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ONU anuncia recorde de 65,3 milhões de refugiados no mundo

O número registrou alta de 9,7% na comparação com 2014, depois de uma estabilidade entre 1996 e 2011

Refugiados: "Vivemos em um mundo desigual, há guerras, conflitos, e é inevitável que as pessoas queiram seguir para um local mais seguro" (Bloomberg/Kostas Tsironis)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2016 às 08h29.

O ano de 2015 estabeleceu um recorde amargo, com 65,3 milhões de refugiados obrigados a deixar suas casas ou seus países de origem em consequência das guerras ou como vítimas de perseguições, anunciou a agência da ONU para os refugiados.

Desde 2011, quando começou a guerra na Síria, o número aumenta ano após ano, de acordo com as estatísticas do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

O número registrou alta de 9,7% na comparação com 2014, depois de uma estabilidade entre 1996 e 2011.

Esta é a primeira vez que a quantidade de deslocados superar 60 milhões de pessoas, número equivalente à população do Reino Unido.

O alto comissário para os refugiados, Filippo Grandi, que assumiu o cargo no início de 2016, destacou que "os fatores de ameaça para os refugiados se multiplicaram".

"Vivemos em um mundo desigual, há guerras, conflitos, e é inevitável que as pessoas queiram seguir para um local mais seguro", disse Grandi durante a apresentação do relatório, em Genebra, publicado no Dia Mundial do Refugiado.

Jan Egeland, secretário-geral da ONG Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC), que ajudou na elaboração do documento, afirmou que os refugiados "são vítimas de uma paralisação geral" dos governos em todo o mundo, que "renunciam a suas responsabilidades".

De acordo com Grandi, a maioria das crises que empurram os deslocados para o exílio são as mesmas, ano após ano, com a Síria como principal conflito no mundo.

Mas em 2015 surgiram novas situações de emergência, do Burundi ao Sudão do Sul e o Afeganistão.

Grandi indicou que atualmente os afegãos são o segundo grupo de refugiados mais numerosos em todo o planeta, atrás apenas dos sírios, que somam quase cinco milhões de pessoas.

O número representa uma forte alta na comparação com 2014, quando 59,5 milhões de pessoas se viram obrigadas a abandonar suas casas.

O número de refugiados, pessoas obrigadas a deixar seu país, subiu a 21,3 milhões e a quantidade de deslocados que migraram dentro das fronteiras de seu próprio país chegou a 40,8 milhões.

Os demais são 3,2 milhões de demandantes de asilo nos países ricos.

Segundo o Acnur, "um em cada 113 seres humanos no mundo hoje está desarraigado, é demandante de asilo, deslocado interno ou refugiado".

Das 65,3 milhões de pessoas, 16,1 milhões dependem do Acnur, "o maior número em 20 anos".

Os demais são 5,2 milhões de refugiados palestinos.

África, principal destino dos refugiados

Em 2015, mais da metade dos novos refugiados, equivalentes a um milhão de pessoas, procediam da Síria.

No final do ano passado, 55% dos 16,1 milhões de refugiados que dependem do Acnur estavam na Europa ou na África subsaariana.

No total, apenas na África há 4,41 milhões de refugiados, um aumento de 20%, procedentes principalmente da Somália, Sudão do Sul, República Democrática do Congo e República Centro-Africana.

A Europa é o segundo continente que recebe mais refugiados, com 4,39 milhões, o que representa um aumento de 43%.

A Turquia é o país que recebe mais refugiados, com 2,5 milhões de pessoas, seguida por Paquistão, com 1,6 milhão, e Líbano, com 1,1 milhão.

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O ano de 2015 estabeleceu um recorde amargo, com 65,3 milhões de refugiados obrigados a deixar suas casas ou seus países de origem em consequência das guerras ou como vítimas de perseguições, anunciou a agência da ONU para os refugiados.

Desde 2011, quando começou a guerra na Síria, o número aumenta ano após ano, de acordo com as estatísticas do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

O número registrou alta de 9,7% na comparação com 2014, depois de uma estabilidade entre 1996 e 2011.

Esta é a primeira vez que a quantidade de deslocados superar 60 milhões de pessoas, número equivalente à população do Reino Unido.

O alto comissário para os refugiados, Filippo Grandi, que assumiu o cargo no início de 2016, destacou que "os fatores de ameaça para os refugiados se multiplicaram".

"Vivemos em um mundo desigual, há guerras, conflitos, e é inevitável que as pessoas queiram seguir para um local mais seguro", disse Grandi durante a apresentação do relatório, em Genebra, publicado no Dia Mundial do Refugiado.

Jan Egeland, secretário-geral da ONG Conselho Norueguês para os Refugiados (NRC), que ajudou na elaboração do documento, afirmou que os refugiados "são vítimas de uma paralisação geral" dos governos em todo o mundo, que "renunciam a suas responsabilidades".

De acordo com Grandi, a maioria das crises que empurram os deslocados para o exílio são as mesmas, ano após ano, com a Síria como principal conflito no mundo.

Mas em 2015 surgiram novas situações de emergência, do Burundi ao Sudão do Sul e o Afeganistão.

Grandi indicou que atualmente os afegãos são o segundo grupo de refugiados mais numerosos em todo o planeta, atrás apenas dos sírios, que somam quase cinco milhões de pessoas.

O número representa uma forte alta na comparação com 2014, quando 59,5 milhões de pessoas se viram obrigadas a abandonar suas casas.

O número de refugiados, pessoas obrigadas a deixar seu país, subiu a 21,3 milhões e a quantidade de deslocados que migraram dentro das fronteiras de seu próprio país chegou a 40,8 milhões.

Os demais são 3,2 milhões de demandantes de asilo nos países ricos.

Segundo o Acnur, "um em cada 113 seres humanos no mundo hoje está desarraigado, é demandante de asilo, deslocado interno ou refugiado".

Das 65,3 milhões de pessoas, 16,1 milhões dependem do Acnur, "o maior número em 20 anos".

Os demais são 5,2 milhões de refugiados palestinos.

África, principal destino dos refugiados

Em 2015, mais da metade dos novos refugiados, equivalentes a um milhão de pessoas, procediam da Síria.

No final do ano passado, 55% dos 16,1 milhões de refugiados que dependem do Acnur estavam na Europa ou na África subsaariana.

No total, apenas na África há 4,41 milhões de refugiados, um aumento de 20%, procedentes principalmente da Somália, Sudão do Sul, República Democrática do Congo e República Centro-Africana.

A Europa é o segundo continente que recebe mais refugiados, com 4,39 milhões, o que representa um aumento de 43%.

A Turquia é o país que recebe mais refugiados, com 2,5 milhões de pessoas, seguida por Paquistão, com 1,6 milhão, e Líbano, com 1,1 milhão.

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