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Metade dos sírios está em situação alimentar crítica

Segundo a FAO, metade da população síria está em uma situação alimentar crítica e sofre de desnutrição em consequência do conflito

Crianças na rua na Síria: 6,3 milhões de pessoas sobrevivem nessas condições (Khalil Ashawi/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2014 às 14h59.

Cairo - A metade da população síria, incluindo os 2,6 milhões de refugiados, está em uma situação alimentar crítica e sofre de desnutrição em consequência do conflito, informou nesta segunda-feira a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

Em um encontro com jornalistas no Cairo, a FAO apresentou um relatório que destaca que 6,3 milhões de pessoas sobrevivem nessas condições dentro da Síria , o que "representa um aumento de 50% em relação a junho de 2013".

Esta situação foi provocada pelos estragos causados aos setores agrícola e da pecuária no país desde o início do conflito, em março de 2011.

A colheita de trigo de 2013 caiu 40% em um ano, o que, junto com a limitada capacidade de importação, "torna o país incapaz de satisfazer sua demanda de consumo", apontou o relatório.

O documento acrescenta que um quarto do gado bovino do país e um terço do ovino morreu, e a produção de aves caiu pela metade.

Além disso, as famílias sírias viram o aumento de preços diminuir consideravelmente seu poder de compra, marcado também por "uma situação de pobreza que afeta 60% da população, o dobro que em 2010, e de extrema pobreza, que chega a um terço dos habitantes".

Tudo isso é agravado pelo incessante aumento do desemprego, que passou de uma média de 8% entre 2005 e 2012 para 49% em meados de 2013, acrescentou o relatório.

A grande queda da produção agrícola na Síria repercute de maneira inevitável nos países vizinhos, como Líbano, Turquia, Jordânia, Iraque e Egito, que tiveram que buscar outros provedores, "aumentando sua exposição às variações de oferta e de preços mundiais e regionais".

O relatório destacou que entre 2011 e 2012 o valor dos alimentos aumentou na região "entre 5% e 10% , e entre 15% e 30 % em produtos como carne, laticínios, ovos e açúcar".

As más condições veterinárias, sanitárias e fitossanitárias aumentaram o movimento incontrolado de gado não vacinado e sem tratamento, além de sementes e materiais de semeadura, rumo a Iraque, Jordânia e Líbano, que também tiveram a qualidade da água e da terra afetadas.

Para atenuar esta insegurança alimentar na Síria e nos países vizinhos, a FAO iniciou um programa baseado em "fortalecer a resistência dos sistemas de gado para absorver, se recuperar e se adaptar de maneira sustentável aos impactos da crise síria".

Para isso, este plano trabalha no controle de pestes e doenças animais e vegetais, na gestão de informação e desenvolvimento de políticas entre os diferentes atores, no aumento de renda e emprego, na segurança alimentar, na melhora da tecnologia agrícola e no empoderamento da população local.

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Cairo - A metade da população síria, incluindo os 2,6 milhões de refugiados, está em uma situação alimentar crítica e sofre de desnutrição em consequência do conflito, informou nesta segunda-feira a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

Em um encontro com jornalistas no Cairo, a FAO apresentou um relatório que destaca que 6,3 milhões de pessoas sobrevivem nessas condições dentro da Síria , o que "representa um aumento de 50% em relação a junho de 2013".

Esta situação foi provocada pelos estragos causados aos setores agrícola e da pecuária no país desde o início do conflito, em março de 2011.

A colheita de trigo de 2013 caiu 40% em um ano, o que, junto com a limitada capacidade de importação, "torna o país incapaz de satisfazer sua demanda de consumo", apontou o relatório.

O documento acrescenta que um quarto do gado bovino do país e um terço do ovino morreu, e a produção de aves caiu pela metade.

Além disso, as famílias sírias viram o aumento de preços diminuir consideravelmente seu poder de compra, marcado também por "uma situação de pobreza que afeta 60% da população, o dobro que em 2010, e de extrema pobreza, que chega a um terço dos habitantes".

Tudo isso é agravado pelo incessante aumento do desemprego, que passou de uma média de 8% entre 2005 e 2012 para 49% em meados de 2013, acrescentou o relatório.

A grande queda da produção agrícola na Síria repercute de maneira inevitável nos países vizinhos, como Líbano, Turquia, Jordânia, Iraque e Egito, que tiveram que buscar outros provedores, "aumentando sua exposição às variações de oferta e de preços mundiais e regionais".

O relatório destacou que entre 2011 e 2012 o valor dos alimentos aumentou na região "entre 5% e 10% , e entre 15% e 30 % em produtos como carne, laticínios, ovos e açúcar".

As más condições veterinárias, sanitárias e fitossanitárias aumentaram o movimento incontrolado de gado não vacinado e sem tratamento, além de sementes e materiais de semeadura, rumo a Iraque, Jordânia e Líbano, que também tiveram a qualidade da água e da terra afetadas.

Para atenuar esta insegurança alimentar na Síria e nos países vizinhos, a FAO iniciou um programa baseado em "fortalecer a resistência dos sistemas de gado para absorver, se recuperar e se adaptar de maneira sustentável aos impactos da crise síria".

Para isso, este plano trabalha no controle de pestes e doenças animais e vegetais, na gestão de informação e desenvolvimento de políticas entre os diferentes atores, no aumento de renda e emprego, na segurança alimentar, na melhora da tecnologia agrícola e no empoderamento da população local.

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