Novos temores sobre Grécia atingem Europa, afetada por crise
Apesar dos acordos para socorrer o país, novo relatório aponta que problema grego ainda está longe de uma solução
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2011 às 17h40.
Bruxelas - Novos temores pela economia grega, obstáculos para ativar os mecanismos de resgate e advertências do FMI sobre os bancos europeus atingem novamente a Zona Euro, envolvida há meses em uma prolongada crise da dívida.
Os funcionários que nesta quinta-feira retomavam seus trabalhos em Bruxelas têm em suas mesas expedientes urgentes de uma crise que não deu trégua durante o verão do Hemisfério Norte. E entre suas prioridades está o resgate das finanças da Grécia, problema que se acreditava resolvido após a cúpula de 21 de julho.
A Troika composta por União Europeia (UE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE) realiza uma auditoria em Atenas para saber quando será desbloqueada a sexta parcela do empréstimo de 110 bilhões de euros fechado com a Grécia em maio do ano passado e cuja entrega estava prevista para este outono.
A isso se soma o novo plano de ajuda de quase 160 bilhões de euros adicionais aprovado em julho, mas que ainda deve receber a luz verde dos governos e dos parlamentos dos 17 países da Zona Euro.
O cenário ficou mais obscuro depois de um relatório da comissão de controle orçamentário grega indicar na quarta-feira que a dinâmica da dívida grega, que cresceu até alcançar 350 bilhões de euros (mais de 150% do PIB), está "fora de controle".
A comissão, composta por analistas independentes, estima que "um aumento grande da dívida, um grande déficit desde o início e uma profunda recessão levaram a dinâmica da dívida ao extremo".
O ministro grego de Finanças, Evangelos Venizelos, minimizou nesta quinta-feira o assunto e afirmou que essa comissão "não dispõe de elementos validados por relatórios internacionais".
Mas os últimos dados da Grécia também não são alentadores. Presa a cortes orçamentários, a economia grega se retrai a um ritmo alarmante. Venizelos declarou recentemente que o Produto Interno Bruto (PIB) se contrairá mais de 4,5% em 2011, contra os 3,5% previstos.
Outro assunto espinhoso é o acordo alcançado em meados de agosto entre Finlândia e Grécia para que o Estado grego apresente garantias para o empréstimo correspondente a Helsinki, parte do novo pacote de ajuda de 160 bilhões de euros.
O acordo bilateral retomou as tensões na UE. Alguns países como Alemanha, maior economia europeia e o maior contribuinte dos planos de ajuda, manifestaram sua indignação.
Outros como Holanda, Áustria e Eslováquia pedem garantias semelhantes antes de desbloquear a ajuda, procedente em dois terços de empréstimos do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e do FMI. O restante corresponde aos credores privados da Grécia (bancos, seguradoras, fundos).
A Zona Euro tem diante de si uma rede de problemas urgentes para serem resolvidos, "como a insistência da Finlândia de receber garantias, o que levou outros países a tentar o mesmo; a aprovação urgente do acordo de 21 de julho por parte dos Parlamentos europeus", afirmou Benedicta Marzinotto, do centro de análise europeu Bruegel, com sede em Bruxelas.
"Se a pressão crescer contra os mercados financeiros, o Banco Central Europeu é a única instituição com munição para a batalha", completou, em declarações à AFP.
O BCE comprou cerca de 110,5 bilhões de euros em títulos da dívida pública de Estados da Zona Euro no mercado secundário da dívida, um programa lançado em maio de 2010 no pico da crise grega.
Segundo a imprensa, uma advertência lançada pela diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, de que os bancos europeus poderão enfrentar um déficit de capital, colocou mais lenha na fogueira.
"Os funcionários do Fundo Monetário Internacional (FMI) provocaram uma forte controvérsia com as autoridades da Zona Euro ao apresentar estimativas que mostram os graves danos nos balanços dos bancos europeus", indicou o jornal britânico Financial Times.
O presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Barroso, admitiu nesta quinta-feira que não há uma solução "mágica que possa acabar com esta crise".
Bruxelas - Novos temores pela economia grega, obstáculos para ativar os mecanismos de resgate e advertências do FMI sobre os bancos europeus atingem novamente a Zona Euro, envolvida há meses em uma prolongada crise da dívida.
Os funcionários que nesta quinta-feira retomavam seus trabalhos em Bruxelas têm em suas mesas expedientes urgentes de uma crise que não deu trégua durante o verão do Hemisfério Norte. E entre suas prioridades está o resgate das finanças da Grécia, problema que se acreditava resolvido após a cúpula de 21 de julho.
A Troika composta por União Europeia (UE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE) realiza uma auditoria em Atenas para saber quando será desbloqueada a sexta parcela do empréstimo de 110 bilhões de euros fechado com a Grécia em maio do ano passado e cuja entrega estava prevista para este outono.
A isso se soma o novo plano de ajuda de quase 160 bilhões de euros adicionais aprovado em julho, mas que ainda deve receber a luz verde dos governos e dos parlamentos dos 17 países da Zona Euro.
O cenário ficou mais obscuro depois de um relatório da comissão de controle orçamentário grega indicar na quarta-feira que a dinâmica da dívida grega, que cresceu até alcançar 350 bilhões de euros (mais de 150% do PIB), está "fora de controle".
A comissão, composta por analistas independentes, estima que "um aumento grande da dívida, um grande déficit desde o início e uma profunda recessão levaram a dinâmica da dívida ao extremo".
O ministro grego de Finanças, Evangelos Venizelos, minimizou nesta quinta-feira o assunto e afirmou que essa comissão "não dispõe de elementos validados por relatórios internacionais".
Mas os últimos dados da Grécia também não são alentadores. Presa a cortes orçamentários, a economia grega se retrai a um ritmo alarmante. Venizelos declarou recentemente que o Produto Interno Bruto (PIB) se contrairá mais de 4,5% em 2011, contra os 3,5% previstos.
Outro assunto espinhoso é o acordo alcançado em meados de agosto entre Finlândia e Grécia para que o Estado grego apresente garantias para o empréstimo correspondente a Helsinki, parte do novo pacote de ajuda de 160 bilhões de euros.
O acordo bilateral retomou as tensões na UE. Alguns países como Alemanha, maior economia europeia e o maior contribuinte dos planos de ajuda, manifestaram sua indignação.
Outros como Holanda, Áustria e Eslováquia pedem garantias semelhantes antes de desbloquear a ajuda, procedente em dois terços de empréstimos do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e do FMI. O restante corresponde aos credores privados da Grécia (bancos, seguradoras, fundos).
A Zona Euro tem diante de si uma rede de problemas urgentes para serem resolvidos, "como a insistência da Finlândia de receber garantias, o que levou outros países a tentar o mesmo; a aprovação urgente do acordo de 21 de julho por parte dos Parlamentos europeus", afirmou Benedicta Marzinotto, do centro de análise europeu Bruegel, com sede em Bruxelas.
"Se a pressão crescer contra os mercados financeiros, o Banco Central Europeu é a única instituição com munição para a batalha", completou, em declarações à AFP.
O BCE comprou cerca de 110,5 bilhões de euros em títulos da dívida pública de Estados da Zona Euro no mercado secundário da dívida, um programa lançado em maio de 2010 no pico da crise grega.
Segundo a imprensa, uma advertência lançada pela diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, de que os bancos europeus poderão enfrentar um déficit de capital, colocou mais lenha na fogueira.
"Os funcionários do Fundo Monetário Internacional (FMI) provocaram uma forte controvérsia com as autoridades da Zona Euro ao apresentar estimativas que mostram os graves danos nos balanços dos bancos europeus", indicou o jornal britânico Financial Times.
O presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Barroso, admitiu nesta quinta-feira que não há uma solução "mágica que possa acabar com esta crise".