Ministro das Relações Exteriores do Irã anuncia renúncia no Instagram
Mohammad Javad Zarif conduziu a chancelaria iraniana durante todo o primeiro governo de Rohani, entre 2013 e 2017
AFP
Publicado em 26 de fevereiro de 2019 às 08h37.
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, um dos artífices do acordo internacional sobre o tema nuclear iraniano de 2015, anunciou nesta segunda-feira (25) à noite no Instagram que renuncia ao cargo.
"Me desculpo por não conseguir mais ser capaz de prosseguir em meu cargo e por todas as minhas falhas no exercício das minhas funções", escreveu Zarif em sua conta no Instagram.
Uma fonte oficial iraniana confirmou à AFP a demissão do ministro iraniano das Relações Exteriores, enquanto o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, informou que os Estados Unidos tomaram nota da renúncia e verão se ela se cumpre.
No entanto, o chefe do gabinete de Zarif, Mahmud Vaezi, "desmentiu firmemente" no Twitter que o presidente iraniano tenha aceito imediatamente a demissão.
Zarif, de 69 anos, comandou a diplomacia da República Islâmica durante todo o primeiro mandato de Rohani (2013-2017) e se manteve no cargo após a reeleição do presidente moderado.
Na mensagem no Instagram, o diplomata também agradeceu aos iranianos e os "funcionários respeitados pela magnanimidade" com que foi tratado durante seu mandato.
A renúncia do chefe da diplomacia iraniana foi confirmada por uma fonte que pediu para ter a identidade preservada, embora apenas se tornará efetiva uma vez que o presidente Hassan Rohani aceitar.
Zarif conduziu a chancelaria iraniana durante todo o primeiro governo de Rohani, entre 2013 e 2017, e foi mantido no cargo com a reeleição do presidente.
Foi o negociador chefe da delegação iraniana para o acordo selado em 2015 entre a República islâmica e o chamado grupo 5+1 (China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha) para pôr fim a 12 anos de crise pelo programa nuclear iraniano.
No entanto, era fortemente criticado pelos setores ultraconservadores do Irã, em particular depois que os Estados Unidos se retiram unilateralmente do acordo em 2018.