Merkel pede resiliência aos alemães durante batalha contra coronavírus
"Não estamos vivendo a fase final da pandemia, mas ainda o início", disse a chanceler durante discurso a câmara baixa do Parlamento
Reuters
Publicado em 23 de abril de 2020 às 12h33.
Última atualização em 23 de abril de 2020 às 12h38.
A chanceler da Alemanha, AngelaMerkel, exortou os alemães nesta quinta-feira a mostrarem resistência e disciplina para vencerem a pandemia de coronavírus , que disse ainda estar no início, e pediu um orçamento maior da União Europeia para apoiar a recuperação econômica do bloco.
Merkel receia que a população esteja relaxando os esforços de distanciamento social depois que os governos regionais e federal concordaram em reabrir algumas lojas nesta semana.
A Alemanha tem o quinto maior número de casos de Covid-19 no mundo, atrás de Estados Unidos, Espanha, Itália e França, mas tem tido poucas mortes graças aos exames precoces e abrangentes.
O país relatou 148.046 casos confirmados de coronavírus e 5.094 mortes, mas as cifras mais recentes apontaram para mais pacientes recuperados do que novas infecções.
"É precisamente porque as cifras dão motivo de esperança que me sinto obrigada a dizer que este resultado provisório é frágil. Estamos sobre gelo fino, o gelo mais fino que já se viu", disse Merkel ao Bundestag, a câmara baixa do Parlamento.
"Ainda estamos longe de estar fora de perigo. Não estamos vivendo a fase final da pandemia, mas ainda o início".
O relaxamento gradual das restrições no país determina que as regras de distanciamento social sejam mantidas até 3 de maio. As escolas começarão a reabrir a partir do dia seguinte, dando prioridade a estudantes do último ano. Os cabeleireiros também poderão reabrir nesta ocasião.
Merkel e líderes nacionais voltarão a se reunir em 30 de abril para estudar como proceder depois de 3 de maio.
A Focus Online, uma revista virtual, noticiou que três Estados --Baixa Saxônia, Renânia do Norte-Vestfália e Baden-Wuerttemberg-- querem aproveitar a reunião para pressionar pelo afrouxamento das restrições a restaurantes, hotéis e varejistas.
Merkel expressou o temor de que alguns Estados estejam sendo "muito bruscos, para não dizer bruscos demais" ao defender restrições menos severas.
Na quarta-feira, Christian Drosten, o principal virologista do hospital Charité de Berlim, disse que os exames de grande escala ajudaram a nação no começo da crise, mas que, com o abrandamento do isolamento, "lamento ver que talvez estejamos prestes a perder esta vantagem".
Varejistas cujas lojas têm até 800 metros quadrados agora podem abrir, assim como concessionárias de carros e bicicletas e livrarias, mas precisam manter um distanciamento social rigoroso e regras de higiene.