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Obama confessa ter "preocupações" com presidência de Trump

Presidente americano afirmou ainda que "alguns aspectos" do "temperamento" de Trump "não lhe vão ajudar" na Casa Branca

Barack Obama: "se as coisas piorarem (sob o mandato de Trump), o povo americano se dará conta muito rápido" (Jonathan Ernst / Reuters)
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EFE

Publicado em 14 de novembro de 2016 às 20h52.

Última atualização em 14 de novembro de 2016 às 20h52.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confessou nesta segunda-feira estar preocupado com os efeitos que a presidência do republicano Donald Trump possam ter no país.

"Se tenho preocupações perante a presidência de Trump? Claro", afirmou Obama em sua primeira entrevista coletiva após as eleições presidenciais de 8 de novembro, na qual abordou o processo de transição da Casa Branca e sua última viagem internacional que começará hoje.

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"O governo federal e nossa democracia não são uma lancha rápida, são um transatlântico. Isso nos exigiu muito trabalho, inclusive em nossos primeiros dois anos. Eu lhe aconselhei que, antes que se comprometa com certas coisas, reflita realmente", explicou Obama.

O presidente americano afirmou ainda que "alguns aspectos" do "temperamento" de Trump "não lhe vão ajudar" na Casa Branca "a menos que os reconheça e os corrija".

"O que está claro é que foi capaz de aproveitar a ansiedade, mas também o entusiasmo dos eleitores de uma maneira impressionante", acrescentou.

"Se as coisas piorarem (sob o mandato de Trump), o povo americano se dará conta muito rápido. Se melhorarem, serei o primeiro a felicitá-lo", completou.

Nesse sentido, Obama ressaltou que "o povo falou" nas eleições e escolheu Trump para ser o próximo líder do país, razão pela qual é preciso dar "espaço" ao magnata para que tome suas próprias decisões.

Obama lembrou que as crises em qualquer parte do mundo podem impactar em horas nos Estados Unidos e é necessário que o presidente tome decisões em questão de horas, para o que necessita uma equipe capaz de processar quantidades ingentes de informação.

"A quantidade de informação que chega e que é preciso processar aumenta rapidamente e isso é difícil", assegurou Obama, que afirmou que transmitiu essas reflexões a Trump em seu encontro na semana passada em Washington.

"Eu lhe disse que o mais importante é como forma sua equipe, especialmente o chefe de gabinete, os conselheiros da Casa Branca, o Conselho de Segurança Nacional", indicou.

Obama disse também ter insistido ao magnata imobiliário sobre a importância de "dar sinais de unidade" como nação depois da campanha de divisão que o multimilionário protagonizou antes de ser eleito para ser seu sucessor.

"Eu lhe disse, como disse publicamente, que pela natureza das campanhas, pela amargura e pela ferocidade das campanhas, é realmente importante tentar enviar sinais de unidade e tentar chegar aos grupos minoritários, às mulheres e a outros que estão preocupados com o tom da campanha", ponderou Obama.

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