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Obama recupera popularidade, mas enfrenta dúvidas na metade do mandato

Pesquisas apontam que o presidente dos Estados Unidos conseguiu superar a barreira de popularidade de 50%, marca que ele não conseguia há meses

Barack Obama, presidente norte-americano: momento doce com o eleitorado (Win McNamee/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2011 às 05h25.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, completa nesta quinta-feira dois anos no poder motivado pela recuperação de sua popularidade, mas com inúmeras dúvidas sobre o futuro.

Obama atravessa um momento doce entre o eleitorado. As enquetes apontam que ele conseguiu superar a barreira de popularidade de 50%, o que não conseguia há meses.

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Em parte, a recuperação se deve à aprovação em dezembro no Congresso de uma série de medidas, como o tratado de desarmamento nuclear com a Rússia, o Start, e o acordo para prorrogar cortes de impostos, nas quais buscou e alcançou o respaldo da oposição republicana.

Pesou a seu favor a rápida resposta ao tiroteio de Tucson em 8 de janeiro, no qual morreram seis pessoas e 14 ficaram feridas, entre elas a congressista Gabrielle Giffords. Obama participou de uma homenagem às vítimas no qual fez pronunciamento emotivo chamando à união.

Para Obama, agora o desafio é manter durante a segunda metade de seu mandato - marcada pelo domínio republicano na Câmara de Representantes e a proximidade do pleito de 2012 - esta conexão com os eleitores.

Aos eleitores fica muito longe aquele 20 de janeiro de 2009 em que 2 milhões de pessoas acudiram ao Mall de Washington presenciar a posse o primeiro presidente negro dos EUA.

O primeiro teste de fogo será nesta semana, quando fará na terça-feira um pronunciamento diante do plenário das duas Câmaras do Congresso, seu discurso anual sobre o Estado da União, no qual vai expor suas prioridades legislativas para este ano.

Como informou o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, o presidente trabalha ainda na primeira minuta do discurso, considerado o mais importante do ano. Gibbs apontou que Obama abordará de novo, como fez em Tucson, os temas da unidade, a cooperação e o abandono da dialética insultante em a política.

Não vai ser fácil. Nesta quarta mesmo, a maioria republicana na Câmara de Representantes impôs uma votação para anular a reforma do sistema sanitário, a "joia da coroa" do mandato de Obama até o momento.

Embora a revogação não deva seguir adiante, já que os democratas ainda controlam o Senado e Obama divulgou que vetaria se chegasse para ele promulgar, representa um indicativo de esta será previsivelmente a estratégia republicana para os próximos dois anos: tratar de impedir qualquer conquista do presidente.

Casa Branca como os republicanos têm claro que a campanha eleitoral para o pleito de 2012 começa já neste mesmo ano.

Após o discurso sobre o Estado da Nação, o presidente americano tem pela frente outro potencial empecilho, a apresentação de sua proposta de orçamento para o próximo ano fiscal.

Sobre esse assunto está prevista uma dura batalha com os republicanos, que basearam boa parte da campanha com a qual ganharam as legislativas de novembro em promessas de austeridade fiscal e de corte do déficit fiscal, superior a US$ 1,3 trilhão.

A Casa Branca deve apresentar sua proposta em 14 de fevereiro, uma semana após o habitual, por causa do atraso na confirmação no Senado de seu novo diretor do Escritório de Gestão e Orçamento, Jack Lew, que substituiu Peter Orszag.

Para enfrentar os desafios de sua segunda metade de mandato, Obama está realizando uma profunda reestruturação da equipe. Já nomeou um novo chefe de Gabinete, o empresário William Daley, e um novo assessor econômico, Gene Sperling. Está também de saída o porta-voz presidencial, Robert Gibbs.

A nova equipe terá de reforçar os laços com o mundo empresarial e colaborar com os republicanos para manter a "marca Obama". E o presidente terá de lembrar aos cidadãos os motivos que os levaram ao Mall naquela gelada amanhã de janeiro dois anos atrás

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