na região".
Genebra - Pelo menos 264 civis, entre eles 83 crianças, foram assassinados por grupos armados entre abril e setembro de 2012, na província de Kivu do Norte, na República Democrática do Congo (RDC), segundo uma denúncia da ONU que inclui um relatório sobre as instituições de direitos humanos na zona em questão.
O relatório apresenta os resultados de seis missões de investigação e de mais de 160 entrevistas com vítimas e testemunhas da violência nessa região, realizadas pelo Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos na RDC.
Os números são consequência de 75 ataques documentados na região de Masisi durante seis meses, segundo a ONU, que considera que estão longe de refletir a magnitude das violações de direitos humanos no leste do país africano.
Os autores do documento, divulgado nesta quarta-feira pela ONU, consideram que o número de vítimas em Masisi poderia ser maior e destacam que a maioria delas era idosos e crianças, o que limitava ainda mais a capacidade de fugir dos ataques.
A ONU atribui a maioria dos assassinatos ao grupo armado Raia Mutomboki, com a ajuda dos grupos Mayi Mayi, "que foram cometidos com extrema violência, sendo que muitas vítimas morreram com golpes de facão e outras foram queimadas vivas em suas casas".
O grupo opositor Nyatura foi considerado responsável por outras violações dos direitos humanos, incluindo assassinatos, saques e violações, em algumas ocasiões em colaboração com as Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda (FDLR).
O grupo Raia Mutomboki cometeu a maioria dos assassinatos contra membros da etnia Hutu, enquanto o Nyatura assassinou membros da etnia Tembo, de acordo com o documento.
"As sistemáticas violações dos direitos humanos, cometidas por esses grupos armados, incluindo o massacre de crianças, são as mais graves que vimos nos últimos tempos na RDC", disse a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay.
"As autoridades congolesas têm que tomar medidas imediatas para proteger os civis e combater a impunidade que só ajuda a encorajar os assassinos", afirmou em comunicado.
A ONU expressou sua preocupação pelo componente étnico dos massacres deste ano no leste da RDC, onde os enfrentamentos pelo controle de terras e pelos recursos naturais aconteceram em períodos cíclicos de violência entre as distintas comunidades.
"Tanto os Raia Mutomboki como os Nyatura lançaram ataques sistemáticos dirigidos contra civis, pelo geral baseando-se na etnia verdadeira ou suposta etnia das vítimas, e em supostos benefícios políticos e econômicos", segundo o relatório.
Em abril deste ano, as deserções no Exército e a consequente criação do grupo armado M23 levaram às forças armadas congolesas a se concentrarem no combate contra esta milícia, o que supôs uma forte freada nos avanços conquistados contra as FDLR.
Segundo a ONU, "muitos grupos armados tiraram vantagem da falta de segurança que deixou a redistribuição das unidades do Exército para estender suas próprias áreas de influência, frequentemente mediante violentos ataques contra a população civil, o que exacerbou a tensão entre etnias, algo que já promovia o M23".
A resposta do Exército, em colaboração com a Missão de Estabilização da ONU na RDC (MONUSCO), foi desdobrar várias unidades nas zonas afetadas desde julho, promovendo medidas que impulsionem o diálogo e a reconciliação.
O representante especial do secretário-geral da ONU para a RDC, Roger Meece, declarou que "o risco de intensificação deste conflito étnico é real, e representa uma grave preocupação para a paz e a segurança dos civis na região".