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MP indiciará policial venezuelano por morte de jovem

O rapaz foi morto perto da Universidade Católica de Táchira, durante o confronto entre estudantes e policiais em uma manifestação contra o governo

Pessoas são vistas perto de corpo de adolescente de 14 anos que morreu na cidade venezuelana de San Cristóbal tingido por um tiro na cabeça (George CASTELLANO/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2015 às 07h29.

Caracas - O Ministério Público venezuelano anunciou que indiciará o policial suspeito de envolvimento na morte do adolescente Kluiverth Roa, de 14 anos, ocorrida nesta terça-feira, durante um protesto na cidade de San Cristóbal.

O rapaz foi morto perto da Universidade Católica de Táchira, durante o confronto entre estudantes e policiais em uma manifestação contra o governo.

"O Ministério Público vai denunciar, nas próximas horas, o oficial da Polícia Nacional Bolivariana Javier Mora Ortiz (23) pelo suposto vínculo com a morte de um adolescente de 14 anos, ocorrida nesta terça-feira, 24 de fevereiro, durante uma manifestação em San Cristóbal", informou o órgão em um comunicado.

Atingido por uma bala na cabeça, o estudante Kluiverth Roa foi levado para o Hospital Central, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu.

Em seu programa noturno de televisão das terça-feiras, o presidente Nicolás Maduro condenou a morte do estudante, "que aconteceu no momento, em que um grupo de garotos encapuzados estava em atividades de protestos e de geração de violência".

"Nesse momento, aconteceu um fato inverossímil. Alguns policiais passaram por ali, se envolveram em uma briga - dizem os policiais que foram cercados, agredidos e atacados com pedras -, e um dos policiais acionou a espingarda de pressão e assassinou esse garoto", relatou.

Mais uma vez, o presidente garantiu que, na Venezuela, há "grupos de ultradireita, envenenando nossos meninos", e pediu aos jovens que não participem de manifestações violentas.

A ministra do Interior e da Justiça, a almirante Carmen Meléndez, explicou que, após sua detenção, o policial "declarou ter efetuado um disparo no estudante com uma espingarda com balas de borracha".

O MP apontou dois procuradores para investigarem o caso. Não foi divulgado se o rapaz participava do protesto.

Essa morte acontece semanas depois de o governo ter autorizado a seus agentes o uso de "força letal" para controlar a ordem pública.

Em nota, a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) disse "lamentar" a morte do estudante.

Nesta terça pela manhã, cerca de 200 manifestantes que protestavam contra a crise econômica entraram em confronto com a polícia nas imediações da Universidade Católica de Táchira, constatou um fotógrafo da AFP.

Segundo a ONG Foro Penal, 17 pessoas foram detidas. Testemunhas relataram à AFP que há dois feridos, um deles a bala.

A imprensa local também relatou pequenos confrontos durante manifestações contra o governo em outras cidades do oeste, como Mérida e Maracaibo.

Capital de Táchira, San Cristóbal foi berço dos protestos estudantis de fevereiro do ano passado, que logo se estenderam por cerca de 20 cidades em todo o país. Pelo menos 43 pessoas morreram de fevereiro a maio de 2014.

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Caracas - O Ministério Público venezuelano anunciou que indiciará o policial suspeito de envolvimento na morte do adolescente Kluiverth Roa, de 14 anos, ocorrida nesta terça-feira, durante um protesto na cidade de San Cristóbal.

O rapaz foi morto perto da Universidade Católica de Táchira, durante o confronto entre estudantes e policiais em uma manifestação contra o governo.

"O Ministério Público vai denunciar, nas próximas horas, o oficial da Polícia Nacional Bolivariana Javier Mora Ortiz (23) pelo suposto vínculo com a morte de um adolescente de 14 anos, ocorrida nesta terça-feira, 24 de fevereiro, durante uma manifestação em San Cristóbal", informou o órgão em um comunicado.

Atingido por uma bala na cabeça, o estudante Kluiverth Roa foi levado para o Hospital Central, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu.

Em seu programa noturno de televisão das terça-feiras, o presidente Nicolás Maduro condenou a morte do estudante, "que aconteceu no momento, em que um grupo de garotos encapuzados estava em atividades de protestos e de geração de violência".

"Nesse momento, aconteceu um fato inverossímil. Alguns policiais passaram por ali, se envolveram em uma briga - dizem os policiais que foram cercados, agredidos e atacados com pedras -, e um dos policiais acionou a espingarda de pressão e assassinou esse garoto", relatou.

Mais uma vez, o presidente garantiu que, na Venezuela, há "grupos de ultradireita, envenenando nossos meninos", e pediu aos jovens que não participem de manifestações violentas.

A ministra do Interior e da Justiça, a almirante Carmen Meléndez, explicou que, após sua detenção, o policial "declarou ter efetuado um disparo no estudante com uma espingarda com balas de borracha".

O MP apontou dois procuradores para investigarem o caso. Não foi divulgado se o rapaz participava do protesto.

Essa morte acontece semanas depois de o governo ter autorizado a seus agentes o uso de "força letal" para controlar a ordem pública.

Em nota, a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) disse "lamentar" a morte do estudante.

Nesta terça pela manhã, cerca de 200 manifestantes que protestavam contra a crise econômica entraram em confronto com a polícia nas imediações da Universidade Católica de Táchira, constatou um fotógrafo da AFP.

Segundo a ONG Foro Penal, 17 pessoas foram detidas. Testemunhas relataram à AFP que há dois feridos, um deles a bala.

A imprensa local também relatou pequenos confrontos durante manifestações contra o governo em outras cidades do oeste, como Mérida e Maracaibo.

Capital de Táchira, San Cristóbal foi berço dos protestos estudantis de fevereiro do ano passado, que logo se estenderam por cerca de 20 cidades em todo o país. Pelo menos 43 pessoas morreram de fevereiro a maio de 2014.

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