Iêmen: dos 29,3 milhões de habitantes, 17,8 milhões estão em situação de insegurança alimentar (Mohammed Hamoud/Getty Images)
EFE
Publicado em 9 de novembro de 2018 às 15h04.
Genebra - Aproximadamente 400 mil crianças sofrem de desnutrição severa aguda no Iêmen e suas vidas correm perigo, denunciou nesta sexta-feira o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef, na sigla em inglês).
Dessas crianças, 40% se encontram em Al Hudaydah, onde atualmente está sendo travada uma batalha feroz entre as forças do governo reconhecido internacionalmente e dos rebeldes houthis, informou em entrevista coletiva o porta-voz do Unicef, Christoph Boulierac, que especificou que a situação é muito delicada.
"Enquanto estamos falando, a vida dessas crianças corre perigo", afirmou o porta-voz.
Essas 400 mil crianças fazem parte dos 1,8 milhão de menores iemenitas que sofrem de desnutrição aguda, especificou Boulierac.
Por outro lado, o porta-voz do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Hervé Verhoosel, anunciou que a agência vai redobrar seus esforços para "tentar evitar uma crise de fome em massa".
Verhoosel especificou que, por enquanto, não se pode definir a situação no Iêmen como uma "crise de fome", mas isto está muito perto.
Assim, o PMA aumentará a ajuda que distribui no Iêmen de 8 milhões de pessoas assistidas atualmente a cada mês para 14 milhões.
Essa expansão será gradual, já que a campanha exige uma implantação maciça de logística e pessoal em uma zona de guerra que se transformou na pior crise humanitária do mundo, segundo a ONU.
Verhoosel explicou que 70% do que o país importa entra pelo porto de Al Hudaydah, por isso pediu às partes em conflito que mantenham as instalações portuárias abertas.
Dos 29,3 milhões de habitantes do Iêmen, 22 milhões necessitam de algum tipo de assistência humanitária e 17,8 milhões estão em situação de insegurança alimentar.