OEA aprova resolução de repúdio à separação de famílias imigrantes nos EUA
Conselho estimulou que Comissão Interamericana de Direitos Humanos visite fronteira para "observar as consequências das políticas migratórias" dos EUA
AFP
Publicado em 29 de junho de 2018 às 16h17.
O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos ( OEA ) aprovou nesta sexta-feira (29) uma resolução de enérgica condenação à prática de separação de famílias imigrantes nos Estados Unidos e que pede medidas para reunifcá-las "o mais rápido possível".
A resolução, adotada por consenso, expressa "energicamente o rechaço a qualquer política migratória que conduza à separação de famílias porque gera uma prática violatória dos direitos humanos".
No documento, o Conselho Permanente também estimulou que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) faça uma visita à região da fronteira para "observar as consequências das políticas migratórias, de refúgio e asilo implementadas pelos Estados Unidos".
Este texto havia sido incluído na agenda do Conselho Permanente por iniciativa do México, e de imediato obteve o apoio dos governos de El Salvador, Honduras e Guatemala.
A resolução é a resposta da OEA ao escândalo provocado pela política americana de "tolerância zero" à imigração ilegal e que desde maio motivou a separação de milhares de crianças, agora retidas em abrigos por todo o país.
Há uma semana, sob forte pressão nacional e internacional, o presidente Donald Trump assinou um decreto que acaba com o processamento criminal automático dos adultos imigrantes em situação ilegal que levava à separação das famílias.
Por isso, o texto da resolução foi modificado apenas para incluir uma menção à necessidade de "implementar as medidas recentemente anunciadas dirigidas a evitar a separação de famílias".
Contudo, ainda não sabe sabe qual será o destino das aproximadamente 2.000 crianças e menores de idade.
Na terça-feira, um juiz da Califórnia ordenou ao governo federal que reúna em um prazo de 30 dias todas as famílias separadas na região da fronteira pela aplicação da política de "tolerância zero".