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Negociações sobre Síria não avançam muito, diz mediador

Diálogo que pretende terminar com a guerra civil na Síria que já dura quase três anos acabou sem avanços no fim do segundo dia de negociações

Mediador internacional da Organização das Nações Unidas (ONU), Lakhdar Brahimi, durante conferência de imprensa na sede europeia da ONU, em Genebra (Denis Balibouse/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2014 às 16h08.

Genebra - As negociações de paz entre o governo sírio e a oposição não estão progredindo muito, disse o mediador internacional da Organização das Nações Unidas ( ONU ), Lakhdar Brahimi, nesta terça-feira, depois de uma reunião entre os dois lados em Genebra, na Suíça.

O diálogo que pretende terminar com a guerra civil na Síria que já dura quase três anos acabou sem avanços no fim do segundo dia de negociações nesta semana.

Brahimi, um diplomata veterano encarregado de conduzir as negociações, afirmou que planejava fazer um relato sobre a situação ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e ao Conselho de Segurança da organização nas próximas semanas.

"O início desta semana está sendo tão trabalhoso quanto foi a primeira semana de diálogo. Não estamos conseguindo muitos progressos", disse ele à imprensa na sede da ONU.

O vice-ministro do Exterior sírio, Faisal Mekdad, declarou que terça-feira foi um "dia perdido", enquanto o porta-voz da oposição, Louay Safi, afirmou que não houve avanços.

Tentando abordar as principais questões que confrontam as delegações rivais, Brahimi propôs aos dois lados que discutissem o fim da violência nesta terça-feira e a formação de um governo provisório na quarta, disseram representantes.

No entanto, os dois temas provocaram uma divisão ainda mais profunda e atrasaram as negociações, que começaram no mês passado sem obter muitos avanços e foram retomadas nesta semana.


Um dos temas mais polêmicos é o papel do presidente sírio, Bashar al-Assad, em um governo provisório. O governo diz que não vai discutir a saída do mandatário, enquanto a oposição quer vê-lo fora do poder.

Mekdad disse que não houve acordo sobre a pauta das discussões, culpando a oposição por se recusar a tratar do tema "terrorismo", prioridade do governo. Segundo ele, o governo considera quase todos os rebeldes sírios terroristas.

O porta-voz da opositora Coalizão Nacional, Safi, disse que era "óbvio" que o regime estava inviabilizando o diálogo e que ele ainda acreditava em uma "solução militar".

A estrategista da oposição Anas Abdah disse que o regime está tentando se livrar do governo provisório. "Hoje, eles basicamente se negaram a discutir." Até agora, o único resultado do processo de paz foi o acordo para permitir a chegada de ajuda a Homs, onde os rebeldes estão sitiados há mais de um ano, e para retirar civis do local.

Representantes da ONU disseram que a Síria estava interrogando algumas das pessoas que deixaram Homs, gerando preocupação sobre o bem-estar delas. Segundo a ONU, a Síria havia detido 336 homens e estava interrogando a maioria deles sem a supervisão de terceiros.

Quarenta e um homens foram libertados, mas o resto estava sendo interrogado em uma escola sob a "supervisão geral" de funcionários da ONU, disse a porta-voz da agência de refugiados da organização, Melissa Fleming.

O porta-voz da agência de direitos humanos da ONU, Rupert Colville, afirmou que todas as pessoas retiradas da cidade devem ser protegidas de tratamento cruel, tortura e humilhação.

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Genebra - As negociações de paz entre o governo sírio e a oposição não estão progredindo muito, disse o mediador internacional da Organização das Nações Unidas ( ONU ), Lakhdar Brahimi, nesta terça-feira, depois de uma reunião entre os dois lados em Genebra, na Suíça.

O diálogo que pretende terminar com a guerra civil na Síria que já dura quase três anos acabou sem avanços no fim do segundo dia de negociações nesta semana.

Brahimi, um diplomata veterano encarregado de conduzir as negociações, afirmou que planejava fazer um relato sobre a situação ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e ao Conselho de Segurança da organização nas próximas semanas.

"O início desta semana está sendo tão trabalhoso quanto foi a primeira semana de diálogo. Não estamos conseguindo muitos progressos", disse ele à imprensa na sede da ONU.

O vice-ministro do Exterior sírio, Faisal Mekdad, declarou que terça-feira foi um "dia perdido", enquanto o porta-voz da oposição, Louay Safi, afirmou que não houve avanços.

Tentando abordar as principais questões que confrontam as delegações rivais, Brahimi propôs aos dois lados que discutissem o fim da violência nesta terça-feira e a formação de um governo provisório na quarta, disseram representantes.

No entanto, os dois temas provocaram uma divisão ainda mais profunda e atrasaram as negociações, que começaram no mês passado sem obter muitos avanços e foram retomadas nesta semana.


Um dos temas mais polêmicos é o papel do presidente sírio, Bashar al-Assad, em um governo provisório. O governo diz que não vai discutir a saída do mandatário, enquanto a oposição quer vê-lo fora do poder.

Mekdad disse que não houve acordo sobre a pauta das discussões, culpando a oposição por se recusar a tratar do tema "terrorismo", prioridade do governo. Segundo ele, o governo considera quase todos os rebeldes sírios terroristas.

O porta-voz da opositora Coalizão Nacional, Safi, disse que era "óbvio" que o regime estava inviabilizando o diálogo e que ele ainda acreditava em uma "solução militar".

A estrategista da oposição Anas Abdah disse que o regime está tentando se livrar do governo provisório. "Hoje, eles basicamente se negaram a discutir." Até agora, o único resultado do processo de paz foi o acordo para permitir a chegada de ajuda a Homs, onde os rebeldes estão sitiados há mais de um ano, e para retirar civis do local.

Representantes da ONU disseram que a Síria estava interrogando algumas das pessoas que deixaram Homs, gerando preocupação sobre o bem-estar delas. Segundo a ONU, a Síria havia detido 336 homens e estava interrogando a maioria deles sem a supervisão de terceiros.

Quarenta e um homens foram libertados, mas o resto estava sendo interrogado em uma escola sob a "supervisão geral" de funcionários da ONU, disse a porta-voz da agência de refugiados da organização, Melissa Fleming.

O porta-voz da agência de direitos humanos da ONU, Rupert Colville, afirmou que todas as pessoas retiradas da cidade devem ser protegidas de tratamento cruel, tortura e humilhação.

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