Mundo

Obama diz estar preparado para sanções se Rússia invadir

Obama, que está na Coreia do Sul, quer incentivar a União Europeia a adotar novas sanções contra a Rússia devido à Ucrânia


	Obama: "se e quando virmos um aumento ainda maior da tensão, talvez até mesmo uma incursão militar da Rússia na Ucrânia, que estejamos preparados para o tipo de sanções setoriais que teriam consequências ainda maiores"
 (Larry Downing/Reuters)

Obama: "se e quando virmos um aumento ainda maior da tensão, talvez até mesmo uma incursão militar da Rússia na Ucrânia, que estejamos preparados para o tipo de sanções setoriais que teriam consequências ainda maiores" (Larry Downing/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2014 às 09h24.

Washington/Seul - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta sexta-feira que vai conversar com líderes europeus sobre a situação na Ucrânia, e estaria pronto para impor mais sanções se a Rússia aumentar as ações em apoio a rebeldes no leste do país.

Obama, que está na Coreia do Sul, quer incentivar a União Europeia a adotar novas sanções contra a Rússia devido à Ucrânia, de acordo com fontes familiarizadas com a situação.

Obama disse que vai procurar certificar-se que os principais líderes europeus compartilham sua visão de que a Rússia não conseguiu fazer jus aos termos de um acordo de paz para a Ucrânia assinado em Genebra neste mês.

"O que é importante também é preparar o terreno para que, se e quando virmos um aumento ainda maior da tensão, talvez até mesmo uma incursão militar da Rússia na Ucrânia, que estejamos preparados para o tipo de sanções setoriais que teriam consequências ainda maiores", disse Obama.

Sanções setoriais referem-se a medidas punitivas mais amplas visando partes específicas da economia russa, como os setores de defesa ou de energia.

Discordâncias entre países da União Europeia sobre impor ou não novas sanções econômicas à Rússia fizeram os EUA adiarem medidas punitivas, disseram fontes, sob a condição de anonimato. Washington não descarta agir por conta própria, mas prefere coordenar suas sanções com as da UE.

Autoridades dos EUA ficaram impacientes com o que descrevem como o fracasso da Rússia em cumprir seus compromissos selados em Genebra na tentativa de acalmar a crise na Ucrânia.


Os Estados Unidos também estão frustrados com a relutância de algumas nações europeias, notavelmente a Alemanha e a Itália, em impor uma nova rodada de sanções econômicas à Rússia.

As fontes disseram que Obama deve manter na sexta-feira uma teleconferência com os líderes da Grã-Bretanha, França, Alemanha e Itália.

Na quinta-feira, em Tóquio, Obama culpou a Rússia por não cumprir o acordo de Genebra, dizendo-se dispostos a adotar novas sanções.

Em um sinal da crescente preocupação com a Ucrânia, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, emitiu um alerta cifrado à Rússia para não invadir o país vizinho. A Rússia tem cerca de 40 mil soldados na sua fronteira com a Ucrânia, sendo que alguns realizaram exercícios militares na quinta-feira.

"Depois do movimento ameaçador de tropas russas hoje na direção da fronteira com a Ucrânia, deixem-me ser claro: se a Rússia continuar nessa direção, não será apenas um grave erro, será um erro caro", disse ele num pronunciamento convocado às pressas no Departamento de Estado.

Os Estados Unidos acusam a Rússia de apoiar separatistas no leste ucraniano como parte de uma tentativa deliberada de desestabilizar a região, prejudicar as eleições do mês que vem e exercer uma maior influência sobre Kiev.

Pelo acordo firmado na semana passada em Genebra pela Rússia, Ucrânia, UE e EUA, os grupos armados ilegais deveriam se desarmar e se dispersar, incluindo os rebeldes que ocupam cerca de uma dúzia de prédios públicos no leste russófono da Ucrânia.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaBarack ObamaEstados Unidos (EUA)EuropaPaíses ricosPersonalidadesPolíticosRússiaUcrânia

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua