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Menor deportado conta que viu amigo morrer no deserto

Guatemalteco de 16 anos, que retornou ao seu país após deportação dos EUA, disse que viu um amigo morrer no deserto

Fronteira entre EUA e México: entre janeiro e junho, foram deportados 28.021 pessoas dos EUA (John Moore/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2014 às 14h36.

Cidade da Guatemala - Um menor guatemalteco de 16 anos que chegou nesta terça-feira a seu país deportado dos Estados Unidos afirmou que viu um amigo morrer no deserto e que não voltará a tentar viajar de maneira ilegal ao país.

O menor, que se identificou como Kenny Elías Mejía, chegou hoje à Guatemala após ser deportado por avião dos Estados Unidos junto com 130 adultos.

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"O mais duro que vi durante a viagem foi um amigo morrer no deserto. Se desidratou e não podia caminhar mais. Ficou pra trás", relatou Mejía à Agência Efe após aterrissar em seu país natal.

O menor detalhou que o falecido era guatemalteco e que ia junto com ele dentro de um grupo de imigrantes ilegais que pretendiam atravessar a fronteira americana de maneira ilegal.

"Ficamos amigos no caminho e fiquei muito triste", acrescentou.

Mejía disse que é original do município de Esquipulas, no departamento de Chiquimula, 230 quilômetros ao leste da Cidade da Guatemala, e que durante sua travessia viu "muitas crianças no deserto e muitas mães com elas".

O menor destacou que desde sua detenção e durante o processo de deportação "alguns de nossos direitos foram violentados e outros respeitados".

"Não voltarei a tentar", disse o menor após ser questionado se tentaria atravessar a fronteira de maneira ilegal novamente.

As autoridades americanas calculam que mais de 52 mil menores centro-americanos, a maioria procedentes de El Salvador, Guatemala e Honduras, foram detidos pela Patrulha de Fronteiras no atual ano fiscal, que começou em outubro do ano passado.

Segundo a Direção Geral de Migração (DGM) da Guatemala, entre janeiro e junho deste ano, os EUA deportaram 28.021 cidadãos que estavam ilegais em seu território, entre eles 76 menores de idade como Elías Mejía.

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