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OMS recomenda testes de 1ª vacina contra malária na África

A primeira dose seria administrada a crianças de cinco a 17 meses para observar seu efeito protetor

Vacina: segundo os especialistas, encarregados de aconselhar a OMS sobre as políticas de vacinação, o Mosquirix, ou vacina RTS,S, fabricado pelo laboratório GlaxoSmithKline (GSK), deveria ser distribuído em três ou cinco zonas para avaliar sua eficácia (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2015 às 15h28.

Um painel de especialistas da Organização Mundial de Saúde ( OMS ) recomendou nesta sexta-feira a realização de testes-piloto em certas zonas da África subsaariana de uma vacina contra a malária, a mais avançada que existe até agora, antes de contemplar um uso mais amplo.

Segundo os especialistas, encarregados de aconselhar a OMS sobre as políticas de vacinação, o Mosquirix, ou vacina RTS,S, fabricado pelo laboratório GlaxoSmithKline (GSK), deveria ser distribuído em três ou cinco zonas para avaliar sua eficácia.

A primeira dose seria administrada a crianças de cinco a 17 meses para observar seu efeito protetor.

"Nessas áreas da África, o assassino número um hoje em dia é a malária", disse Jon Abramson, presidente do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos da OMS (SAGE) sobre a imunização.

O Mosquirix é a vacina mais avançada contra o Plasmodium falciparu, a estirpe mais comum e mais grave da malária.

Transmitido por mosquitos, este parasita afeta cerca de 200 milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente nos trópicos, e é a causa de cerca de 600 mil mortes a cada ano, segundo a OMS.

Mais de 75% das mortes são de crianças menores de cinco anos, a maioria na África Subsaariana, onde o parasita mata 1.200 crianças por dia.

Desenvolvido pela GSK com apoio da Fundação de Bill e Melinda Gates, a vacina contra a malária Mosquirix é a primeira a chegar a fase III de ensaios clínicos - o estágio final antes da comercialização - e a primeira a ser avaliada por instituições.

Segundo o professor Abramson, os testes poderiam pavimentar o caminho para o uso generalizado da vacina ao longo dos próximos cinco anos.

Ao implementar esta fase piloto, também será observado se é possível administrar doses durante quatro programas de imunização de rotina.

A imunização completa se faz em quatro injeções, a administração da quarta dose a ser realizada um ano e meio após as três primeiras.

Abramson indica que uma das principais preocupações do painel de peritos é saber se os pais se deslocariam para administrar aos seus filhos esta quarta e última dose.

"Se a pessoa não administrar esta quarta dose, a eficácia da vacina é cancelada", disse.

Em abril, os resultados dos ensaios efetuados por vários anos em 15.500 crianças em sete países africanos foram publicados na revista médica The Lancet, mostrando um sucesso misto.

Os pesquisadores descobriram que a vacina oferece apenas declínios de proteção parcial com o tempo, mas ainda impede milhões de contaminações.

Estes resultados também apontam para um aumento do número de casos de meningite e malária cerebral entre as pessoas que receberam tratamento. De acordo com Abramson, a implantação dos testes recomendados pela OMS permitiria identificar melhor esses riscos.

No entanto, ele ressaltou que estes riscos poderiam ser "potencialmente mitigados", e que os benefícios do tratamento poderiam predominar.

O parasita da malária é capaz de desenvolver resistência aos tratamentos sucessivos. Enquanto as opções médicas são limitadas, o uso de mosquiteiros tratados com insecticida são um dos métodos mais eficazes de prevenção.

O laboratório GSK disse que a droga seria distribuída a um preço "sem fins lucrativos".

Segundo Abramson, a droga pode custar cerca de 5 dólares uma dose, ou 20 dólares por criança para um tratamento completo.

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Um painel de especialistas da Organização Mundial de Saúde ( OMS ) recomendou nesta sexta-feira a realização de testes-piloto em certas zonas da África subsaariana de uma vacina contra a malária, a mais avançada que existe até agora, antes de contemplar um uso mais amplo.

Segundo os especialistas, encarregados de aconselhar a OMS sobre as políticas de vacinação, o Mosquirix, ou vacina RTS,S, fabricado pelo laboratório GlaxoSmithKline (GSK), deveria ser distribuído em três ou cinco zonas para avaliar sua eficácia.

A primeira dose seria administrada a crianças de cinco a 17 meses para observar seu efeito protetor.

"Nessas áreas da África, o assassino número um hoje em dia é a malária", disse Jon Abramson, presidente do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos da OMS (SAGE) sobre a imunização.

O Mosquirix é a vacina mais avançada contra o Plasmodium falciparu, a estirpe mais comum e mais grave da malária.

Transmitido por mosquitos, este parasita afeta cerca de 200 milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente nos trópicos, e é a causa de cerca de 600 mil mortes a cada ano, segundo a OMS.

Mais de 75% das mortes são de crianças menores de cinco anos, a maioria na África Subsaariana, onde o parasita mata 1.200 crianças por dia.

Desenvolvido pela GSK com apoio da Fundação de Bill e Melinda Gates, a vacina contra a malária Mosquirix é a primeira a chegar a fase III de ensaios clínicos - o estágio final antes da comercialização - e a primeira a ser avaliada por instituições.

Segundo o professor Abramson, os testes poderiam pavimentar o caminho para o uso generalizado da vacina ao longo dos próximos cinco anos.

Ao implementar esta fase piloto, também será observado se é possível administrar doses durante quatro programas de imunização de rotina.

A imunização completa se faz em quatro injeções, a administração da quarta dose a ser realizada um ano e meio após as três primeiras.

Abramson indica que uma das principais preocupações do painel de peritos é saber se os pais se deslocariam para administrar aos seus filhos esta quarta e última dose.

"Se a pessoa não administrar esta quarta dose, a eficácia da vacina é cancelada", disse.

Em abril, os resultados dos ensaios efetuados por vários anos em 15.500 crianças em sete países africanos foram publicados na revista médica The Lancet, mostrando um sucesso misto.

Os pesquisadores descobriram que a vacina oferece apenas declínios de proteção parcial com o tempo, mas ainda impede milhões de contaminações.

Estes resultados também apontam para um aumento do número de casos de meningite e malária cerebral entre as pessoas que receberam tratamento. De acordo com Abramson, a implantação dos testes recomendados pela OMS permitiria identificar melhor esses riscos.

No entanto, ele ressaltou que estes riscos poderiam ser "potencialmente mitigados", e que os benefícios do tratamento poderiam predominar.

O parasita da malária é capaz de desenvolver resistência aos tratamentos sucessivos. Enquanto as opções médicas são limitadas, o uso de mosquiteiros tratados com insecticida são um dos métodos mais eficazes de prevenção.

O laboratório GSK disse que a droga seria distribuída a um preço "sem fins lucrativos".

Segundo Abramson, a droga pode custar cerca de 5 dólares uma dose, ou 20 dólares por criança para um tratamento completo.

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