Nicolás Maduro: para ele, o que aconteceu na sede da OEA foi "incomum" e "constrangedor" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
EFE
Publicado em 4 de abril de 2017 às 08h54.
Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rejeitou nesta segunda-feira a resolução da Organização dos Estados Americanos (OEA) onde afirma que no país há "uma grave alteração inconstitucional" e a acusou de pretender se transformar em um "tribunal de inquisição" para perseguir sua nação.
"Não tem nada a ver com a Venezuela, um comunicado insosso, não operacional. O que tem efeito na Venezuela é uma grande indignação e uma grande rejeição, eu chamo o povo da Venezuela para rejeitar essa política intervencionista", disse Maduro, em emissora obrigatória de rádio e televisão.
Além disso, rejeitou o que descreveu como um "golpe de Estado" dado a Bolívia, depois de que Honduras tomou seu lugar na presidência do Conselho Permanente nesta segunda-feira.
O líder venezuelano disse, além disso, que pretendem transformar a OEA em um "tribunal de inquisição para perseguir a Venezuela".
"Vade retro, Satanás. Vai de retro, OEA. Fora daqui, OEA. Saia com suas mãos cheias de sangue da Venezuela e da pátria bolivariana, repudiamos e rejeitamos o golpe de Estado na OEA", afirmou, com a Constituição nas mãos.
Para Maduro, o que aconteceu hoje na sede da OEA foi algo "incomum" e "constrangedor", pois, segundo ele, "todas as regras mínimas de jogo" foram quebradas.
Disse que há uma "concepção extremista" nos governos da "direita latino-americana" e se mostrou seguro que há países que estão sendo "pressionados".
Segundo Maduro, Venezuela é o pilar fundamental de 18 países na região e indicou que deu ordens para fortalecer "todos os aspectos energéticos" em Petrocaribe.
O presidente venezuelano fez estas declarações depois de constatar que o país teve um primeiro trimestre "muito bom" em todas as áreas da vida nacional e que apesar do desespero da "direita" o povo venezuelano "está avançando".
Hoje 17 países de 21 presentes na sessão da OEA aprovaram uma declaração onde afirmam que na Venezuela existe uma "grave alteração inconstitucional da ordem democrática" e exigem que governo de Nicolás Maduro restaure "a plena autoridade" da Assembleia Nacional, de maioria opositora.
No entanto, o embaixador da Venezuela, Samuel Moncada, que se retirou da sessão, advertiu que qualquer coisa que fora aprovada, não seria tomada em conta por seu governo ao considerar que a reunião era "ilegal".
Sobre este ponto, o presidente Maduro felicitou Moncada por sua atuação.