Novo presidente peruano diz que "chegou a hora de dizer basta" à corrupção
Vizcarra abordou a questão da corrupção generalizada e as práticas desonestas que marcaram o final da presidência do seu predecessor, Pedro Pablo Kuczynski
EFE
Publicado em 23 de março de 2018 às 16h31.
Lima - O novo presidente do Peru, Martín Vizcarra, iniciou seu mandato nesta sexta-feira afirmando que "chegou a hora de dizer basta" à corrupção no país.
"A justiça deverá atuar com independência, responsabilidade e rapidez, mas, ao mesmo tempo, o que aconteceu deve marcar o ponto final de uma política de ódio e confronto, de uma política de ódio e confronto que só prejudicou o país", declarou o presidente depois de assumir o cargo.
No seu solene discurso perante o Congresso, Vizcarra abordou diretamente a questão da corrupção generalizada e as práticas desonestas que marcaram o final da presidência do seu predecessor, Pedro Pablo Kuczynski, assim como a inimizade e a disputa entre os poderes do Estado.
"A classe política e os que controlamos cargos temos obrigação de dar resposta às necessidades, reivindicações e aspirações dos peruanos e não nos enredar em brigas que terminam causando um enorme prejuízo ao Peru", acrescentou.
Assim, pediu que seu governo que começa hoje marque um "ponto final" nessa época e que inicie uma "refundação institucional do país onde a democracia e o respeito pelo país sejam bandeiras".
Vizcarra tomou posse hoje como novo presidente do Peru, no término da sucessão constitucional que aconteceu no país após a renúncia de Kuczynski, envolvido em uma grave crise política.
Vizcarra, que até hoje era primeiro vice-presidente e embaixador peruano no Canadá, recebeu a faixa presidencial e jurou ao cargo, que deverá exercer até 28 de julho de 2021, perante o presidente do Congresso, o fujimorista Luis Galarreta.
Kuczynski renunciou pressionado pelo Congresso, perante evidências, em vídeo e áudio, das tentativas de seus aliados políticos, e pelo menos um funcionário e um ministro, de comprar o voto de um legislador opositor para impedir sua destituição por seus vínculos com a construtora brasileira Odebrecht.