Mulher que acusa Trump de assédio quer que ele se desculpe
Zervos garantiu que Trump, a quem via como um mentor, beijou-a à força e tocou seus seios em um hotel, há uma década
AFP
Publicado em 11 de novembro de 2016 às 22h08.
Uma das mulheres que acusaram o presidente americano recém-eleito, Donald Trump , de assédio sexual disse, nesta sexta-feira (11), que não tomará ações legais contra ele, se o republicano desistir de processá-la.
"Tem agora o maior púlpito que um valentão pode ter no mundo e ainda não se retratou de suas ameaças de me processar, assim como as outras que o denunciaram", disse Sumner Zervos, ex-participante do programa de reality show "O Aprendiz", em entrevista coletiva.
Zervos garantiu que Trump, a quem via como um mentor, beijou-a à força e tocou seus seios em um hotel, há uma década.
A advogada de Zervos, Gloria Allred, especialista em assuntos de assédio e de agressão sexual, indicou que sua cliente não tem interesse de apresentar acusações contra o presidente eleito.
Advertiu, porém, que isso pode mudar, se Trump mantiver sua promessa de campanha de processá-las.
"Se, de fato, ele processá-las, então recomendarei que apresentemos uma ação por injúria", indicou a advogada, que representa três das 12 mulheres que acusaram Trump.
"Um presidente pode ser processado por ações, ou por declarações, que tenha feito antes de se tornar presidente dos Estados Unidos", acrescentou.
A advogada também exigiu de Trump que peça desculpas por chamá-las de "mentirosas".
Zervos e as outras mulheres que denunciaram atitudes similares do magnata decidiram falar depois da divulgação de um vídeo por parte do jornal The Washington Post. Nele, Trump se gaba de "pegar" mulheres apenas por ser famoso.
Trump sempre negou as acusações de abuso, alegando que seus comentários eram apenas parte de uma "conversa de vestiário". E denunciou que essas acusações eram mentiras fabricadas por seus adversários.