Exame Logo

Merkel visita Egito para fortalecer luta contra imigração ilegal

A chefe de governo alemão afirmou que o Egito tem milhões de refugiados em suas fronteiras e que é preciso acabar com os traficantes de pessoas

Merkel e al-Sisi: Merkel ofereceu ajuda a Al Sisi para melhorar a situação dos solicitantes de asilo que estão no Egito (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)
E

EFE

Publicado em 2 de março de 2017 às 15h47.

Cairo - A chanceler da Alemanha, Angela Merkel , viajou nesta quinta-feira ao Cairo para estreitar a parceria com o presidente do Egito , Abdul Fatah al Sisi, e buscar uma solução para o fluxo de imigração ilegal que chega à Europa.

Em entrevista coletiva conjunta no palácio presidencial de Al Itihadyia, a chefe de governo alemão afirmou que o Egito tem milhões de refugiados em suas fronteiras e que é preciso acabar com os traficantes de pessoas no litoral do país.

Veja também

Merkel ofereceu ajuda a Al Sisi para melhorar a situação dos solicitantes de asilo que estão no Egito e destacou que a Alemanha vai continuar protegendo a fronteira egípcia para impedir a imigração, prestando toda a vigilância possível.

Al Sisi avaliou com Merkel a possibilidade de cerca de mil egípcios que estão na Alemanha para pedir asilo voltem ao país.

O objetivo da reunião foi impedir o fluxo migratório que, segundo Al Sisi, incide no fato de o Egito não possuir acampamentos de refugiados, já que há cinco milhões de imigrantes vivendo em meio à população do país.

Sobre o conflito da Líbia, Merkel elogiou o papel de mediação que o Egito desempenha ao lado de Argélia e Tunísia.

A chanceler afirmou que a União Europeia (UE) tem que apoiar de maneira conjunta todos os esforços para conseguir a paz no país porque isso representará um grande passo para a luta contra o terrorismo.

O Egito tem sido muito criticado, especialmente por ONGs internacionais, pela repressão contra ativistas que lutam por direitos humanos no país. Merkel reafirmou a importância da sociedade civil, já que as próprias ONGs ajudam a combater o terror.

O parlamento do Egito aprovou no fim do ano passado uma lei que exige que as ONGs peçam permissão para receber financiamento estrangeiro.

Além disso, elas são proibidas de enviar dinheiro para fora do país sem a devida autorização das autoridades.

"Nossos amigos da Europa sempre falam sobre esse tema, mas nós tentamos conseguir um equilíbrio entre os direitos humanos e as medidas de segurança que são necessárias para combater o terrorismo no Egito, e que voltou recentemente às igrejas", disse Al Sisi.

Merkel visitará amanhã a Tunísia e se reunirá com o primeiro-ministro do país, Youssef Chahed, para também conversar sobre a crise dos refugiados.

A visita da chanceler, porém, não pretende firmar acordos de curto prazo para dar um impulso às relações bilaterais com os dois países. Merkel quer estabelecer uma cooperação estreitas para colher os frutos da viagem nos próximos meses.

A chefe do governo alemão, no entanto, indicou em várias ocasiões que pretende assinar com diferentes países africanos acordos similares ao firmado com a Turquia para conter o fluxo migratório.

O governo da Alemanha está há meses destacando a importância de a União Europeia trabalhar com a África para resolver a crise dos refugiados e os problemas que a provocaram.

Acompanhe tudo sobre:Angela MerkelEgitoImigraçãoRefugiados

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame