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ONU busca meios para reduzir catástrofe humanitária na Síria

A Organização planeja pedir a chanceleres de 78 países presentes em conferência no Kuwait façam um esforço e colaborem com doações

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 30 de março de 2015 às 17h35.

Cidade do Kuwait - A ONU espera arrecadar o montante recorde de US$ 8,4 bilhões em uma conferência que reunirá 78 doadores no Kuwait, com o objetivo de se solidarizar com a Síria, que enfrenta uma "catástrofe humanitária" e tem sido devastada por quatro anos de guerra civil.

"Um fracasso na arrecadação desses fundos levaria a uma catástrofe humanitária perigosa e aterradora", advertiu Abdulá al Maatuq, enviado especial da ONU para Assuntos Humanitários.

A ONU assinalou que a situação na Síria tem se agravado profundamente. Com isso, o conflito, iniciado em 2011, fez com que um em cada dois sírios se tornasse desabrigado ou refugiado, o que constitui a pior crise humanitária em 20 anos.

Neste sentido, a ONU pedirá que os chanceleres dos 78 países presentes à conferência façam um esforço sem precedentes.

"Terei vergonha de possível fracasso", diz Ban ki-moon

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que vai presidir a reunião, disse no sábado sentir "vergonha diante do fracasso" da comunidade internacional para acabar com a "carnificina" na Síria.

Por sua vez, a chefe de ações humanitárias das Nações Unidas, Valerie Amos, afirmou que a situação na Síria tinha se deteriorado ainda mais nos últimos meses. No país do Oriente Médio, mais de 215 mil pessoas morreram desde março de 2011, das quais 76 mil apenas em 2014, o ano com maior número de óbitos.

A entidade multilateral, sediada em Nova York, teme que se o dinheiro não for arrecadado durante o encontro, será necessário reduzir ou mesmo interromper a ajuda humanitária entregue aos 7,6 milhões de desabrigados e 3,9 milhões de refugiados, acolhidos nos países vizinhos.

Em 2013 e 2014, nas duas primeiras conferências para buscar assistência à Síria, os países prometeram a entrega de US$ 1,5 bi e US$ 2,4 bi. A ONU, no entanto, lamenta que grande parte do dinheiro prometido não tenha sido entregue.

Neste ano, a meta é ainda mais alta, já que o organismo internacional projeta que para os refugiados será preciso destinar por volta de US$ 5,5 bi, e para os desabrigados, US$ 2,9 bi.

Mais de 50% dos sírios não têm acesso à água potável

"Não temos um objetivo definido. Nossa meta é arrecadar $8,4 bilhões neste ano, e a conferência no Kuwait vai ser uma importante instância", disse Jens Laerke, porta-voz no Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês).

A ONG Oxfam pontuou que os países ricos "tiveram a oportunidade de mudar a situação, mas ainda precisam avançar em relação ao ano passado. Se ocorrer um fracasso, haverá consequências devastadoras para milhões de civis".

A organização contestou, em especial, as doações dos países europeus e afirmou que somente 10% dos governos prometeu doar fundos "equivalentes" às suas economias.

Segundo a ONU, dentro da Síria, quase dez milhões de pessoas não têm comida em quantidades suficientes e mais de 11 milhões estão sem água potável.

O OCHA avalia que a situação no país é cada vez mais complexa, já que o número de sírios vivendo em zonas de difícil acesso duplicou em um ano, alcançando as atuais 4,8 milhões de pessoas. Entre eles, a Unicef estima que estejam duas milhões de crianças.

A ONU advertiu que 2,6 milhões de crianças sírias, em todo o país, não frequentam a escola em razão da guerra civil que se prolonga há quatro anos.

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"Um fracasso na arrecadação desses fundos levaria a uma catástrofe humanitária perigosa e aterradora", advertiu Abdulá al Maatuq, enviado especial da ONU para Assuntos Humanitários.

A ONU assinalou que a situação na Síria tem se agravado profundamente. Com isso, o conflito, iniciado em 2011, fez com que um em cada dois sírios se tornasse desabrigado ou refugiado, o que constitui a pior crise humanitária em 20 anos.

Neste sentido, a ONU pedirá que os chanceleres dos 78 países presentes à conferência façam um esforço sem precedentes.

"Terei vergonha de possível fracasso", diz Ban ki-moon

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que vai presidir a reunião, disse no sábado sentir "vergonha diante do fracasso" da comunidade internacional para acabar com a "carnificina" na Síria.

Por sua vez, a chefe de ações humanitárias das Nações Unidas, Valerie Amos, afirmou que a situação na Síria tinha se deteriorado ainda mais nos últimos meses. No país do Oriente Médio, mais de 215 mil pessoas morreram desde março de 2011, das quais 76 mil apenas em 2014, o ano com maior número de óbitos.

A entidade multilateral, sediada em Nova York, teme que se o dinheiro não for arrecadado durante o encontro, será necessário reduzir ou mesmo interromper a ajuda humanitária entregue aos 7,6 milhões de desabrigados e 3,9 milhões de refugiados, acolhidos nos países vizinhos.

Em 2013 e 2014, nas duas primeiras conferências para buscar assistência à Síria, os países prometeram a entrega de US$ 1,5 bi e US$ 2,4 bi. A ONU, no entanto, lamenta que grande parte do dinheiro prometido não tenha sido entregue.

Neste ano, a meta é ainda mais alta, já que o organismo internacional projeta que para os refugiados será preciso destinar por volta de US$ 5,5 bi, e para os desabrigados, US$ 2,9 bi.

Mais de 50% dos sírios não têm acesso à água potável

"Não temos um objetivo definido. Nossa meta é arrecadar $8,4 bilhões neste ano, e a conferência no Kuwait vai ser uma importante instância", disse Jens Laerke, porta-voz no Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês).

A ONG Oxfam pontuou que os países ricos "tiveram a oportunidade de mudar a situação, mas ainda precisam avançar em relação ao ano passado. Se ocorrer um fracasso, haverá consequências devastadoras para milhões de civis".

A organização contestou, em especial, as doações dos países europeus e afirmou que somente 10% dos governos prometeu doar fundos "equivalentes" às suas economias.

Segundo a ONU, dentro da Síria, quase dez milhões de pessoas não têm comida em quantidades suficientes e mais de 11 milhões estão sem água potável.

O OCHA avalia que a situação no país é cada vez mais complexa, já que o número de sírios vivendo em zonas de difícil acesso duplicou em um ano, alcançando as atuais 4,8 milhões de pessoas. Entre eles, a Unicef estima que estejam duas milhões de crianças.

A ONU advertiu que 2,6 milhões de crianças sírias, em todo o país, não frequentam a escola em razão da guerra civil que se prolonga há quatro anos.

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