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Oito pessoas ficam feridas em confronto entre apoiadores de Morales e Arce na Bolívia

Ex-presidente segue até La Paz junto com seus apoiadores em um marcha contra o atual governante do país

O ex-presidente boliviano (2006-2019) Evo Morales Ayma (C) sorri durante a chamada Marcha para Salvar a Bolívia -contra seu ex-aliado, o líder esquerdista Luis Arce- em Caracollo, província de Oruro, 200 km ao sul de La Paz, Bolívia , em 17 de setembro de 2024. Morales, que acusa o presidente Luis Arce de usar os poderes judiciário e eleitoral para bloquear sua candidatura presidencial, iniciou uma marcha até La Paz junto com vários milhares de seus apoiadores, enquanto o governo insistia em esforços conspiratórios (AIZAR RALDES/AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 23 de setembro de 2024 às 06h24.

Última atualização em 23 de setembro de 2024 às 06h26.

Confrontos entre apoiadores do presidenteLuis Arcee do ex-presidenteEvo Moralesforam registrados no domingo, 22, perto de La Paz, com um balanço de oito feridos, e o chefe de Estado alertou que não permitirá uma "guerra civil" na Bolívia.

Marcha para salvar a Bolívia

Uma marcha de Morales, que governou o país entre 2006 e 2019, e quase 10 mil apoiadores começou na terça-feira da semana passada na cidade de Caracollo, 190 quilômetros ao sul de La Paz, e avança em direção à sede do governo.

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O protesto deve chegar nesta segunda-feira, 23, a La Paz, segundo o ex-presidente, em meio a confrontos violentos entre seguidores dos dois políticos, com a crise econômica como pano de fundo.

"Uma guerra civil, como diz um de seus operadores (políticos), é precisamente o que gostariam os inimigos internos e externos do nosso Estado Plurinacional da Bolívia (...) Não permitiremos", afirmou Arce em uma mensagem na televisão, ao lado de seu vice-presidente, David Choquehuanca, sem revelar o nome do colaborador de Morales acusado.

"Para que aconteça uma guerra civil, são necessárias pelo menos duas frentes antagônicas e este é um prazer que não te daremos, nossa aposta é na paz", declarou.

Ex-aliados políticos

Arce e Morales estão em desacordo sobre a liderança do partido governista e a candidatura presidencial para as eleições de agosto de 2025, embora apenas o ex-governante tenha anunciado que deseja concorrer.

Com pedras, pedaços de paus e fogos de artifício, os seguidores de Arce e Morales se enfrentaram duas vezes ao longo da caminhada.

O primeiro confronto aconteceu na quarta-feira, na cidade de Vila Vila, logo após o início da marcha, e deixou 26 feridos, segundo o Ministério da Saúde.

O segundo aconteceu no domingo na região de Ventilla, nas imediações da cidade de El Alto, uma passagem obrigatória da marcha em direção a La Paz. Oito pessoas ficaram feridas.

"Esta mobilização não tem como finalidade uma reivindicação social, seu objetivo primordial é interromper o atual mandato constitucional ", disse a ministra das Relações Exteriores, Celinda Sosa, em cartas enviadas às Nações Unidas, ao Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos e à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

A interrupção do governo Arce, alegou, aconteceria com a "antecipação das eleições nacionais e a viabilização de uma nova candidatura do senhor Morales, apesar de a Constituição Política do Estado não permitir".

O governo destaca que a Constituição prevê a reeleição imediata ou consecutiva apenas uma vez, o que impediria Morales de concorrer novamente, embora o ex-presidente insista que está permitida, quando acontece após ao menos um mandato presidencial.

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