Mundo

O que os chineses pensam da economia do próprio país?

Estudo do Credit Suisse mostra que eles andam pessimistas quanto à inflação, mas esperam aumento do emprego e da renda

Candidatos à emprego no interior da China: a era da “fábrica do mundo” está começando a acabar (ChinaFotoPress/Getty Images)

Candidatos à emprego no interior da China: a era da “fábrica do mundo” está começando a acabar (ChinaFotoPress/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2011 às 07h00.

São Paulo - Analistas e economistas do mundo todo emitem frequentes opiniões e avaliações sobre a economia da China, um dos países emergentes de maior importância no mundo. Mas o que será que os próprios chineses pensam da economia de seu país? Um relatório do banco de investimentos Credit Suisse mostra que eles andam pessimistas quanto ao aumento dos preços, mas têm confiança no aumento de salários e da oferta de empregos.

Para o estudo, que é produzido mensalmente, o Credit entrevista 200 chineses de 61 cidades e colhe opiniões sobre diversos aspectos da economia que afetam diretamente a população. Conheça abaixo um pouco melhor o modo como os chineses veem a própria economia.

Inflação

42% dos participantes da pesquisa pensam que a inflação vai aumentar. No mês passado, este número chegava a 48%, o que indica que a população começa a acreditar nas políticas de arrocho do governo. Os jovens são mais pessimistas: 59% dos chineses entre 18 e 29 anos acham que o índice de preços ao consumidor vai subir. Na faixa etária entre 46 a 65 anos, apenas 33% espera alta de preços.

Emprego e renda

Os chineses veem pela frente estabilidade quando o assunto é emprego e renda. Cerca de 54% dos entrevistados acha que seu salário permanecerá o mesmo nos próximos meses, assim como a oferta de vagas. Apenas 26% deles estão confiantes no aumento do salário e do nível de emprego, e 20% correspondem à parcela mais pessimista.

Economia informal

Apesar do otimismo com relação ao mercado de trabalho, a parcela da população que confessa estar envolvida na economia informal ainda é elevada: 48%. De acordo com a pesquisa, a maioria dos que estão na informalidade vêm de regiões com baixa oferta de crédito para financiamentos. 


Mercado imobiliário

Segundo o relatório do Credit Suisse, os chineses acreditam que o mercado imobiliário passará por uma fase de desvalorização. Quase 55% dos participantes acha que o preço dos imóveis vai cair. O julgamento tem como base uma política de controle de preços do governo, que já conseguiu baixar o preço de imóveis em algumas regiões do país em outubro. Além disso, 22% dos chineses disseram que comprariam uma segunda casa de o preço dos imóveis caísse entre 20% e 30%.

Consumo

Do total de participantes da pesquisa, 45% disseram que pretendem gastar mais em novembro, uma redução na comparação com o mês anterior. Outros 15% disseram que vão cortar gastos. Este é o maior percentual desde junho. A decisão pode ser explicada pelo fato de que os chineses tiveram um ritmo de gastos maior em outubro, por duas razões: no mês passado houve um importante feriado nacional; além disso, como a expectativa de inflação havia diminuído em setembro, o consumo aumentou em outubro.

Alimentação

Quase 70% dos participantes da pesquisa acreditam que a segurança alimentar no país não teve avanços significativos nos últimos meses. A opinião se mantém mesmo com políticas bastante específicas do governo chinês para aprimorar o manejo de alimentos e evitar deterioração.

Cerca de 49% dos chineses que participaram da pesquisa do Credit Suisse sabem pouco a respeito de alimentos geneticamente modificados. Este foi o percentual de pessoas que disse não saber se este tipo de alimento é tóxico.

Transportes

Apesar de os trens de alta velocidade serem populares no país, a preferência dos chineses é por viajar de avião. Cerca de 64% dos participantes da pesquisa opta pelas companhias aéreas, enquanto apenas 16% encara a viagem de trem.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaInflação

Mais de Mundo

Canadá vai reduzir entrada de trabalhadores estrangeiros a partir de setembro; veja o que muda

Petróleo dispara após paralisação na produção na Líbia

Trump põe em dúvida sua participação no debate contra Kamala; saiba detalhes do evento

ONU interrompe operações humanitárias em Gaza após repetidas ordens de evacuação de Israel

Mais na Exame