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Ministros das Finanças das Américas debatem desequilíbrios do crescimento

O presidente do BID afirmou que a América Latina está crescendo em duas velocidades, e por isso alguns países vão ser influenciados pelo aumento de preços

Para o diretor geral do Banco Mundial, os governos latino-americanos devem aproveitar a bonança econômica para aumentar sua renda fiscal e realizar investimentos públicos de qualidade (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2011 às 16h28.

Calgary - Trinta ministros das Finanças de países americanos se reuniram neste sábado, em Calgary, no Canadá, para discutir os desequilíbrios do crescimento econômico na região, por ocasião da assembleia anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

A América Latina é um exemplo de superação econômica e as perspectivas para 2011 são otimistas, com uma previsão de crescimento entre 4% e 5%, segundo os especialistas reunidos em Calgary.

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"Estamos muito otimistas. E, naturalmente, o 'boom' das matérias-primas ajudará esta taxa de crescimento", declarou Pamela Cox, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe.

Mas o risco de superaquecimento já ameaça os países mais desenvolvidos da região, como o Brasil. Os níveis de inflação aumentam, os capitais estrangeiros penetram em massa na economia e a moeda local se valoriza cada vez mais em relação ao dólar.

Para os países pobres, como os da região centroamericana, é a alta dos preços do petróleo e dos alimentos a principal preocupação.

"A América Latina está crescendo em duas velocidades, e alguns países definitivamente vão ser influenciados por este aumento dos preços", estimou o presidente do BID, Luis Alberto Moreno.

Os 31 ministros das Finanças presentes em Calgary iniciaram suas reuniões na sexta-feira com um jantar de trabalho a portas fechadas. Uma coletiva de imprensa está marcada para as 19H30 de Brasília.

O diretor gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, também participa do encontro, assim como Sri Mulyani, diretor geral do Banco Mundial (Bird).

Para Mulyani, os governos latino-americanos devem aproveitar a bonança econômica para aumentar sua renda fiscal e realizar investimentos públicos de qualidade.

"Menos de 4% da arrecadação pública na América Latina provém do imposto de renda, em comparação com os 27% dos países industrializados", lembrou o diretor geral do Bird


Ele também criticou os níveis extremamente baixos de gasto privado e investimento fixo em infraestrutura.

O BID espera poder duplicar seus empréstimos para o setor privado na América Latina e no Caribe, chegando a 3 bilhões de dólares até 2015, informou a instituição neste sábado.

"O BID projeta um aumento de suas operações sem garantia soberana nos países pequenos e vulneráveis da região, além de impulsionar o crédito para projetos do setor privado e que promovam a inclusão social e a redução da pobreza", explicou o banco em um comunicado.

O setor privado cria em média 90% dos empregos na região, sendo dois terços deste total gerado por pequenas e médias empresas.

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