Mundo

Motivo de casal de atiradores da Califórnia intriga polícia

O casal estava vestido com roupas de estilo de ataque e também colocou várias bombas em diversos locais


	Chefe da polícia de San Bernardino: "não descartamos o terrorismo"
 (REUTERS/Alex Gallardo)

Chefe da polícia de San Bernardino: "não descartamos o terrorismo" (REUTERS/Alex Gallardo)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2015 às 09h02.

San Bernardino - Um homem e uma mulher armados com fuzis abriram fogo na festa de colegas de trabalho no sul da Califórnia, matando 14 pessoas e ferindo outras 17, e horas depois foram mortos em um tiroteio com a polícia, disseram as autoridades.

Os dois suspeitos foram identificados como Syed Rizwan Farook, de 28 anos, e Tashfeen Malik, de 27.

Segundo o chefe de polícia de San Bernardino, Jarrod Burguan, os dois mantinham um relacionamento amoroso e possivelmente eram casados, e são considerados os únicos atiradores envolvidos em um ataque que exigiu algum grau de planejamento.

Embora o motivo ainda não esteja claro, Burguan disse: "Não descartamos o terrorismo." Farook era nascido nos Estados Unidos, enquanto a nacionalidade de Tashfeen ainda não foi determinada.

De acordo com o chefe de polícia, Farook era um funcionário público da área de saúde do condado e participava da festa, realizada em um edifício de conferências do Centro Regional para o Interior – uma agência de serviços sociais. Em algum momento ele saiu do local, e depois voltou com Tashfeen para abrir fogo.

O casal estava vestido com roupas de estilo de ataque e também colocou várias bombas em diversos locais, que a polícia detonou depois.

O tiroteio foi o ato mais letal de violência com armas nos Estados Unidos desde o massacre na escola primária de Sandy Hook, em Newtown, Estado de Connecticut, em dezembro de 2012, no qual 27 pessoas morreram, incluindo o atirador.

O massacre de quarta-feira aumentou as preocupações das autoridades com a violência armada e a segurança no país, na sequência de uma investida contra uma clínica de planejamento familiar em Colorado Springs, na semana passada, e os ataques em Paris três semanas atrás por militantes do Estado Islâmico, que mataram 130 pessoas.

Até agora houve em 2015 mais de 350 ataques a tiros nos EUA em que em média quatro ou mais pessoas foram feridas ou mortas, de acordo com o site shootingtracker.com, que compila informações e mantém um registro ativo da violência armada nos Estados Unidos.

O ataque em San Bernardino, uma cidade cuja maioria dos habitantes é da classe trabalhadora, situada a 100 quilômetros de Los Angeles, parece destoar em vários aspectos de outros recentes massacres no país, incluindo a participação de duas pessoas ao invés de um agressor solitário.

Uma terceira pessoa vista fugindo da área do tiroteio com os suspeitos foi detida, mas Burguan disse que não tinha certeza se ela estava envolvida no ataque.

Segundo David Bowdich, assistente de diretor regional do FBI, as autoridades ainda não haviam descartado a possibilidade de o ataque ter sido um ato de terrorismo.

"É uma possibilidade, mas não sabemos ainda", disse ele a repórteres. "É possível que se vá por esse caminho. É possível que não."

Em uma entrevista coletiva convocada pela seção de Los Angeles do grupo de defesa dos muçulmanos, do Conselho sobre Relações Americano-Islâmicas, o irmão de Farook, Farhan Khan, disse estar perplexo com a notícia.

"Por que ele faria isso? Por que ele faria algo assim? Não tenho absolutamente nenhuma ideia. Eu mesmo estou em choque" disse Khan à imprensa em Anaheim, ao sul de Los Angeles.

Hussam Ayloush, diretor executivo do Conselho na área de Los Angeles, disse que o casal estava desaparecido desde quarta-feira de manhã e tinha um bebê de 6 meses.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)MortesPaíses ricosTerrorismo

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia