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Merkel: Em tempos de Trump, Europa deve se manter ativa

Este posicionamento foi anunciado dois dias após ela afirmar que os europeus já não podem contar totalmente com os EUA e o Reino Unido

Merkel: segundo ela é necessário para os europeus ter uma "política externa comum", para, por exemplo, pressionar para "resolver o conflito na Líbia" (Jim Bourg/Reuters)
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AFP

Publicado em 30 de maio de 2017 às 11h42.

A chanceler alemã , Angela Merkel, considerou nesta terça-feira "muito importante" que a Europa se torne um "ator ativo" em questões internacionais na era Donald Trump, ao mesmo tempo que classificou como "primordial" a relação transatlântica.

Este posicionamento foi anunciado dois dias após ela afirmar, ao final de uma difícil reunião de cúpula do G7, que os europeus já não podem contar totalmente com os Estados Unidos e o Reino Unido.

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"Os laços transatlânticos são de uma importância primordial para nós... mas na atual situação há ainda mais razões para tomarmos o destino em nossas mãos", disse Merkel nesta terça-feira em uma entrevista coletiva.

"A Europa deve ser um ator que também atua no exterior, considero isso extremamente importante", afirmou a chanceler, que recebia o premier indiano, Narenda Modi.

Segundo ela é necessário para os europeus ter uma "política externa comum", para, por exemplo, pressionar para "resolver o conflito na Líbia".

"Em algumas questões, não somos tão bons quanto deveríamos ser, a questão da política migratória, em particular", disse a chanceler.

Merkel, assim como outros líderes europeus, enfatizou a necessidade de a UE se afirmar no cenário internacional para melhor defender os seus interesses.

Mas até o momento, a implementação de uma ação diplomática europeia chocou-se com as prerrogativas dos Estados-Membros neste domínio e sua relutância em abandonar certa soberania neste reino real.

Nos últimos dias, Berlim voltou a insistir nesse objetivo, ao mesmo tempo que elevou a voz contra Donald Trump, principalmente em razão de sua recusa em dizer se manteria os Estados Unidos no Acordo de Paris sobre o clima.

Na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores alemão, o social-democrata Sigmar Gabriel, foi muito franco ao falar a respeito do presidente americano, acusando-o de "enfraquecer" o Ocidente e trabalhar contra os interesses da União Europeia.

Estas tensões não são novas. Desde o dia da eleição do republicano, a chanceler adverte a Donald Trump que ele deveria respeitar os valores das democracias ocidentais depois de uma campanha marcada por derrapagens e polêmicas.

O presidente dos Estados Unidos, antes e depois de sua eleição, também não se privou de atacar a Alemanha.

Fiel ao seu discurso anti-livre-comércio, adotou um tom muito duro a respeito dos excedentes comerciais alemães, ameaçando introduzir tarifas em retaliação.

Nesta terça-feira, Donald Trump usou o Twitter nesta terça-feira para reclamar do déficit comercial dos Estados Unidos com a Alemanha e criticar este país por considerar que deveria pagar mais para financiar a aliança militar na Otan.

"Nós temos um déficit comercial MASSIVO com a Alemanha, que além disso paga BEM MENOS do que deveriam na Otan e (aliança) militar. Muito ruim para os Estados Unidos. Isto vai mudar", escreveu o presidente em sua conta @realDonaldTrump.

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