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Não pensamos que normalização seria fácil, dizem EUA a Fidel

Porta-voz do Departamento de Estado disse que "ninguém esperava" que o restabelecimento das relações entre EUA e Cuba fosse ser "linear, fácil ou rápido"


	John Kirby: "Reconhecemos que ainda há diferenças, os direitos humanos são uma delas", disse o porta-voz sobre relações entre EUA e Cuba
 (Mark Wilson/AFP)

John Kirby: "Reconhecemos que ainda há diferenças, os direitos humanos são uma delas", disse o porta-voz sobre relações entre EUA e Cuba (Mark Wilson/AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de março de 2016 às 16h44.

Washington - O governo americano respondeu a Fidel Castro nesta segunda-feira que "ninguém esperava" que a normalização das relações após a "problemática" história entre Estados Unidos e Cuba fosse "fácil", depois da histórica visita da semana passada à ilha do presidente Barack Obama.

"Fidel Castro pode falar por si mesmo sobre a problemática história entre EUA e Cuba (...). As políticas prévias dos últimos 50 anos não funcionaram, achamos que é preciso comprometer-se para finalmente ter relações normais com Cuba", declarou John Kirby, porta-voz do Departamento de Estado em sua entrevista coletiva diária.

Kirby reconheceu que "ninguém esperava" que o restabelecimento das relações entre EUA e Cuba fosse ser "linear, fácil ou rápido".

"Reconhecemos que ainda há diferenças, os direitos humanos são uma delas (...). Mas achamos que o modo de solucioná-las é tendo diálogo", acrescentou.

O porta-voz comentou assim o artigo de Fidel Castro publicado hoje nos veículos de comunicação oficiais da ilha intitulado "Irmão Obama", e no qual assegura que Cuba não precisa que "o império" lhe presenteie nada.

O ex-líder cubano, de 89 anos e retirado do poder em 2006, analisa em sua "reflexão" o discurso do presidente Obama, feito na terça-feira passada ao povo cubano durante sua visita à ilha, a primeira de um líder americano em mais de oito décadas.

Sobre as declarações de Obama em Cuba a favor de "esquecer o passado e olhar para o futuro", Fidel afirma que os cubanos correram "o risco de um infarto" após escutar o presidente dos EUA falar de ambos países como "amigos, família e vizinhos", e mencionou o "bloqueio impiedoso que durou 60 anos" e a invasão da Baía dos Porcos em 1961.

EUA e Cuba reabriram suas respectivas embaixadas em julho do ano passado dentro do processo de normalização de relações iniciado em dezembro de 2014 por Obama e Raúl Castro, presidente cubano e irmão de Fidel. 

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