Mundo

Milícias na Líbia estão 'fora de controle', diz AI

Entidade afirma que as organizações armadas do país cometem abusos contra os direitos humanos

Segundo a organização, há detenções ilegais e torturas que, em alguns casos, causam a morte (Chris Hondros/Getty Images)

Segundo a organização, há detenções ilegais e torturas que, em alguns casos, causam a morte (Chris Hondros/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2012 às 05h39.

Londres - A Anistia Internacional (AI) denunciou nesta quinta-feira que as milícias armadas que agem na Líbia cometem abusos contra os direitos humanos e estão 'fora de controle'.

Em um relatório sobre a situação na Líbia um ano depois do começo da chamada 'Primavera Árabe', a AI assinala que estas milícias atuam com impunidade e criam insegurança e problemas para a reconstrução das instituições do Estado.

Intitulado 'As milícias ameaçam as esperanças de uma nova Líbia', o texto documenta extensos abusos dos direitos humanos, incluindo crimes de guerra, por parte de múltiplas milícias suspeitas de ser leais ao finado ditador Muammar Kadafi.

Segundo a organização de defesa dos direitos humanos, com sede em Londres, há detenções ilegais e torturas que, em alguns casos, causam a morte.

Os imigrantes e os refugiados africanos também foram alvo dos abusos, enquanto as autoridades não fizeram esforços para investigar e processar os responsáveis, acrescenta.

'Há um ano, os líbios arriscaram a vida para exigir justiça. Hoje, suas esperanças se veem prejudicadas por milícias armadas ilegais que pisoteiam os direitos humanos com impunidade', assinala o relatório divulgado hoje.

A AI informa que, em janeiro e no início de fevereiro de 2012, uma delegação do organismo visitou 11 instalações de detenção no centro e no oeste da Líbia utilizada por várias milícias.

Os detentos afirmaram ter sido torturados e maltratados no local e mostraram à AI os ferimentos sofridos.

Pelo menos 12 pessoas detidas pelas milícias morreram desde setembro após sofrer torturas.

Segundo a AI, não foi iniciada investigação alguma sobre esses casos.

A organização chama a atenção para a necessidade de as autoridades líbias demonstrarem seu compromisso de virar a página de décadas de violações sistemáticas dos direitos humanos e averiguar os abusos perpetrados no passado e no presente.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaLíbiaViolência urbana

Mais de Mundo

Musk quer cortes maciços de funcionários e gasto federal nos EUA

Trump escolhe ex-procurador-geral Matthew Whitaker como próximo embaixador na Otan

No Brasil, Xi Jinping defende cessar-fogo na Faixa de Gaza

Argentina questionou declaração do G20 porque acha que Estado não resolve pobreza, diz ministra