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Militares manifestam "lealdade e apoio irrestrito" a Maduro

O ministro confirmou o apoio a Maduro em um "ato de desagravo" pela retirada das imagens da Assembleia


	Nicolás Maduro. presidente venezuelano: ministro confirmou o apoio a Maduro em um "ato de desagravo" pela retirada das imagens da Assembleia
 (Miraflores Palace/Handout via Reuters)

Nicolás Maduro. presidente venezuelano: ministro confirmou o apoio a Maduro em um "ato de desagravo" pela retirada das imagens da Assembleia (Miraflores Palace/Handout via Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2016 às 05h11.

A Força Armada da Venezuela manifestou nesta quinta-feira seu "apoio irrestrito" ao presidente Nicolás Maduro, ao comunicar sua "indignação" pela retirada do Parlamento das imagens do finado presidente Hugo Chávez e do libertador Simón Bolívar.

"O presidente é a máxima autoridade do Estado e reafirmamos nossa absoluta lealdade e irrestrito apoio", disse o ministro da Defesa e chefe da Força Armada, Vladimir Padrino.

O ministro confirmou o apoio a Maduro em um "ato de desagravo" pela retirada das imagens da Assembleia, realizado em um quartel no oeste de Caracas, ao qual compareceu o presidente.

"A Força Armada, na inquebrantável unidade e consciente do momento histórico, expressa sua profunda indignação pela forma desrespeitosa e carregada de soberba em que se ordenou a retirada" das imagens, disse o ministro.

Padrino afirmou que a retirada das imagens de Chávez e Bolívar "é um ato decadente que aquebranta os princípios da honra militar".

"Ultrajaram a honra militar", disse Padrino, acrescentando que a instituição armada "rejeita categoricamente qualquer ato que manche a honra" destes homens.

Em nome da família de Chávez, Maduro transmitiu na mesma cerimônia "o agradecimento por este ato de desagravo cívico-militar" e por "esta ação de profunda espiritualidade e compromisso".

Na quarta-feira, um dia após assumir a presidência da Assembleia Nacional, Henry Ramos Allup ordenou a retirada das imagens de Chávez e de algumas montagens com Bolívar.

"Não quero ver um quadro aqui que não seja um retrato clássico do Libertador. Não quero ver Chávez ou Maduro, levem tudo isto para Miraflores (sede do Executivo)...", determinou Ramos Allup a funcionários da Assembleia.

Durante seu discurso de posse, Ramos Allup anunciou que a oposição no controle do Parlamento buscará nos próximos seis meses um caminho para tirar Maduro do poder.

No ato de desagravo realizado pelos militares, Maduro acusou os Estados Unidos de alentarem o confronto interno para "intervir" na Venezuela com o apoio da maioria opositora recém- instalada no Parlamento.

"Isto é parte de um plano, não sejamos ingênuos. Estão alimentando de ódio o espírito nacional para buscar uma alta confrontação e intervir internacionalmente na Venezuela com uma coalizão de países de direita liderada pelos Estados Unidos", assinalou Maduro no quartel militar onde estão os restos mortais de Chávez.

O presidente venezuelano acusou diretamente o general John Kelly, chefe do Comando Sul americano, de "estar por trás, manipulando" a conspiração.

Maduro afirmou que documentos do departamento de Estado divulgados por uma advogada americana revelam que Ramos Allup recebeu dinheiro da embaixada americana em Caracas entre 2004 e 2006.

Em meio à crescente tensão, Ramos Allup denunciou que duas sedes de seu partido - Ação Democrática - em Caracas foram atacadas com explosivos nesta quinta-feira, mas as ações não deixaram vítimas ou danos.

Situadas nos bairros de La Florida e El Paraíso, as sedes foram atacadas com "bombas" durante a manhã.

A Ação Democrática foi um dos dois partidos a dominar a cena política venezuelana durante a segunda metade do século XX, até a chegada de Hugo Chávez ao poder (1999-2013), e seus membros e instalações têm sido alvo permanente de agressões e ataques de grupos identificados com o chavismo.

Em outra ação de desagravo pela retirada das imagens de Chávez e Bolívar do Parlamento, o prefeito Jorge Rodríguez, do município de Libertador, região de Caracas, prometeu cobrir as ruas da capital com fotos dos dois líderes.

"Dei a ordem, já que isto molesta o dinossauro, o fascista, que nas próximas horas todas as ruas de Caracas, todos os postes, muros, tragam a imagem do nosso Libertador Simón Bolívar, do nosso pai Chávez".

Diante de dezenas de simpatizantes chavistas, Rodríguez liderou o "ato de desagravo" na Praça Bolívar, no centro de Caracas, onde pessoas carregando cartazes de Chávez e Simón Bolívar depositaram flores na estátua do Libertador e gritaram frases contra a oposição.

"Vamos com nossas flores, com nossos cantos, com nossa alegria para fazer em nome do povo de Caracas um desagravo a nosso pai Libertador Simón Bolívar e pai gigante da liberdade americana do século XXI, Hugo Chávez".

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