Novo presidente afegão deseja negociações de paz com taleban
Ashraf Ghani defendeu o início de conversações de paz com o conjunto dos insurgentes islamitas, incluindo os talebans
Da Redação
Publicado em 29 de setembro de 2014 às 10h05.
Ashraf Ghani assumiu nesta segunda-feira como novo presidente do Afeganistão e defendeu o início de conversações de paz com o conjunto dos insurgentes islamitas, incluindo os talebans , com o objetivo de estabilizar o país após a saída, no fim do ano, das tropas da Otan.
Ghani, ex-ministro das Finanças e ex-funcionário do Banco Mundial de 65 anos, sucede Hamid Karzai, no poder desde que a invasão liderada pelos Estados Unidos derrubou os talebans no final de 2001.
A posse de Ghani é a primeira transição democrática na história do Afeganistão.
Pouco depois de prestar juramento, o novo presidente pediu negociações de paz com os talebans para estabilizar o país uma vez que as tropas da Otan se retirem do país até o fim do ano.
"Pedimos aos opositores, e mais especificamente aos talebans e ao Hezb-e-Islami, o início de conversações políticas", afirmou Ghani depois de assumir o cargo.
"Qualquer problema que tenham, devem informar, nós tentaremos encontrar uma solução", completou o novo presidente afegão.
"Nós solicitamos a todos os aldeãos que peçam a paz. Pedimos a todos os eruditos muçulmanos que aconselhem os talebans e, se eles não escutarem seus conselhos, deveriam cortar todas as relações".
Karzai, que presidiu o país 2001, após a queda do regime dos talebans, até domingo, fez diversos apelos para que os insurgentes islamitas negociassem a paz, mas os extremistas nunca aceitaram, pois consideravam o chefe de Estado uma "marionete" de Washington.
Os talebans, que chamaram recentemente Ghani de "funcionário" dos Estados Unidos, cometeram um atentado suicida nesta segunda-feira, durante a cerimônia de posse presidencial.
"Um suicida se imolou perto do aeroporto e matou quatro pessoas", afirmou uma fonte policial à AFP.
O homem-bomba tinha como alvos soldados afegãos e estrangeiros, segundo o porta-voz oficial dos talebans, Zabiullah Mujahid, que reivindicou o atentado em nome do grupo.
Tanto Ghani como seu rival na eleição presidencial, Abdullah Abdullah, reivindicaram a vitória nas urnas, o que deixou o Afeganistão em uma crise de vários meses e estimulou as atividades dos insurgentes, além de ter agravado a já péssima situação econômica do país.
Sob pressão da ONU e dos Estados Unidos, os dois candidatos aceitaram na semana passada formar um governo de união nacional, no qual Abdullah terá um papel similar ao de um primeiro-ministro.
Abdullah prestou juramento nesta segunda-feira para o cargo oficial, uma responsabilidade que pode provocar divergências entre os dois grupos políticos dentro do governo.
Ghani representa principalmente os pashtuns do sul do país e Abdullah os tadjiques do norte.
O programa da cerimônia e do dia de posse foi mantido em segredo até o último momento por razões de segurança.
Entre os convidados estrangeiros, figurava o conselheiro do presidente Barack Obama, John Podesta, o presidente do Paquistão, Mamnoon Hussain, e o vice-presidente indiano Hamid Ansari, duas potências rivais na região.
*Atualizada às 10h05 do dia 29/09/2014
Ashraf Ghani assumiu nesta segunda-feira como novo presidente do Afeganistão e defendeu o início de conversações de paz com o conjunto dos insurgentes islamitas, incluindo os talebans , com o objetivo de estabilizar o país após a saída, no fim do ano, das tropas da Otan.
Ghani, ex-ministro das Finanças e ex-funcionário do Banco Mundial de 65 anos, sucede Hamid Karzai, no poder desde que a invasão liderada pelos Estados Unidos derrubou os talebans no final de 2001.
A posse de Ghani é a primeira transição democrática na história do Afeganistão.
Pouco depois de prestar juramento, o novo presidente pediu negociações de paz com os talebans para estabilizar o país uma vez que as tropas da Otan se retirem do país até o fim do ano.
"Pedimos aos opositores, e mais especificamente aos talebans e ao Hezb-e-Islami, o início de conversações políticas", afirmou Ghani depois de assumir o cargo.
"Qualquer problema que tenham, devem informar, nós tentaremos encontrar uma solução", completou o novo presidente afegão.
"Nós solicitamos a todos os aldeãos que peçam a paz. Pedimos a todos os eruditos muçulmanos que aconselhem os talebans e, se eles não escutarem seus conselhos, deveriam cortar todas as relações".
Karzai, que presidiu o país 2001, após a queda do regime dos talebans, até domingo, fez diversos apelos para que os insurgentes islamitas negociassem a paz, mas os extremistas nunca aceitaram, pois consideravam o chefe de Estado uma "marionete" de Washington.
Os talebans, que chamaram recentemente Ghani de "funcionário" dos Estados Unidos, cometeram um atentado suicida nesta segunda-feira, durante a cerimônia de posse presidencial.
"Um suicida se imolou perto do aeroporto e matou quatro pessoas", afirmou uma fonte policial à AFP.
O homem-bomba tinha como alvos soldados afegãos e estrangeiros, segundo o porta-voz oficial dos talebans, Zabiullah Mujahid, que reivindicou o atentado em nome do grupo.
Tanto Ghani como seu rival na eleição presidencial, Abdullah Abdullah, reivindicaram a vitória nas urnas, o que deixou o Afeganistão em uma crise de vários meses e estimulou as atividades dos insurgentes, além de ter agravado a já péssima situação econômica do país.
Sob pressão da ONU e dos Estados Unidos, os dois candidatos aceitaram na semana passada formar um governo de união nacional, no qual Abdullah terá um papel similar ao de um primeiro-ministro.
Abdullah prestou juramento nesta segunda-feira para o cargo oficial, uma responsabilidade que pode provocar divergências entre os dois grupos políticos dentro do governo.
Ghani representa principalmente os pashtuns do sul do país e Abdullah os tadjiques do norte.
O programa da cerimônia e do dia de posse foi mantido em segredo até o último momento por razões de segurança.
Entre os convidados estrangeiros, figurava o conselheiro do presidente Barack Obama, John Podesta, o presidente do Paquistão, Mamnoon Hussain, e o vice-presidente indiano Hamid Ansari, duas potências rivais na região.
*Atualizada às 10h05 do dia 29/09/2014