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Oferta de voos às Malvinas reduz tensão com Reino Unido

O conflito pela soberania das Malvinas e os rumores sobre uma estatização da YPF eram os temas mais esperados da inauguração do ano legislativo

Em 1999, a Argentina chegou a um acordo com o Reino Unido que permite o uso de seu espaço aéreo para que a companhia Lan voe às ilhas a partir do Chile (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de março de 2012 às 22h03.

Buenos Aires - Em plena escalada do clima de tensão com o Reino Unido , a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, surpreendeu nesta quinta-feira ao propor voos de seu país às ilhas Malvinas em um discurso no Congresso no qual também aliviou a pressão sobre a YPF, mas não pôs fim às dúvidas sobre o futuro da companhia petrolífera.

O conflito pela soberania das Malvinas e os rumores sobre uma estatização da YPF eram os temas mais esperados da inauguração do ano legislativo e foram os últimos sobre os quais a governante se referiu.

'Não vim para brigar, vim para informar', disse Cristina aos parlamentares. No discurso, que se assemelhou a uma cerimônia partidária e durou mais de três horas, ela lembrou, com lágrimas nos olhos, seu falecido marido e antecessor na Presidência, Néstor Kirchner.

Quase no final do pronunciamento, quando os presentes começavam a demonstrar impaciência, ela surpreendeu com uma proposta para renegociar com o Reino Unido o plano de comunicações das Ilhas Malvinas e oferecer um aumento das frequências semanais de voos com saídas de Buenos Aires e aeronaves da Aerolíneas Argentinas.

Em 1999, a Argentina chegou a um acordo com o Reino Unido que permite o uso de seu espaço aéreo para que a companhia Lan voe às ilhas a partir do Chile.

'Não estamos aqui para prejudicar comunidade alguma', afirmou Cristina, longe do tom de irritação exibido em outras ocasiões ao falar sobre o tema.


Um dia antes, a União Europeia anunciou sua intenção de adotar ações diplomáticas 'apropriadas' em resposta ao apelo do governo argentino para boicotar comercialmente o Reino Unido, às vésperas do 30º aniversário do início da guerra pela soberania das ilhas Malvinas, que deixou cerca de 900 mortos.

Minutos antes de se referir à questão das Malvinas, a presidente tinha desativado outra 'bomba' que era esperada para ser detonada em seu discurso: a situação da YPF, a principal petrolífera do país, controlada pela espanhola Repsol.

A presidente 'pisou em ovos' sobre o conflito com a companhia. 'Vamos tomar as medidas necessárias para garantir o fornecimento de combustível', disse.

Após a menção à YPF, as ações da companhia subiram 16,80% na Bolsa de Buenos Aires, embora fontes do setor consultadas pela Agência Efe tenham se mostrado cautelosas sobre a estratégia governamental e não descartaram uma nova investida estatal nos próximos meses.

Não houve uma só menção aos supostos planos do governo para tomar o controle da empresa, nem às intensas negociações que ocorreram em Buenos Aires nos últimos dias entre os governos de Espanha e Argentina, e que incluíram inclusive uma visita-relâmpago do ministro de Indústria espanhol, José Manuel Soria.


Em seu longo discurso, ela atacou o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, que na quarta-feira tentou devolver ao governo a gestão do metrô da cidade.

Cristina Kirchner questionou se Macri pensa que é 'prefeito de Nova York', e qualificou como 'adolescente e vergonhosa' a atitude do político.

A presidente argentina aproveitou a ocasião para reiterar que não 'tremerá' para tomar a decisão 'que tiver que tomar' com a concessão privada do serviço ferroviário após o acidente que custou as vidas, na semana passada, de 51 pessoas.

'Minha mão não vai tremer para tomar as decisões que tiver que tomar', afirmou a governante, que foi duramente criticada pela gestão do acidente e pela falta de controle estatal sobre as empresas concessionárias.

O tom do discurso de Cristina e seus contínuos apelos à unidade não conseguiram comover a oposição, que criticou a falta de um projeto e a omissão de grandes problemas do país, como a crise energética e a inflação.

