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Manifestantes pró-UE resistem no centro de Kiev

Os manifestantes agitavam bandeiras ucranianas e europeias durante ocupação para rejeitar a decisão do governo de negar um acordo com a União Europeia

Manifestantes pró-Europa fazem barricadas para se protegerem da polícia em 11 de dezembro de 2013, em Kiev: onze manifestantes foram detidos, segundo a oposição (VASILY MAXIMOV/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2013 às 11h01.

Kiev - Milhares de manifestantes favoráveis à União Europeia resistiam na noite desta quarta-feira no centro de Kiev, onde levantaram barricas na Praça da Independência, após a tentativa da polícia de choque de desocupar a região.

Os manifestantes ocupavam a Praça agitando bandeiras ucranianas e europeias para rejeitar a decisão do presidente Viktor Yanukovich de negar um acordo com a União Europeia e manter sua proximidade com Moscou.

Diante das críticas da comunidade internacional e depois de reuniões com autoridades americanas e europeias, Yanukovich prometeu não recorrer à força contra as manifestações pacíficas, ao mesmo tempo em que pediu diálogo com a oposição.

"Para poder chegar a um compromisso, peço à oposição que não rejeite as conversações e não continue no caminho do confronto e dos ultimatos", declarou Yanukovich em um comunicado.

Washington advertiu o governo ucraniano contra o emprego do Exército para conter as manifestações.

Em conversa por telefone com seu colega ucraniano, Pavel Lebedev, o secretário americano de Defesa, Chuck Hagel, "destacou os danos que poderia causar uma intervenção do Exército para reprimir os protestos" em Kiev e pediu "moderação" às autoridades.

Mais cedo, a porta-voz do departamento de Estado Jennifer Psaki revelou que Washington avalia a possibilidade de impor sanções à Ucrânia devido à repressão contra os manifestantes.

O primeiro-ministro ucraniano, Mykola Azarov, afirmou que as operações policiais estavam destinadas apenas à "limpeza das vias públicas cobertas de neve".

Azarov assegurou que a entrada da Ucrânia na União Alfandegária proposta por Moscou não está sobre a mesa e afirmou que Kiev está disposta a assinar um acordo de associação com a União Europeia (UE) se receber 20 bilhões de euros em ajuda em investimentos.

Na Praça da Independência, a oposição gritou vitória após o fracasso da polícia de choque de recuperar o controle do local.

"Aqui é onde decidimos o destino da Ucrânia!", lançou Arseni Yatseniuk, um dos líderes da oposição, a partir do palco instalado no centro da praça entre barracas e barricadas.

"Conseguimos!", declarou o líder nacionalista Oleg Tiagnybok.

"O poder tem medo dos ucranianos!", afirmou o líder do partido Udar, o boxeador Vitali Klitschko.


Intervenção policial é inadmissível

Os manifestantes reunidos na Praça da Independência receberam a visita da subsecretária americana de Estado, Victoria Nuland, que chegou a Kiev na véspera para tentar uma mediação depois de ter passado por Moscou.

Nuland se dirigiu à praça após a visita ao local na terça-feira da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, que antes havia se reunido com o presidente ucraniano.

Nuland classificou de inadmissível a intervenção policial contra os manifestantes e assegurou que o país deve "salvar seu futuro europeu", depois de também se reunir com Yanukovich.

"Digo claramente que o que aconteceu ontem à noite é absolutamente inadmissível em um Estado democrático", declarou Nuland.

"Acreditamos que a Ucrânia ainda tem uma possibilidade de salvar seu futuro europeu", acrescentou, afirmando que, para isso, será necessário retomar o diálogo com a Europa e o FMI.

Os Estados Unidos manifestaram seu desgosto e a UE sua tristeza depois que milhares de policiais de choque começaram na madrugada de quarta-feira a desmantelar as barricadas e a desalojar os manifestantes da Praça da Independência, ocupada há mais de duas semanas e palco de concentrações de centenas de milhares de pessoas.

