Maduro nomeia Alex Saab como novo ministro da Indústria e Produção Nacional
Empresário esteve preso nos Estados Unidos de outubro de 2021 até dezembro do ano passado por acusações de corrupção
Agência de Notícias
Publicado em 18 de outubro de 2024 às 15h38.
O presidente da Venezuela , Nicolas Maduro, nomeou nesta sexta-feira Alex Saab - que esteve preso nos Estados Unidos de outubro de 2021 até dezembro do ano passado por acusações de corrupção - como novo ministro da Indústria e Produção Nacional, substituindo Pedro Tellechea, nomeado para o cargo há menos de dois meses.
O mandatário venezuelano, que anunciou a nomeação via Telegram, afirmou que Saab - que havia sido presidente do Centro Internacional de Investimentos Produtivos da Venezuela - “promoverá o desenvolvimento de todo o sistema industrial da Venezuela como parte do processo de construção do novo modelo econômico”, e ofereceu a ele “todo o apoio para a imensa tarefa que tem que cumprir”.
Saab, nascido em Barranquilla, na Colômbia, e de origem libanesa, tem sido ligado a várias empresas, incluindo a Group Grand Limited (GGL), acusada de fornecer ao governo de Maduro alimentos e suprimentos superfaturados para os Comitês Locais de Abastecimento e Produção do governo, e supostamente ser o testa de ferro de Maduro.
O empresário colombiano foi preso em Cabo Verde em 2020 e posteriormente extraditado para os Estados Unidos, onde foi acusado de conspiração para lavagem de dinheiro e de ser um testa de ferro para o governo venezuelano.
Saab sempre foi um empresário discreto, sem muita relevância na Colômbia, na Venezuela ou nos EUA, mas ganhou reconhecimento depois que a ex-promotora venezuelana Luisa Ortega o acusou em 2017 de ser um dos testas de ferro do presidente.
No entanto, a acusação inicial foi feita pelo portal de jornalismo investigativo Armando.info, que apontou meses antes que Saab fazia parte de uma rede de lavagem de dinheiro que obteve milhões de dólares com a exportação fictícia de alimentos para a Venezuela .
Em dezembro de 2023, o empresário colombiano foi libertado em uma troca de prisioneiros com a Venezuela, que, por sua vez, libertou dez americanos e cerca de 20 venezuelanos considerados “presos políticos”.