Movimentos sociais realizam protesto contra política migratória de Trump
O governo americano tem enfrentado críticas por conta da polêmica política de imigração que separa crianças de seus pais na fronteira
EFE
Publicado em 27 de junho de 2018 às 15h17.
Washington - Dezenas de pessoas, a maioria de origem latina, se reuniram nesta quarta-feira a poucas quadras da Casa Branca, em Washington, para expressar o descontentamento com a política migratória do Governo e celebrar a decisão de um tribunal de ordenar a reunificação de famílias separadas nos últimos meses.
"Hoje temos uma ótima notícia. Um juiz ordenou que este presidente pare com estas políticas e que reunifique nossas famílias. As nossas famílias merecem muito mais, a nossa comunidade merece muito mais, este país merece muito mais", sustentou durante o protesto um dos organizadores, Gustavo Torres, presidente do grupo CASA em Acción.
Originalmente estava previsto que o ato servisse, antes de tudo, para exigir que a Administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, colocasse fim à política de "tolerância zero" que, desde abril deste ano, provocou a separação de cerca de 2 mil menores de seus pais que entraram irregularmente no país.
No entanto, a decisão adotada ontem por um Tribunal de São Diego (Califórnia), que ordenou ao Executivo que reunifique estas famílias em um prazo máximo de 30 dias - 14 no caso das crianças menores de cinco anos -, encorajou todos aqueles que tacham esta política de desumana.
"Me alegro muito que os juízes tenham determinado que aqui há leis e que é preciso segui-las. Além disso, mostrar que estas estão sendo violadas", disse o congressista democrata por Illinois Luis Gutiérrez em declarações à Agência Efe.
Vestidos com camisetas nas quais com o lema #KeepFamiliesTogether (Mantenham as Famílias Unidas) e cantando frases como "o povo unido jamais será vencido", várias crianças compareceram a um ato no qual o sofrimento era o autêntico motor que mobilizou os presentes.
"Estamos aqui com uma série de simples exigências. A primeira é que é preciso pôr fim à ridícula política de 'tolerância zero' que custou a tantas famílias a separação", denunciou Kica Matos, representante da organização Fair Inmigration Reform Movement (FAIR).
Após uma série de discursos, nos quais vários imigrantes tomaram a palavra para contar suas experiências, a comitiva foi rumo ao Congresso para enviar sua mensagem aos legisladores, que nesta quarta-feira votarão um projeto de lei que poderia pôr fim à atual política migratória do Governo.