"Condeno o uso da força e da violência - que não pode ser uma resposta às manifestações pacíficas - e peço para que se esforcem ao máximo em termos de moderação", declarou em um comunicado a chefe da diplomacia da UE.

Apesar dos confrontos, que deixaram vários feridos nos dois grupos, os policiais agiram de maneira relativamente tranquila utilizando seu escudo para repelir a multidão.

Onze manifestantes foram detidos, segundo a oposição.


20 bilhões de euros

No início da manhã desta quarta-feira, pouco depois da ação na praça da Independência, as forças de segurança tentaram recuperar a prefeitura de Kiev, situada perto da praça e ocupada pela oposição, que no domingo estabeleceu no local seu quartel-general.

Os policiais, que recorreram aos seus cassetetes, também precisaram deixar o local diante da hostilidade da multidão e depois de terem sido atingidos pela água de uma mangueira de incêndio a uma temperatura de 10 graus abaixo de zero.

Esta onda de protestos nasceu no fim de novembro, quando o poder ucraniano decidiu renunciar a um acordo de associação com a UE para se voltar em direção à Rússia.

Moscou ameaçou com medidas de represália e oferece bilhões de dólares à Ucrânia, ex-república soviética de 46 milhões de habitantes afundada em uma profunda crise econômica e financeira.

A oposição acusa Yanukovich de preparar em segredo a entrada da Ucrânia na União Alfandegária estabelecida por Moscou e que integra ex-repúblicas soviéticas.

Azarov afirmou nesta quarta-feira que o tema não está na ordem do dia de uma reunião entre o presidente ucraniano e seu colega russo, Vladimir Putin, prevista para o dia 17 de dezembro em Moscou.

O primeiro-ministro repetiu que a Ucrânia não assinou o acordo de associação com a UE por razões exclusivamente econômicas e anunciou que Kiev está disposta a fazê-lo em troca de 20 bilhões de euros de ajuda europeia.

"Propomos que a União Europeia participe dos investimentos em projetos comuns mutuamente vantajosos, como a ampliação e a modernização dos corredores de transporte", declarou, em clara alusão aos gasodutos que atravessam o país.

Atualização às 12h de 12/12/2013

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Kiev - Milhares de manifestantes favoráveis à União Europeia resistiam na noite desta quarta-feira no centro de Kiev, onde levantaram barricas na Praça da Independência, após a tentativa da polícia de choque de desocupar a região.

Os manifestantes ocupavam a Praça agitando bandeiras ucranianas e europeias para rejeitar a decisão do presidente Viktor Yanukovich de negar um acordo com a União Europeia e manter sua proximidade com Moscou.

Diante das críticas da comunidade internacional e depois de reuniões com autoridades americanas e europeias, Yanukovich prometeu não recorrer à força contra as manifestações pacíficas, ao mesmo tempo em que pediu diálogo com a oposição.

"Para poder chegar a um compromisso, peço à oposição que não rejeite as conversações e não continue no caminho do confronto e dos ultimatos", declarou Yanukovich em um comunicado.

Washington advertiu o governo ucraniano contra o emprego do Exército para conter as manifestações.

Em conversa por telefone com seu colega ucraniano, Pavel Lebedev, o secretário americano de Defesa, Chuck Hagel, "destacou os danos que poderia causar uma intervenção do Exército para reprimir os protestos" em Kiev e pediu "moderação" às autoridades.

Mais cedo, a porta-voz do departamento de Estado Jennifer Psaki revelou que Washington avalia a possibilidade de impor sanções à Ucrânia devido à repressão contra os manifestantes.

O primeiro-ministro ucraniano, Mykola Azarov, afirmou que as operações policiais estavam destinadas apenas à "limpeza das vias públicas cobertas de neve".

Azarov assegurou que a entrada da Ucrânia na União Alfandegária proposta por Moscou não está sobre a mesa e afirmou que Kiev está disposta a assinar um acordo de associação com a União Europeia (UE) se receber 20 bilhões de euros em ajuda em investimentos.

