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Reforma trabalhista proposta por Macron é alvo de protestos

Manifestações são encabeçadas por esquerda e sindicatos

Presidente: também quer refazer a constituição e reduzir em um terço o número de parlamentares
EH

EXAME Hoje

Publicado em 12 de julho de 2017 às 05h52.

Última atualização em 12 de julho de 2017 às 08h15.

O presidente francês Emmanuel Macron acumula vitórias em dois meses de cargo. Depois de conseguir uma arrebatadora maioria parlamentar, ele ajudou até a levar os Jogos Olímpicos para Paris. Hoje, porém, seus projetos de reforma serão alvos de protestos.Encabeça as manifestações o parlamentar líder de esquerda, Jean-Luc Mélenchon, seu adversário na campanha presidencial.

O principal alvo das manifestações é a reforma Trabalhista que o governo de Macron tenta passar a toque de caixa. A reforma deve facilitar a negociação de sindicatos com as companhias e também tornar a demissão de trabalhadores mais ágil. Novas mudanças devem ser anunciadas em setembro, quando Mélenchon e sindicatos, como o linha-dura CGT, devem colocar nas ruas protestos ainda maiores.

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Macron vem angariando críticas também por conta de seus discursos e falas à imprensa. No início do mês, em um discurso a membros do Congresso no Palácio de Versalhes, ele enalteceu a “grandeza da França” e comparou a presidência a Júpiter, algo que deve ser distante e dignificado, como o rei dos deuses gregos. Além disso, levantou críticas ao dizer que não dará entrevistas — quando se comemora o aniversário da Tomada da Bastilha, que acontece nesta sexta-feira, os presidentes davam uma tradicional entrevista, que Macron já negou — e ao afirmar que a África tem um problema de “civilidade”.

O jovem presidente também quer refazer a constituição e reduzir em um terço o número de parlamentares. Com uma dívida de praticamente 100% do PIB, a França precisa cortar gastos e se adequar a normas econômicas da União Europeia. Ontem, o ministro das Contas Públicas, Gérald Darmanin, disse que pretende cortar 4,5 bilhões de euros em gastos públicos em 2017 para honrar seu compromisso com Bruxelas de limitar o déficit a 3% do PIB este ano. Em outra frente, Macron estuda cortar impostos dos mais ricos, enquanto seu predecessor impôs taxas de até 70%. Pouco a pouco, Macron mostra suas garras.

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