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Morte de jornalista russo foi encenada para protegê-lo, diz Ucrânia

Os investigadores anunciaram a morte do jornalista para prender suspeitos que teriam recebido US$ 40 mil do serviço de segurança russo para matá-lo

Arkadi Babchenko é um dos repórteres de guerra mais conhecidos na Rússia, além de ser um ferrenho crítico do governo Putin (Valentyn Ogirenko/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de maio de 2018 às 15h34.

O jornalista russo Arkadi Babchenko, cuja morte foi noticiada na terça-feira, 29, apareceu vivo em uma coletiva de imprensa em Kiev, capital da Ucrânia , nesta quarta-feira, 30. Ele agradeceu a todos que estavam de luto por sua morte e pediu desculpas aos amigos e parentes, que não sabiam que estava vivo.

O chefe do serviço de segurança da Ucrânia, Vasili Gritsak, informou que a agência encenou a morte de Babchenko para capturar suspeitos que planejavam realmente matá-lo. Segundo Gritsak, os investigadores encontraram um cidadão ucraniano que teria recebido US$ 40 mil do serviço de segurança russo para planejar o assassinato. Este homem teria contratado uma segunda pessoa para matar o jornalista.

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Autoridades de Kiev e a polícia nacional ucraniana disseram, na terça-feira, que Babchenko fora encontrado em seu prédio, com vários ferimentos a bala nas costas. A informação divulgada inicialmente era de que ele havia sido encontrado pela mulher, ainda vivo. Ela teria chamado uma ambulância, mas Babchenko teria morrido a caminho do hospital.

Arkadi Babchenko, de 41 anos, é um dos repórteres de guerra mais conhecidos na Rússia, além de ser um ferrenho crítico do governo Vladimir Putin. Ele deixou seu país no ano passado, depois de receber ameaças de que, junto com sua família, seria prejudicado por conta de suas críticas ao Kremlin.

Segundo a ex-legisladora russa Ilya Ponomarev, que também se mudou para a Ucrânia, Babchenko continuou a sofrer ameaças, mesmo depois de passar a viver em Kiev, onde trabalhava como apresentador em um canal de televisão tártaro. Ela acrescentou, no entanto, que ele não levava a intimidação muito a sério.

A anexação da Crimeia pela Rússia e o apoio aos separatistas no leste da Ucrânia eram assuntos comentados pelo jornalista, criticando a política adotada pelo Kremlin. Ele serviu no Exército russo durante as duas conflitos contra os separatistas da Chechênia, durante a década de 1990, e se tornou repórter depois disso, trabalhando como correspondente militar para vários meios de comunicação da Rússia.

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