Nicarágua: país vive a crise mais sangrenta da sua história em tempos de paz, e a mais grave desde a década dos anos 1980 (Jorge Cabrera/Reuters)
EFE
Publicado em 24 de julho de 2018 às 19h16.
Manágua - Um total de 80 pessoas foram libertadas nesta terça-feira na cidade nicaraguense de Masaya com a mediação de seu prefeito, o sandinista Orlando Noguera, após serem detidas nos protestos contra o governo, que deixaram entre 277 e 351 mortos em três meses.
Os 80 detidos, a maioria jovens e que cumpriam prisão preventiva, assinaram um acordo com a polícia no qual se comprometem a promover a paz, a convivência familiar, respeitar a livre circulação e atender as orientações da instituição da ordem pública, disse o chefe da unidade policial de Masaya, Ramón Avellán, durante o ato de libertação.
O acordo também foi assinado por parentes dos detidos, na presença do prefeito Noguera, que atuou como mediador e testemunha, indicou o chefe policial.
A entrega dos detidos a seus familiares foi realizada no pátio da delegacia de Masaya, 28 quilômetros ao sudeste de Manágua.
Agentes da polícia, parapoliciais, paramilitares e antidistúrbios fizeram na semana passada em Masaya a chamada "Operação Limpeza", que consistiu em derrubar os bloqueios que continuavam de pé e eliminar qualquer rastro que lembrasse que a cidade se declarou "território livre do ditador", em referência ao presidente Daniel Ortega.
A operação, que se desenvolveu de forma violenta, terminou com três pessoas mortas na cidade e dezenas de detidos.
A Nicarágua vive a crise mais sangrenta da sua história em tempos de paz, e a mais grave desde a década dos anos 1980, também com Ortega como presidente.