Nova York recomeça busca por corpos de vítimas do 11/9
Especialistas começaram a analisar 450 metros cúbicos de escombros procedentes das obras realizadas nos últimos dois anos e meio na área próxima das Torres Gêmeas
Da Redação
Publicado em 1 de abril de 2013 às 17h41.
Nova York - As autoridades de Nova York iniciaram nesta segunda-feira uma nova campanha para a busca e identificação dos restos mortais de mais de mil vítimas dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, em meio às queixas das famílias pela forma como é feito este procedimento.
Especialistas e legistas começaram nesta manhã a analisar 450 metros cúbicos de escombros procedentes das obras realizadas nos últimos dois anos e meio na área próxima das Torres Gêmeas.
A análise será supervisionada pelo escritório legista da cidade (OCME, sigla em inglês) e vai acontecer em uma instalação municipal construída próxima do aterro sanitário de Fresh Kills, em Staten Island, por aproximadamente dez semanas.
Assim como vem sendo feito desde os atentados, os restos mortais que forem encontrados passarão por exames de DNA, que serão comparados com o dos familiares dos desaparecidos.
No entanto, a iniciativa não agradou as associações de familiares das vítimas, que no último fim de semana pediram, sem sucesso, que as buscas fossem paralisadas até que uma melhor análise dos escombros já retirados fosse feita e que a investigação estivesse a cargo de outras entidades.
No passado, foram feitas alegações que a OCME manejou mal o material genético procedente dos restos humanos achados entre os escombros dos atentados, o que impediu a realização de um número preciso de identificações.
Duas associações, "Pais e Famílias de Bombeiros do 11/9" e "Vítimas do WTC" (World Trade Center), convocaram para hoje um protesto em frente à Prefeitura para insistir com suas reivindicações, entre elas o fim das novas buscas até que a OCME esteja sob tutela do estado de Nova York.
"Tudo isso é um escândalo e ninguém da Prefeitura nos ouve", disse à Agência Efe Sally Regenhard, uma porta-voz do grupo "Vítimas do WTC".
No entanto, as autoridades municipais se negaram em adiar a análise iniciada hoje da carga de 60 caminhões de obras públicas com material guardado desde junho de 2010.
A Prefeitura insiste que a investigação vai continuar até que tudo o que falta seja analisado.
"Os esforços da cidade para tentar identificar todos os desaparecidos no 11/9 já duram mais de uma década e continuarão até quando for necessário. Estamos agindo conforme o previsto", afirmou à Efe a porta-voz municipal Samantha Levine.
Nos atentados do 11/9 morreram 2.750 pessoas e até agora só foram identificadas 1.634, o que significa que existem mais de mil pessoas cujos restos mortais ainda não foram encontrados.
O passar do tempo não acalmou a ansiedade dos familiares, que continuam sem saber com toda certeza o que aconteceu com seus parentes mortos no atentado e também não têm como sepultá-los.
Um caso que chamou atenção especial ocorreu em agosto do ano passado, quando a família de Randy Scott, que trabalhava em uma firma financeira em uma das duas torres do WTC, recebeu uma nota manuscrita encontrada entre os escombros com os dizeres: "Apartamento 84 escritório oeste. 12 pessoas presas".
O autor da nota, que foi encontrada na rua no dia dos atentados e passou por várias instituições, foi identificado graças a uma gota de sangue cujo DNA pôde ser analisado e comparado com o dos familiares de Scott.
O processo de busca pelos restos mortais foi acelerado em 2006, quando foram encontrados ossos humanos em um esgoto da região, e desde então foram identificadas 34 novas vítimas e se encontraram 2.435 fragmentos de corpos de vítimas já identificadas, segundo números oficiais.
Alguns restos humanos não puderam ser identificados, pois seu material genético estava danificado demais e, atualmente, há uma disputa entre as famílias dos desaparecidos e o centro de visitantes do 11/9, onde serão sepultados os corpos.
