Obama ataca Romney por direitos da mulher e guerra no Iraque
A campanha do presidente, candidato à reeleição no pleito de 6 de novembro, entrou numa nova fase após o seu bom desempenho no segundo debate contra Romney
Da Redação
Publicado em 18 de outubro de 2012 às 20h51.
Manchester - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , atacou nesta quinta-feira seu rival republicano Mitt Romney por questões relacionadas aos direitos das mulheres e antecipou argumentos que levará na segunda-feira ao debate dos dois candidatos sobre política externa.
A campanha do presidente, candidato à reeleição no pleito de 6 de novembro, entrou numa nova fase após o seu bom desempenho no segundo debate contra Romney, na noite de terça-feira, revertendo a má impressão deixada após o confronto inicial.
A pesquisa diária Reuters/Ipsos mostra Obama com uma vantagem pequena, mas constante. Ele aparece com 47 por cento das intenções de voto entre eleitores inclinados a votar, contra 44 por cento de Romney.
"Ele está de volta à posição mais positiva em que se encontrava antes da temporada das convenções", disse Julia Clark, especialista em pesquisas do Ipsos, referindo-se às convenções partidárias que homologaram as candidaturas, há mais de um mês.
"Ele meio que se redimiu, digamos, daquele primeiro debate", acrescentou ela.
Nos últimos dois dias, Obama vem tentando usar seus eventos de campanha para aproveitar a boa repercussão do debate. Em visita a New Hampshire, ele criticou Romney por não declarar claramente seu apoio a uma lei que garanta equiparação salarial entre homens e mulheres.
"O (ex-)governador Romney ainda não diz se apoiou ou não uma lei que proteja esse direito, não importa quantas vezes lhe perguntem. Não é... Não é tão difícil assim", disse Obama a cerca de 6.000 simpatizantes.
"Eu tenho duas filhas. Quero que elas tenham assegurado o mesmo pagamento que os filhos de alguém por fazerem o mesmo trabalho. É bastante simples. Alguma confusão aqui?" Um porta-voz de Romney rejeitou as críticas.
"Hoje o presidente Obama só oferece aos eleitores do Estado de Granito (apelido de New Hampshire) mais ataques enganadores para desviar a atenção da sua atuação fracassada, dos seus gastos imprudentes e da sua incapacidade de apresentar uma visão discernível para levar nosso país adiante", disse Ryan Williams.
Os dois candidatos estão priorizando a campanha em Estados onde as pesquisas indicam uma indefinição, como Ohio e Flórida, que podem ser decisivos para a eleição. A campanha de Romney disse que está retirando recursos da Carolina do Norte, onde vê crescentes chances de vitória, a fim de direcioná-los para outros Estados estratégicos.
Romney e Obama fazem na segunda-feira seu terceiro e último debate, na Flórida, abordando exclusivamente política externa. "Estou muito interessado no que o governador Romney tem a dizer a respeito disso", afirmou Obama nesta quinta-feira.
"Ele disse que foi ‘trágica' a forma como eu encerrei a guerra no Iraque. Na semana passada, ele disse que nós ainda deveríamos ter tropas no Iraque (...). Acho que trazer nossas tropas para casa após fazerem o trabalho que elas fizeram no Iraque era a coisa certa a fazer." Romney e Obama devem se encontrar nesta quinta-feira num jantar em Nova York. O republicano passou o dia em um hotel em Manhattan, preparando-se para o debate e para o seu discurso noturno.
O presidente também deve participar do popular programa satírico "The Daily Show", do apresentador Jon Stewart.