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OMS faz apelo mundial por vacina contra ebola

Nesta quinta, entidade reuniu em Genebra os 200 maiores especialistas no ebola e selecionou dez novos tratamentos que podem ser usados para frear a doença

Especialistas em ebola: OMS selecionou oito remédios e duas vacinas que estão sendo testadas (Denis Balibouse/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2014 às 17h05.

Genebra - Os testes de segurança da primeira vacina contra o ebola começam a ser realizados pela GlaxoSmithKline e, diante de uma epidemia que não dá sinais de perder força, a Organização Mundial da Saúde ( OMS ) faz um apelo às empresas do setor farmacêutico e agências regulatórias para que apressem o desenvolvimento e aprovação de remédios para lidar com o vírus.

Nesta quinta-feira, 04, a entidade reuniu em Genebra os 200 maiores especialistas no ebola e selecionou dez novos tratamentos que podem ser usados para frear a doença como candidatos para investimentos.

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Mas alertou que, se os investimentos não forem incrementados, muita gente ainda morrerá, antes de remédios e vacinas estarem disponíveis.

No total, a OMS selecionou oito remédios e duas vacinas que estão sendo testadas e começam a dar sinais de que podem ser parte de uma resposta global ao problema.

Segundo Marie-Paule Kieny, vice-diretora da OMS, a meta do encontro desta semana entre os especialistas é o de concentrar esforços em alguns remédios com maior potencial e acertar um compromisso de que chegarão ao mercado no tempo mais curto possível.

"Isso poderá fazer toda a diferença no combate à doença", declarou.

A constatação da OMS é de que as medidas impostas pela entidade para frear o vírus não estão dando os resultados esperados e, nas últimas semanas, a proliferação ganhou um ritmo inédito.

A grande aposta, portanto, é no desenvolvimento de vacinas, até como uma alternativa ainda mais viável que a produção em grande escala de remédios experimentais para pacientes que já foram infectados.

Segundo a OMS, a GlaxoSmithKline vai iniciar nesta semana os testes de segurança de uma de suas vacinas.

Outros testes pela NewLink Genetics Corp estão agendados para o fim do ano e a empresa informou à OMS nesta quinta-feira que a agência reguladora americana já deu sinal verde para que teste de forma experimental a vacina em humanos.

Já a Johnson & Johnson antecipou testes clínicos de 2016 para 2015 de uma nova vacina.

Tratamento

A OMS ainda pré-selecionou oito tratamentos que poderiam ser desenvolvidos, entre eles o remédio ZMapp, produzido nos Estados Unidos e já utilizado no atual surto.

Para a entidade, a eficiência do remédio ainda é "incerta" e incrementar sua produção enfrenta sérios limites.

Até o fim do ano, o melhor dos cenários é a produção de algumas centenas de doses apenas, insuficiente para a previsão da OMS de que 20 mil pessoas podem ser infectadas até 2015.

Não por acaso, a OMS fez um apelo aos cientistas, governos e empresas para que acelerem produção, testes e aprovações de novos remédios. "Acelerar o desenvolvimento de terapias e vacinas exige esforço global", admitiu a entidade.

A OMS também pediu que a decisão sobre quais remédios e vacinas receberão maior atenção seja "transparente" e os governos africanos sejam consultados.

O vírus ebola foi descoberto em 1976. Mas os trabalhos científicos e a ação do setor privado para desenvolver remédios acabaram praticamente abandonados. O principal motivo? Não havia mercado.

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