Merkel "estuda" com UE situação de afetados por veto de Trump
Segundo a chanceler, a "luta determinada contra o terrorismo internacional não justifica uma suspeita geral sobre as pessoas"
EFE
Publicado em 30 de janeiro de 2017 às 13h49.
Berlim - A chanceler alemã, Angela Merkel , garantiu nesta segunda-feira que seu governo "analisa" a situação de seus cidadãos afetados pelo veto à entrada nos Estados Unidos de pessoas de vários países de maioria muçulmana e disse que as medidas para defender seus direitos serão adotadas "em coordenação com a UE".
"A Chancelaria está fazendo todo o possível para esclarecer a situação desses cidadãos", afirmou Merkel, para reiterar suas críticas à medida adotada no sábado pelo presidente americano, Donald Trump.
A "luta determinada contra o terrorismo internacional não justifica uma suspeita geral sobre as pessoas, em razão de sua religião, neste caso a muçulmana, ou sua procedência", insistiu a chanceler, de acordo com a mensagem já emitida ontem por seu porta-voz, Steffen Seibert.
Já nessa primeira reação, Seibert garantiu que o Executivo de Berlim iria "estudar" quais consequências trariam essas medidas adotadas por Trump para cidadãos alemães com dupla nacionalidade.
Fontes governamentais estimam que dezenas de milhares de pessoas com dupla nacionalidade serão afetadas por essas restrições: 80 mil cidadãos de origem iraniana, outros 30 mil iraquianos, 25 mil com passaporte sírio e mais de mil procedentes do Sudão.
O popular jornal "Bild" dedica uma página inteira a alguns dos casos mais conhecidos, começando pelo deputado verde e vice-presidente do grupo de deputados atlantistas do Bundestag (parlamento federal) Omig Nouripour, e além de atrizes e artistas que residem no país.
A companhia aérea alemã Lufthansa, por sua vez, informou nesta segunda-feira que teve que reprogramar seu plano de trabalho e colocar em outras rotas os membros de suas tripulações afetados pelo veto temporário.
A proibição temporária de entrada aos Estados Unidos também atinge passageiros da companhia aérea, embora o número seja muito pequeno, afirmou seu porta-voz.