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Novo presidente promete manter unidade da Ucrânia em posse

Petro Poroshenko assumiu a presidência do país garantindo que manteria a unidade de seu país, ameaçada pela insurreição separatista no leste

Petro Poroshenko caminha em frente à guarda de honra durante sua cerimônia de posse (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2014 às 15h20.

Kiev - Petro Poroshenko prometeu neste sábado em seu discurso de posse como presidente da Ucrânia manter a unidade de seu país, ameaçado pela insurreição separatista no leste, um dia após uma reunião com Vladimir Putin que reaviva as esperanças de paz.

Já o secretário de Estado americano, John Kerry, disse acreditar que a crise na Ucrânia irá se apaziguar e que não será preciso impor novas sanções contra a Rússia.

Eleito no dia 25 de maio com 54,7% dos votos, o multimilionário pró-ocidental de 48 anos prestou juramento diante do Parlamento e sobre a Constituição e o Evangelho.

Poroshenko, que sucede à frente do país o presidente pró-russo Viktor Yanukovytch, destituído no fim de fevereiro após três meses de protestos pró-europeus, tem agora a difícil tarefa de concretizar suas aspirações europeias, tirar a Ucrânia de uma recessão agravada pela crise atual e, principalmente, unir um país à beira da guerra civil.

O presidente ucraniano se dirigiu em russo aos habitantes do leste do país, palco de uma insurreição separatista pró-russa, prometendo descentralizar o poder e garantir o uso livre do russo como língua.

No entanto, rejeitou qualquer compromisso com a Rússia sobre a orientação europeia de seu país e o pertencimento da Crimeia à Ucrânia.

"A Crimeia foi e continuará sendo ucraniana", declarou, provocando aplausos no Parlamento, que contava com a presença de diversos chefes de Estado estrangeiros.

"Disse isso claramente ao líder russo" Vladimir Putin, disse Poroshenko, com quem se reuniu na sexta-feira na França coincidindo com a comemoração do Desembarque da Normandia.

Um sócio sério para Moscou

Putin, que não reconheceu oficialmente a vitória de Porosheko, declarou que em geral a postura do líder ucraniano era justa. "A Ucrânia deve demonstrar boa vontade e deter a operação de repressão", disse.

O presidente russo deu a ordem aos seus guardas fronteiriços de tomar todas as medidas necessárias para evitar travessias ilegais, depois que o governo da Ucrânia admitiu na quinta-feira que três de seus postos fronteiriços na região de Lugansk estão nas mãos dos separatistas, segundo as agências russas.

O embaixador da Rússia na Ucrânia, Mikhail Zurabov, declarou neste sábado, de volta a Kiev pela primeira vez desde o fim de fevereiro, que o diálogo proposto por Poroshenko traz esperança e que os primeiros contatos poderiam ocorrer nos próximos dias.

"Para nós, é indispensável deter a operação militar", disse Zurabov citado pela Interfax Ucrânia, após dois meses de confrontos entre as tropas ucranianas e os rebeldes.

O conselheiro de um dos chefes separatistas de Donetsk morreu baleado neste sábado no centro da cidade, enquanto o exército ucraniano lamentou a perda na sexta-feira de três membros da tripulação de um avião militar abatido pelos rebeldes.

A Rússia, que considerava o governo de transição que foi instaurado após a queda de Yanukovytch como ilegítimo, classificou o novo presidente de "sócio sério".

"Espero que a paz e a ordem retornem à Ucrânia", declarou Mykola Kopanytsia, um empresário de 52 anos que acompanhou a cerimônia militar realizada no centro de Kiev após a posse do presidente.

Diante de autoridades internacionais, Poroshenko apostou pela assinatura "no mais tardar no dia 27 de junho" de um tratado de livre-comércio com a UE, assim como pela integração da Ucrânia na União Europeia mais adiante.

Os Estados Unidos anunciaram, por sua vez, uma ajuda de 48 milhões de dólares para ajudar Kiev a consolidar a união nacional e a aplicar as reformas financeiras.

Reações moderadas em Donetsk

Em Donetsk, onde os insurgentes quase não permitiram a votação, as reações são moderadas.

"Poroshenko está bem, talvez consiga resolver a situação", declarou Vladimir, de 61 anos, que aluga bicicletas para crianças na praça Lênin. Uma senhora mais velha o interrompe: "Poroshenko não manda, quem dá as ordens são os Estados Unidos!".

Tatiana, de 56 anos, que está passeando com seu neto, concorda: "Poroshenko não é nosso presidente. Nós temos nosso próprio Estado, a república de Donetsk, embora ainda não nos reconheçam. Quero que meu neto viva em uma república independente na qual possa falar russo".

O autoproclamado "prefeito" de Slaviansk, reduto pró-russo palco de intensos combates, rejeitou qualquer tipo de diálogo com Poroshenko, a quem considera um mentiroso.