Segundo o esquerdista Claudio Lozano, da Frente Ampla Progressista, a presidente tentou 'fazer a Argentina parecer a Disneylândia', enquanto a conservadora Gabriela Michetti se perguntou se algum dos presentes 'vive no país do qual falava a presidente'.

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Buenos Aires - Em plena escalada do clima de tensão com o Reino Unido , a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, surpreendeu nesta quinta-feira ao propor voos de seu país às ilhas Malvinas em um discurso no Congresso no qual também aliviou a pressão sobre a YPF, mas não pôs fim às dúvidas sobre o futuro da companhia petrolífera.

O conflito pela soberania das Malvinas e os rumores sobre uma estatização da YPF eram os temas mais esperados da inauguração do ano legislativo e foram os últimos sobre os quais a governante se referiu.

'Não vim para brigar, vim para informar', disse Cristina aos parlamentares. No discurso, que se assemelhou a uma cerimônia partidária e durou mais de três horas, ela lembrou, com lágrimas nos olhos, seu falecido marido e antecessor na Presidência, Néstor Kirchner.

Quase no final do pronunciamento, quando os presentes começavam a demonstrar impaciência, ela surpreendeu com uma proposta para renegociar com o Reino Unido o plano de comunicações das Ilhas Malvinas e oferecer um aumento das frequências semanais de voos com saídas de Buenos Aires e aeronaves da Aerolíneas Argentinas.

Em 1999, a Argentina chegou a um acordo com o Reino Unido que permite o uso de seu espaço aéreo para que a companhia Lan voe às ilhas a partir do Chile.

'Não estamos aqui para prejudicar comunidade alguma', afirmou Cristina, longe do tom de irritação exibido em outras ocasiões ao falar sobre o tema.


Um dia antes, a União Europeia anunciou sua intenção de adotar ações diplomáticas 'apropriadas' em resposta ao apelo do governo argentino para boicotar comercialmente o Reino Unido, às vésperas do 30º aniversário do início da guerra pela soberania das ilhas Malvinas, que deixou cerca de 900 mortos.

Minutos antes de se referir à questão das Malvinas, a presidente tinha desativado outra 'bomba' que era esperada para ser detonada em seu discurso: a situação da YPF, a principal petrolífera do país, controlada pela espanhola Repsol.

A presidente 'pisou em ovos' sobre o conflito com a companhia. 'Vamos tomar as medidas necessárias para garantir o fornecimento de combustível', disse.

Após a menção à YPF, as ações da companhia subiram 16,80% na Bolsa de Buenos Aires, embora fontes do setor consultadas pela Agência Efe tenham se mostrado cautelosas sobre a estratégia governamental e não descartaram uma nova investida estatal nos próximos meses.

Não houve uma só menção aos supostos planos do governo para tomar o controle da empresa, nem às intensas negociações que ocorreram em Buenos Aires nos últimos dias entre os governos de Espanha e Argentina, e que incluíram inclusive uma visita-relâmpago do ministro de Indústria espanhol, José Manuel Soria.


Em seu longo discurso, ela atacou o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, que na quarta-feira tentou devolver ao governo a gestão do metrô da cidade.

Cristina Kirchner questionou se Macri pensa que é 'prefeito de Nova York', e qualificou como 'adolescente e vergonhosa' a atitude do político.

A presidente argentina aproveitou a ocasião para reiterar que não 'tremerá' para tomar a decisão 'que tiver que tomar' com a concessão privada do serviço ferroviário após o acidente que custou as vidas, na semana passada, de 51 pessoas.

'Minha mão não vai tremer para tomar as decisões que tiver que tomar', afirmou a governante, que foi duramente criticada pela gestão do acidente e pela falta de controle estatal sobre as empresas concessionárias.

O tom do discurso de Cristina e seus contínuos apelos à unidade não conseguiram comover a oposição, que criticou a falta de um projeto e a omissão de grandes problemas do país, como a crise energética e a inflação.

Segundo o esquerdista Claudio Lozano, da Frente Ampla Progressista, a presidente tentou 'fazer a Argentina parecer a Disneylândia', enquanto a conservadora Gabriela Michetti se perguntou se algum dos presentes 'vive no país do qual falava a presidente'.

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