Mundo

Mercado se beneficia com expansão da Rússia e do Oriente Médio

Bolsa de Londres é vista como a melhor alternativa para as empresas da região que desejam abrir capital sem se submeter à lei americana Sarbanes-Oxley

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h39.

Nos próximos anos, a Bolsa de Londres deve se tornar o principal destino de empresas dos mercados emergentes do Mediterrâneo, Ásia e Oriente Médio que desejem abrir capital, mas sem se submeter ao rigor da lei americana Sarbanes-Oxley, que exige rígidos controles internos para evitar fraudes como a da Enron e da Worldcom. Quem perderá no processo é a Bolsa de Nova York, segundo estudo do instituto McKinsey.

"Por uma questão geográfica, Londres é o centro financeiro natural que se beneficiará da enorme riqueza da região. Ajudada pelos limites impostos às companhias pela Lei Sarbanes-Oxley, Londres é um centro atraente para aberturas de capital", afirma no estudo o diretor do McKinsey em Londres, Charles Roxburgh.

A área de influência da bolsa londrina é conhecida como "Grande Crescente" e envolve uma vasta região entre o Mar Ártico e o Norte da África, passando pelo Oriente Médio e a Rússia. Nesse território, encontram-se 12 nações que detêm pelo menos 60% das reservas mundiais comprovadas de petróleo e mais de 70% das reservas de gás natural. A região não é rica apenas em combustíveis fósseis, mas também em insumos cada vez mais raros. A Rússia, por exemplo, possui 40% das reservas mundiais de platina; 35% das reservas de níquel; e 27% das de minério de ferro.

Além disso, Londres é o destino principal de bilionários expatriados de seus países de origem por divergências políticas com seus governos. Nos últimos anos, por exemplo, pelo menos 700 grandes empresários do Leste Europeu instalaram-se na cidade, com patrimônios que variam de 10 milhões a 18 bilhões de dólares.

Exemplos recentes mostram que Londres já começa a atrair grandes ofertas públicas de ações. A Kazakhmys, uma produtora de cobre do Cazaquistão, hoje integra o FTSE 100 - o índice das 100 empresas mais negociadas no pregão. A russa Gazprom, uma das dez maiores companhias pelo valor de bolsa, também negocia seus papéis lá.

A listagem de empresas do "Grande Crescente" na Bolsa de Londres não é apenas um bom negócio para os administradores do pregão. Os bancos comerciais e de investimento da Europa também já perceberam os benefícios desse processo. De acordo com algumas estatísticas, as ofertas públicas de empresas da região poderiam aumentar a carteira dos bancos europeus entre 25% e 30%. Se a previsão estiver correta, pode-se dizer que, nos próximos três ou cinco anos, o mercado de capitais da Europa crescerá o equivalente a uma e meia vez o Produto Interno Bruto da Alemanha. As previsões mais pessimistas indicam que o crescimento pode ser menor - entre 12% a 15%.

O McKinsey ressalta que a expansão das economias do "Grande Crescente" não está isenta de riscos políticos e econômicos - o que pode comprometer as previsões. O estudo lembra, por exemplo, que faz apenas seis anos que a crise russa iniciada em 1998 terminou. Além disso, os países árabes podem preferir um outro destino - a Bolsa de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Esse pregão também está se transformando em importante centro financeiro.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Mundo

Apagão global afeta aeroportos, comitê das Olimpíadas, canal de TV e bolsa de valores

Trump diz que quer ser 'presidente de todos' e detalha tiro que levou em 1º discurso após atentado

Trump fará 1º comício após ataque neste sábado, em condado decisivo para a eleição

Eleições nos EUA: Trump discursa na Convenção Republicana nesta quinta; assista ao vivo

Mais na Exame