Mundo

Obama diz que faria de novo operação que libertou Bergdahl

Presidente disse que repetiria a troca do sargento pelos cinco presos talibãs de Guantánamo apesar das duras críticas


	O soldado americano Bowe Bergdahl (D) antes de ser entregue às forças dos EUA
 (Al-Emara/AFP)

O soldado americano Bowe Bergdahl (D) antes de ser entregue às forças dos EUA (Al-Emara/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2014 às 23h08.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta sexta-feira que repetiria a troca do sargento Bowe Bergdahl pelos cinco presos talibãs da prisão de Guantánamo apesar das duras críticas pela possível deserção do jovem e sua falta de transparência com o Congresso.

Em sua primeira entrevista após a libertação do sargento concedida à "NBC" desde a Normandia, na França, onde vários líderes mundiais se reuniram hoje para celebrar o 70° aniversário do Dia D, Obama explicou o porquê da decisão.

"Quando uma pessoa veste o uniforme de nosso país, está em um cenário de guerra e é capturado, faremos todo o possível para trazê-lo de volta para casa", confirmou o líder.

O presidente americano recebeu uma inundação de críticas por não ter notificado o Congresso da operação com os 30 dias de adiantamento que a legislação prevê, e muitos sublinharam o risco que a transferência desses cinco réus pode representar, por terem pertencido à cúpula talibã.

A Administração rebateu, e alegou que o delicado estado de saúde do sargento de 28 anos, detido desde 2009, obrigou a acelerar a troca enquanto os sequestradores ameaçaram assassiná-lo se a operação vazasse.

"Tivemos que atuar com rapidez diante de uma situação delicada que exigia naquele momento não se tornar pública", acrescentou hoje o líder.

Sobre as críticas ao acordo, o presidente assinalou que a guerra no Afeganistão está terminando, e que, por definição, "não se faz intercâmbios de prisioneiros com aliados, mas com inimigos".

"Também é importante para nós reconhecer que o processo de transição de finalizar uma guerra vai implicar, em algumas ocasiões, a libertação de gente em que não podemos confiar, mas à qual não podemos condenar", acrescentou Obama.

"Isto é algo que voltaria a fazer, e farei sempre que tiver a oportunidade se tiver um membro de nossas Forças Armadas em cativeiro, trataremos de libertá-lo", insistiu.

As circunstâncias da captura de Bergdahl em 2009 também são motivo de controvérsia, e vários de seus companheiros acusaram o militar de ser um desertor, de ter obrigado a desviar recursos para buscá-lo e de ser responsável indireto da morte de vários militares devido a seu desaparecimento.

Segundo relatório elaborado pelo Pentágono em 2010, Bergdahl abandonou seu posto pelo menos uma vez antes de ser sequestrado, e também se afastou dele voluntariamente na noite do 30 de junho, quando foi capturado pelos talibãs.

Acompanhe tudo sobre:AfeganistãoÁsiaBarack ObamaEstados Unidos (EUA)Países ricosPersonalidadesPolíticos

Mais de Mundo

Trump diz que quer ser 'presidente de todos' e detalha tiro que levou em 1º discurso após atentado

Trump fará 1º comício após ataque neste sábado, em condado decisivo para a eleição

Eleições nos EUA: Trump discursa na Convenção Republicana nesta quinta; assista ao vivo

Eleições nos EUA: Quem são e o que pensam os eleitores republicanos?

Mais na Exame