Os parentes querem ter acesso, em paz, aos restos de seus familiares, sem a multidão de turistas que todos os dias passam pelo memorial.
Nova York - As autoridades de Nova York iniciaram nesta segunda-feira uma nova campanha para a busca e identificação dos restos mortais de mais de mil vítimas dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, em meio às queixas das famílias pela forma como é feito este procedimento.
Especialistas e legistas começaram nesta manhã a analisar 450 metros cúbicos de escombros procedentes das obras realizadas nos últimos dois anos e meio na área próxima das Torres Gêmeas.
A análise será supervisionada pelo escritório legista da cidade (OCME, sigla em inglês) e vai acontecer em uma instalação municipal construída próxima do aterro sanitário de Fresh Kills, em Staten Island, por aproximadamente dez semanas.
Assim como vem sendo feito desde os atentados, os restos mortais que forem encontrados passarão por exames de DNA, que serão comparados com o dos familiares dos desaparecidos.
No entanto, a iniciativa não agradou as associações de familiares das vítimas, que no último fim de semana pediram, sem sucesso, que as buscas fossem paralisadas até que uma melhor análise dos escombros já retirados fosse feita e que a investigação estivesse a cargo de outras entidades.
No passado, foram feitas alegações que a OCME manejou mal o material genético procedente dos restos humanos achados entre os escombros dos atentados, o que impediu a realização de um número preciso de identificações.
Duas associações, "Pais e Famílias de Bombeiros do 11/9" e "Vítimas do WTC" (World Trade Center), convocaram para hoje um protesto em frente à Prefeitura para insistir com suas reivindicações, entre elas o fim das novas buscas até que a OCME esteja sob tutela do estado de Nova York.
"Tudo isso é um escândalo e ninguém da Prefeitura nos ouve", disse à Agência Efe Sally Regenhard, uma porta-voz do grupo "Vítimas do WTC".
No entanto, as autoridades municipais se negaram em adiar a análise iniciada hoje da carga de 60 caminhões de obras públicas com material guardado desde junho de 2010.
A Prefeitura insiste que a investigação vai continuar até que tudo o que falta seja analisado.
"Os esforços da cidade para tentar identificar todos os desaparecidos no 11/9 já duram mais de uma década e continuarão até quando for necessário. Estamos agindo conforme o previsto", afirmou à Efe a porta-voz municipal Samantha Levine.
Nos atentados do 11/9 morreram 2.750 pessoas e até agora só foram identificadas 1.634, o que significa que existem mais de mil pessoas cujos restos mortais ainda não foram encontrados.
O passar do tempo não acalmou a ansiedade dos familiares, que continuam sem saber com toda certeza o que aconteceu com seus parentes mortos no atentado e também não têm como sepultá-los.
Um caso que chamou atenção especial ocorreu em agosto do ano passado, quando a família de Randy Scott, que trabalhava em uma firma financeira em uma das duas torres do WTC, recebeu uma nota manuscrita encontrada entre os escombros com os dizeres: "Apartamento 84 escritório oeste. 12 pessoas presas".
O autor da nota, que foi encontrada na rua no dia dos atentados e passou por várias instituições, foi identificado graças a uma gota de sangue cujo DNA pôde ser analisado e comparado com o dos familiares de Scott.
O processo de busca pelos restos mortais foi acelerado em 2006, quando foram encontrados ossos humanos em um esgoto da região, e desde então foram identificadas 34 novas vítimas e se encontraram 2.435 fragmentos de corpos de vítimas já identificadas, segundo números oficiais.
Alguns restos humanos não puderam ser identificados, pois seu material genético estava danificado demais e, atualmente, há uma disputa entre as famílias dos desaparecidos e o centro de visitantes do 11/9, onde serão sepultados os corpos.
Os parentes querem ter acesso, em paz, aos restos de seus familiares, sem a multidão de turistas que todos os dias passam pelo memorial.