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México diz que separação de famílias nos EUA é desumana e racista

Desde maio, o governo americano defende a separação de crianças e pais na fronteira, como uma forma de diminuir a entrada de imigrantes ilegais no país

Nas últimas seis semanas, cerca de 1.995 casos foram registrados pelas autoridades dos EUA (Jose Luis Gonzalez/Reuters)
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Reuters

Publicado em 20 de junho de 2018 às 09h46.

Última atualização em 20 de junho de 2018 às 09h48.

Cidade do México - O ministro das Relações Exteriores mexicano, Luis Videgaray, classificou a separação de filhos de pais imigrantes na fronteira dos Estados Unidos com o México como "cruel e desumana", na terça-feira, e o presidenciável de esquerda que lidera as pesquisas para a eleição do mês que vem rotulou a medida de "racista".

Vídeos divulgados nesta semana de crianças e jovens sentados em jaulas com pisos de concreto em abrigos dos EUA provocaram revolta. Autoridades norte-americanas defenderam as medidas dizendo serem uma forma de proteger a fronteira e diminuir as entradas ilegais.

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"Isso é uma violação clara dos direitos humanos e coloca as crianças, inclusive aquelas com deficiências, em uma situação vulnerável", disse Videgaray em entrevista coletiva na Cidade do México, exortando os EUA a reavaliarem a prática.

Videgaray disse que o governo mexicano deixou sua posição clara ao governo do presidente norte-americano, Donald Trump, e que abordou a questão com autoridades graduadas da Organização das Nações Unidas (ONU), incluindo seu secretário-geral, António Guterres.

O candidato de esquerda Andrés Manuel López Obrador, que lidera as pesquisas antes da eleição de 1º de julho, pediu ao atual presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, que "aja urgentemente" para deter "essa atitude arrogante, racista, desumana de deportar crianças, colocá-las em jaulas e separá-las de seus pais".

"Em breve, muito em breve, quando nosso movimento triunfar, defenderemos os imigrantes do México, da América Central, todo o continente americano, e todos os imigrantes do mundo", disse ele em um comício em Culiacán, capital de Sinaloa, Estado do noroeste.

Dos cerca de 1.995 casos registrados pelas autoridades dos EUA, só cerca de um por cento das crianças afetadas são mexicanas, e a maioria já foi repatriada, disse Videgaray.

Entre os 21 casos identificados de mexicanos separados dos pais está o de uma menina de 10 anos com Síndrome de Down que estava detida em McAllen, no Texas, disse Videgaray, acrescentando que a mãe da menina foi enviada a outro local.

Em abril, o secretário de Justiça dos EUA, Jeff Sessions, anunciou uma política de "tolerância zero" segundo a qual todos os imigrantes apreendidos na divisa EUA-México devem ser acusados criminalmente, de acordo com o estatuto de entradas criminosas do país.

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