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Novo blecaute afeta parte de Caracas e vários estados da Venezuela

País em crise foi atingido por apagão há quase um mês; EUA acusam Rússia de agravar tensões no local

Venezuela: país sofre segundo apagão em um mês (Ivan Alvarado/Reuters)
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EFE

Publicado em 25 de março de 2019 às 15h51.

Última atualização em 25 de março de 2019 às 16h01.

Caracas - Um novo blecaute afetou nesta segunda-feira grande parte do território venezuelano , apenas três semanas depois de um corte que deixou sem fornecimento de energia elétrica quase todo o país, em meio a denúncias de sabotagem do governo de Nicolás Maduro .

A Agência Efe pôde constatar que, em Caracas, o blecaute afetou a zona leste da cidade, o que interrompeu o serviço de metrô da capital.

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Na zona financeira de Caracas e vários bairros, inclusive o centro, onde está localizado o palácio presidencial de Miraflores e vários ministérios, não havia luz, segundo testemunhas da Reuters e usuários de redes sociais.

Nos Estados de Barinas, Lara, Mérida e Táchira, também havia relatos de falha no serviço, e cidades centrais como Valencia informaram uma interrupção no serviço. As linhas telefônicas estavam sem serviço e o metrô de Caracas informou pelo Twitter que cancelou o transporte devido a uma "falha elétrica".

Nem a empresa estatal de energia elétrica, Corpoelec, nem o Ministério de Comunicação deram informação de imediato sobre o corte de energia.

Segundo o governo do presidente Nicolás Maduro, o grande apagão do início de março ocorreu em função de uma "sabotagem" na hidrelétrica de Guri, a maior do país. Mas especialistas disseram na ocasião que a falta crônica de manutenção era uma causa mais provável.

Durante os quase sete dias em que os venezuelanos estiveram sem luz houve falhas no serviço de água potável, saques e colapso do sistema bancário eletrônico, crucial em face da escassez de dinheiro em um país com hiperinflação.

EUA e Rússia

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, acusou nesta segunda-feira, 25, a Rússia de agravar as tensões na Venezuela com sua presença militar para apoiar o regime Nicolás Maduro e advertiu que Washington não permanecerá de braços cruzados diante disso.

"Os Estados Unidos e os países da região não ficarão de braços cruzados enquanto a Rússia exacerba as tensões na Venezuela", declarou Pompeo a seu colega russo, Sergei Lavrov, durante uma ligação telefônica nesta segunda-feira, informou o porta-voz adjunto do Departamento de Estado Robert Palladino.

Segundo o diário El Nacional, dois aviões militares russos -um jato e um cargueiro- aterrizaram na tarde de sábado em Caracas, transportando uma centena de militares liderados pelo general Vasili Tonkoshkurov, diretor de mobilização das Forças Armadas do país europeu. De acordo com o jornal , "35 toneladas de materiais" chegaram com a missão militar.

Autoridades venezuelanas preferiram não comentar o caso. Segundo o site Sputnik, de linha editorial favorável ao Kremlin, citando diplomatas russos sediados em Caracas, não há "mistério" envolvendo a viagem, que segue critérios previstos em acordos técnicos e militares assinados há anos.

Rússia e China, principais credores da dívida externa da Venezuela (estimada em US$ 150 bilhões), têm sido dois dos maiores aliados do governo de Nicolás Maduro em meio a uma crescente pressão internacional para que ele abandone o poder. A colaboração militar entre Caracas e Moscou fortaleceu desde o inicio do chavismo, com a compra de equipamentos e armamento militar.

Em dezembro passado, dois bombardeiros nucleares TU160, um avião de carga e outro de passageiros foram enviados pela Rússia para a Venezuela para participar de exercícios de defesa com a Força Armada venezuelana.

A oposição venezuelana reagiu com críticas. O deputado Williams Dávila afirmou que a presença de missões militares estrangeiras na Venezuela é ilegal por não contar com a autorização da Assembleia Nacional, controlada pela oposição. Desde 2016, no entanto, o Parlamento teve suas competências legislativas anuladas pelo chavismo. (com agências internacionais)

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