Ofensiva em In Amenas era única opção, dizem especialistas
O país segue "há muito tempo uma estratégia que consiste em não dar chances para o terrorismo, explicou o francês Frédéric Gallois, ex-chefe do GIGN
Da Redação
Publicado em 18 de janeiro de 2013 às 16h24.
Paris - A Argélia , fiel à sua doutrina, invadiu o campo de extração de gás de In Amenas, numa operação que foi, provavelmente, sua única opção, apesar das reservas ocidentais, acreditam especialistas.
O país segue "há muito tempo uma estratégia que consiste em não dar chances para o terrorismo", uma estratégia que "funciona", mesmo que "surpreenda o Ocidente", explicou o francês Frédéric Gallois, ex-chefe do GIGN (Grupo de Intervenção da Gendarmerie Nacional, especializada neste tipo de operação).
"Os argelinos estão em melhor posição do que qualquer um para saber que não se negocia com eles. Há 20 anos estamos em guerra", disse à AFP o romancista Yasmina Khadra, um ex-oficial argelino. Uma guerra que matou cerca de 200.000 pessoas.
O "objetivo político" das forças argelinas "é, acima de tudo, neutralizar os terroristas quando estão em casa. A missão prioritária é salvar as vidas dos reféns", analisa Frédéric Gallois. "O segundo objetivo é cortar a propaganda islâmica, eles não querem que isso dure uma semana".
Outra prioridade, segundo um oficial militar ocidental, é garantir a segurança dos campos de gás, um setor econômico crucial para o país.
Para Yasmina Khadra, o sequestro de In Amenas é uma "missão suicida", "para fazer o máximo de vítimas e, talvez, destruir o campo de exploração de gás", o que explica a reação imediata das forças argelinas" que consideraram: "Não temos escolha, vamos atacar e vamos tentar salvar" os reféns.
Afinado com Londres, Washington e Tóquio, o governo de Paris ressaltou o caráter "complexo" da operação, alertando para críticas fáceis.
Sob condição de anonimato, um investigador ocidental mencionou "um ataque à la russa" dos argelinos. "Mas, no final das contas, os russos erradicaram alguns dos grupos terroristas mais violentos do mundo", observa Frédéric Gallois, referindo-se ao teatro de Moscou e a escola de Beslan.
No entanto, de acordo com Eric Denécé, especialista em inteligência do Centro Francês de Pesquisas sobre Inteligência (CF2R), Argel não é, a princípio, fechado a negociações. No caso de seus diplomatas sequestrados em Gao, em abril, "preferiu negociar com os grupos jihadistas", escreveu o pesquisador em uma nota enviada à AFP.
Mas a sua "posição evoluiu consideravelmente em poucos dias, após o rompimento das negociações", e o sequestro de In Amenas "confirma a determinação de Alger em continuar a luta contra os terroristas".
Se há um julgamento que não pode ser feito em relação aos argelinos é quanto à incompetência, insiste Denécé. As forças especiais agiram "em Chade, Níger, Mali, Mauritânia e Líbia para neutralizar o Grupo Salafista para a Pregação e o Combate (GSPC), hoje sob a bandeira da Aqmi" , escreveu. Eles têm, no sul da Argélia, 3.000 homens "em pé de guerra" em uma operação para libertar os seus diplomatas.
O Exército, a Polícia, a segurança nacional e os serviços de inteligência têm "unidades e comandos anti-terroristas", como o Grupo de Intervenção Especial (SIG), criado em 1987 tendo como modelo o GIGN e treinado pelos ocidentais.
Mesmo sem a "técnica das forças ocidentais especiais", essas unidades têm "uma grande experiência" e "equipamentos modernos".
Mas, além da ofensiva, surgem questões sobre a segurança do campo de gás, de acordo com Jean-Luc Marret, da Fundação para a Pesquisa Estratégica: ele observa que o comando liderou a operação em uma área ultra-segura, mas onde a presença de combatentes islâmicos tem sido regularmente notificada.
Paris - A Argélia , fiel à sua doutrina, invadiu o campo de extração de gás de In Amenas, numa operação que foi, provavelmente, sua única opção, apesar das reservas ocidentais, acreditam especialistas.
O país segue "há muito tempo uma estratégia que consiste em não dar chances para o terrorismo", uma estratégia que "funciona", mesmo que "surpreenda o Ocidente", explicou o francês Frédéric Gallois, ex-chefe do GIGN (Grupo de Intervenção da Gendarmerie Nacional, especializada neste tipo de operação).
"Os argelinos estão em melhor posição do que qualquer um para saber que não se negocia com eles. Há 20 anos estamos em guerra", disse à AFP o romancista Yasmina Khadra, um ex-oficial argelino. Uma guerra que matou cerca de 200.000 pessoas.
O "objetivo político" das forças argelinas "é, acima de tudo, neutralizar os terroristas quando estão em casa. A missão prioritária é salvar as vidas dos reféns", analisa Frédéric Gallois. "O segundo objetivo é cortar a propaganda islâmica, eles não querem que isso dure uma semana".
Outra prioridade, segundo um oficial militar ocidental, é garantir a segurança dos campos de gás, um setor econômico crucial para o país.
Para Yasmina Khadra, o sequestro de In Amenas é uma "missão suicida", "para fazer o máximo de vítimas e, talvez, destruir o campo de exploração de gás", o que explica a reação imediata das forças argelinas" que consideraram: "Não temos escolha, vamos atacar e vamos tentar salvar" os reféns.
Afinado com Londres, Washington e Tóquio, o governo de Paris ressaltou o caráter "complexo" da operação, alertando para críticas fáceis.
Sob condição de anonimato, um investigador ocidental mencionou "um ataque à la russa" dos argelinos. "Mas, no final das contas, os russos erradicaram alguns dos grupos terroristas mais violentos do mundo", observa Frédéric Gallois, referindo-se ao teatro de Moscou e a escola de Beslan.
No entanto, de acordo com Eric Denécé, especialista em inteligência do Centro Francês de Pesquisas sobre Inteligência (CF2R), Argel não é, a princípio, fechado a negociações. No caso de seus diplomatas sequestrados em Gao, em abril, "preferiu negociar com os grupos jihadistas", escreveu o pesquisador em uma nota enviada à AFP.
Mas a sua "posição evoluiu consideravelmente em poucos dias, após o rompimento das negociações", e o sequestro de In Amenas "confirma a determinação de Alger em continuar a luta contra os terroristas".
Se há um julgamento que não pode ser feito em relação aos argelinos é quanto à incompetência, insiste Denécé. As forças especiais agiram "em Chade, Níger, Mali, Mauritânia e Líbia para neutralizar o Grupo Salafista para a Pregação e o Combate (GSPC), hoje sob a bandeira da Aqmi" , escreveu. Eles têm, no sul da Argélia, 3.000 homens "em pé de guerra" em uma operação para libertar os seus diplomatas.
O Exército, a Polícia, a segurança nacional e os serviços de inteligência têm "unidades e comandos anti-terroristas", como o Grupo de Intervenção Especial (SIG), criado em 1987 tendo como modelo o GIGN e treinado pelos ocidentais.
Mesmo sem a "técnica das forças ocidentais especiais", essas unidades têm "uma grande experiência" e "equipamentos modernos".
Mas, além da ofensiva, surgem questões sobre a segurança do campo de gás, de acordo com Jean-Luc Marret, da Fundação para a Pesquisa Estratégica: ele observa que o comando liderou a operação em uma área ultra-segura, mas onde a presença de combatentes islâmicos tem sido regularmente notificada.