Mais de 4 milhões de venezuelanos deixaram o país desde começo da crise
Os cidadãos venezuelanos se tornaram um dos maiores grupos de populações deslocadas do mundo, após a aceleração do êxodo em massa a partir de 2016
EFE
Publicado em 7 de junho de 2019 às 12h15.
Genebra — O número de cidadãos que deixaram a Venezuela por causa da crise superou a barreira dos quatro milhões, anunciaram nesta sexta-feira conjuntamente a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a Agência de Refugiados das Nações Unidas (Acnur).
Os cidadãos venezuelanos se tornaram um dos maiores grupos de populações deslocadas do mundo, após a aceleração do êxodo em massa a partir de 2016.
Em apenas sete meses, contados desde novembro de 2018, o número de refugiados e migrantes venezuelanos aumentou em um milhão, segundo dados das autoridades nacionais e de outras fontes seguras utilizadas por ambos os organismos da ONU.
"O ritmo de saídas da Venezuela foi assombroso. Eram cerca de 695 mil no final de 2015 e desde então, a quantidade de refugiados e migrantes da Venezuela disparou para mais de 4 milhões em meados de 2019", disseram OIM e Acnur em declaração conjunta.
A grande maioria de venezuelanos se transferiu para outros países da região.
Atualmente, a Colômbia acolhe 1,3 milhão de venezuelanos, seguida do Peru, com 768 mil; Chile, com 288 mil; Equador, com 263 mil; Argentina, com 130 mil; e Brasil, com 168 mil.
"Estes números são alarmantes e ressaltam a necessidade urgente de apoiar comunidades de amparo nos países receptores", comentou o representante especial da Acnur-OIM para refugiados e migrantes venezuelanos, Eduardo Stein.
Citado na declaração, Stein elogiou países da América Latina e do Caribe "por fazerem parte da resposta a esta crise sem precedentes", mas acrescentou que não podem continuar sozinhos, sem ajuda internacional.
Ambos os organismos tentam prestar parte desse apoio através de um plano regional lançado em dezembro e que lhes permitiria ajudar 2,2 milhões de venezuelanos nos países receptores e 580 mil pessoas em comunidades de amparo em 16 países.
O maior problema a enfrentar é o escasso financiamento que o plano recebeu, já que somente 21% do orçamento planejado foi coberto.