Mulher é presa suspeita de incendiar prédio em Paris; ao menos 10 morreram
A suspeita foi detida "não muito distante do local do incêndio", logo após a intervenção dos bombeiros, acrescentou.
EFE
Publicado em 5 de fevereiro de 2019 às 07h35.
Última atualização em 5 de fevereiro de 2019 às 11h11.
Paris - Uma mulher foi detida nesta terça-feira, suspeita de ligação com o incêndio que deixou dez mortos e 30 feridos em um edifício de oito andares em Paris ( França ), informou o promotor público da capital, Rémy Heitz. Até o momento, dez mortos foram confirmados.
A polícia está interrogando a mulher, uma moradora do edifício que começou a pegar fogo por volta da 1h (horário local, 22h de Brasília, de segunda-feira) e cujas chamas se espalharam rapidamente surpreendendo os moradores que dormiam naquela hora.
"No momento, a hipótese de incêndio criminoso é a que tem mais peso", disse o promotor aos jornalistas.
Heitz não deu mais informações sobre a investigação que "acaba de começar".
A suspeita foi detida "não muito distante do local do incêndio", logo após a intervenção dos bombeiros, acrescentou.
O promotor disse que o saldo de vítimas ainda não está fechado, pois os bombeiros, que controlaram o incêndio por volta das 6h30 (horário local, 3h30 de Brasília) seguem trabalhando no local, além de uma pessoa que está internada em estado grave.
De acordo com várias testemunhas, as primeiras chamas apareceram na parte superior do edifício, no sétimo andar, e se propagaram rapidamente, segundo o relato dos bombeiros.
As chamas afetaram mais a parte interna do edifício, que dá em um pátio, dificultando o trabalho dos bombeiros.
Muitos moradores se refugiaram no telhado do edifício, aumentando o trabalho dos bombeiros, que utilizaram escadas, colocando em risco suas próprias vidas, disse o porta-voz, Clement Cognon.
Trata-se de um edifício da década de 1970 que ficou devastado, obrigando que outros dois blocos adjacentes fossem esvaziados como medida de precaução.
Briga entre vizinhos
"A França acorda comovida", escreveu no Twitter o presidente Emmanuel Macron. "Nossos pensamentos estão com as vítimas", completou.
"A princípio, pensamos que era uma briga. Ouvimos uma mulher gritar muito alto", disse à AFP um vizinho do local.
"Estava gritando, gritando e saímos. O edifício já estava em chamas", completou, antes de afirmar que os bombeiros só conseguiram iniciar o resgate com o uso da escada magirus.
As declarações do morador reforçam o rumor de que o incêndio começou após uma briga entre vizinhos.
"A polícia será responsável por divulgar mais informações, mas é uma das possibilidades examinadas pelos investigadores", disse o vice-prefeito de Paris, Emmanuel Gregoire.
"Paris está de luto esta manhã. O balanço é terrível", afirmou no Twitter a prefeita da cidade, Anne Hidalgo.
A prefeita e o ministro do Interior, Christophe Castaner, eram aguardados na região, que fica próxima do Parque dos Príncipes - estádio do Paris Saint Germain -, do bosque de Boulogne e do clube de tênis Roland Garros
O capitão Clement Cognon disse à AFP que os bombeiros ainda precisam revisar os últimos andares do prédio.
"Tivemos que fazer diversos resgates, em particular de mais de 10 pessoas que estavam no telhado. No total, retiramos quase 50 pessoas", disse Cognon.
Dois edifícios próximos foram evacuados por precaução e funcionários municipais estão organizando um alojamento provisório.
Várias ruas do bairros foram fechadas por viaturas das polícia e caminhões dos bombeiros.
Este é o terceiro incêndio do tipo em Paris nos últimos três meses.
No fim de dezembro, duas mulheres e duas crianças morreram asfixiadas em um incêndio em uma torre de Bobigny, subúrbio da capital francesa.
No dia 12 de janeiro, uma explosão de gás provocou um incêndio no distrito IX de Paris, que deixou quatro mortos.
A tragédia desta terça-feira é a mais grave desde 2005, quando um incêndio em um prédio da capital deixou 17 mortos, incluindo 14 crianças.