Já o líder da Crimeia, Serguei Axionov, declarou taxativamente: "A Crimeia nunca voltará a ser ucraniana".

A Otan e a UE saudaram a posse de Poroshenko e lembraram que a Ucrânia tem o apoio de ambas as instituições para manter sua integridade territorial e sua estabilidade.

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Já o secretário de Estado americano, John Kerry, disse acreditar que a crise na Ucrânia irá se apaziguar e que não será preciso impor novas sanções contra a Rússia.

Eleito no dia 25 de maio com 54,7% dos votos, o multimilionário pró-ocidental de 48 anos prestou juramento diante do Parlamento e sobre a Constituição e o Evangelho.

Poroshenko, que sucede à frente do país o presidente pró-russo Viktor Yanukovytch, destituído no fim de fevereiro após três meses de protestos pró-europeus, tem agora a difícil tarefa de concretizar suas aspirações europeias, tirar a Ucrânia de uma recessão agravada pela crise atual e, principalmente, unir um país à beira da guerra civil.

O presidente ucraniano se dirigiu em russo aos habitantes do leste do país, palco de uma insurreição separatista pró-russa, prometendo descentralizar o poder e garantir o uso livre do russo como língua.

No entanto, rejeitou qualquer compromisso com a Rússia sobre a orientação europeia de seu país e o pertencimento da Crimeia à Ucrânia.

"A Crimeia foi e continuará sendo ucraniana", declarou, provocando aplausos no Parlamento, que contava com a presença de diversos chefes de Estado estrangeiros.

"Disse isso claramente ao líder russo" Vladimir Putin, disse Poroshenko, com quem se reuniu na sexta-feira na França coincidindo com a comemoração do Desembarque da Normandia.

Um sócio sério para Moscou

Putin, que não reconheceu oficialmente a vitória de Porosheko, declarou que em geral a postura do líder ucraniano era justa. "A Ucrânia deve demonstrar boa vontade e deter a operação de repressão", disse.

O presidente russo deu a ordem aos seus guardas fronteiriços de tomar todas as medidas necessárias para evitar travessias ilegais, depois que o governo da Ucrânia admitiu na quinta-feira que três de seus postos fronteiriços na região de Lugansk estão nas mãos dos separatistas, segundo as agências russas.

O embaixador da Rússia na Ucrânia, Mikhail Zurabov, declarou neste sábado, de volta a Kiev pela primeira vez desde o fim de fevereiro, que o diálogo proposto por Poroshenko traz esperança e que os primeiros contatos poderiam ocorrer nos próximos dias.

"Para nós, é indispensável deter a operação militar", disse Zurabov citado pela Interfax Ucrânia, após dois meses de confrontos entre as tropas ucranianas e os rebeldes.

O conselheiro de um dos chefes separatistas de Donetsk morreu baleado neste sábado no centro da cidade, enquanto o exército ucraniano lamentou a perda na sexta-feira de três membros da tripulação de um avião militar abatido pelos rebeldes.

A Rússia, que considerava o governo de transição que foi instaurado após a queda de Yanukovytch como ilegítimo, classificou o novo presidente de "sócio sério".

"Espero que a paz e a ordem retornem à Ucrânia", declarou Mykola Kopanytsia, um empresário de 52 anos que acompanhou a cerimônia militar realizada no centro de Kiev após a posse do presidente.

Diante de autoridades internacionais, Poroshenko apostou pela assinatura "no mais tardar no dia 27 de junho" de um tratado de livre-comércio com a UE, assim como pela integração da Ucrânia na União Europeia mais adiante.

Os Estados Unidos anunciaram, por sua vez, uma ajuda de 48 milhões de dólares para ajudar Kiev a consolidar a união nacional e a aplicar as reformas financeiras.

Reações moderadas em Donetsk

Em Donetsk, onde os insurgentes quase não permitiram a votação, as reações são moderadas.

"Poroshenko está bem, talvez consiga resolver a situação", declarou Vladimir, de 61 anos, que aluga bicicletas para crianças na praça Lênin. Uma senhora mais velha o interrompe: "Poroshenko não manda, quem dá as ordens são os Estados Unidos!".

Tatiana, de 56 anos, que está passeando com seu neto, concorda: "Poroshenko não é nosso presidente. Nós temos nosso próprio Estado, a república de Donetsk, embora ainda não nos reconheçam. Quero que meu neto viva em uma república independente na qual possa falar russo".

O autoproclamado "prefeito" de Slaviansk, reduto pró-russo palco de intensos combates, rejeitou qualquer tipo de diálogo com Poroshenko, a quem considera um mentiroso.

Já o líder da Crimeia, Serguei Axionov, declarou taxativamente: "A Crimeia nunca voltará a ser ucraniana".

A Otan e a UE saudaram a posse de Poroshenko e lembraram que a Ucrânia tem o apoio de ambas as instituições para manter sua integridade territorial e sua estabilidade.

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