Na Praça da Independência, a oposição gritou vitória após o fracasso da polícia de choque de recuperar o controle do local.

"Aqui é onde decidimos o destino da Ucrânia!", lançou Arseni Yatseniuk, um dos líderes da oposição, a partir do palco instalado no centro da praça entre barracas e barricadas.

"Conseguimos!", declarou o líder nacionalista Oleg Tiagnybok.

"O poder tem medo dos ucranianos!", afirmou o líder do partido Udar, o boxeador Vitali Klitschko.


Intervenção policial é inadmissível

Os manifestantes reunidos na Praça da Independência receberam a visita da subsecretária americana de Estado, Victoria Nuland, que chegou a Kiev na véspera para tentar uma mediação depois de ter passado por Moscou.

Nuland se dirigiu à praça após a visita ao local na terça-feira da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, que antes havia se reunido com o presidente ucraniano.

Nuland classificou de inadmissível a intervenção policial contra os manifestantes e assegurou que o país deve "salvar seu futuro europeu", depois de também se reunir com Yanukovich.

"Digo claramente que o que aconteceu ontem à noite é absolutamente inadmissível em um Estado democrático", declarou Nuland.

"Acreditamos que a Ucrânia ainda tem uma possibilidade de salvar seu futuro europeu", acrescentou, afirmando que, para isso, será necessário retomar o diálogo com a Europa e o FMI.

Os Estados Unidos manifestaram seu desgosto e a UE sua tristeza depois que milhares de policiais de choque começaram na madrugada de quarta-feira a desmantelar as barricadas e a desalojar os manifestantes da Praça da Independência, ocupada há mais de duas semanas e palco de concentrações de centenas de milhares de pessoas.

"Condeno o uso da força e da violência - que não pode ser uma resposta às manifestações pacíficas - e peço para que se esforcem ao máximo em termos de moderação", declarou em um comunicado a chefe da diplomacia da UE.

Apesar dos confrontos, que deixaram vários feridos nos dois grupos, os policiais agiram de maneira relativamente tranquila utilizando seu escudo para repelir a multidão.

Onze manifestantes foram detidos, segundo a oposição.


20 bilhões de euros

No início da manhã desta quarta-feira, pouco depois da ação na praça da Independência, as forças de segurança tentaram recuperar a prefeitura de Kiev, situada perto da praça e ocupada pela oposição, que no domingo estabeleceu no local seu quartel-general.

Os policiais, que recorreram aos seus cassetetes, também precisaram deixar o local diante da hostilidade da multidão e depois de terem sido atingidos pela água de uma mangueira de incêndio a uma temperatura de 10 graus abaixo de zero.

Esta onda de protestos nasceu no fim de novembro, quando o poder ucraniano decidiu renunciar a um acordo de associação com a UE para se voltar em direção à Rússia.

Moscou ameaçou com medidas de represália e oferece bilhões de dólares à Ucrânia, ex-república soviética de 46 milhões de habitantes afundada em uma profunda crise econômica e financeira.

A oposição acusa Yanukovich de preparar em segredo a entrada da Ucrânia na União Alfandegária estabelecida por Moscou e que integra ex-repúblicas soviéticas.

Azarov afirmou nesta quarta-feira que o tema não está na ordem do dia de uma reunião entre o presidente ucraniano e seu colega russo, Vladimir Putin, prevista para o dia 17 de dezembro em Moscou.

O primeiro-ministro repetiu que a Ucrânia não assinou o acordo de associação com a UE por razões exclusivamente econômicas e anunciou que Kiev está disposta a fazê-lo em troca de 20 bilhões de euros de ajuda europeia.

"Propomos que a União Europeia participe dos investimentos em projetos comuns mutuamente vantajosos, como a ampliação e a modernização dos corredores de transporte", declarou, em clara alusão aos gasodutos que atravessam o país.

Atualização às 12h de 12/12/2013

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